Última atualização: 06/03/2025
Um caso preocupante de descuido hospitalar gerou indignação em Sorocaba (SP). A família de Rosa Maria Vaz de Paula, uma idosa de 70 anos, relata que encontrou dezenas de formigas no leito hospitalar onde ela estava internada. O incidente foi descoberto após a paciente começar a sentir coceira intensa e incômodo pelo corpo. A filha da idosa, Caina de Paula, afirma que, ao chegar ao hospital para visitar a mãe, deparou-se com os insetos espalhados pelo lençol e até mesmo dentro da bolsa de colostomia utilizada por Rosa. Dias depois, ao ajudá-la no banho, percebeu que a mãe estava coberta de picadas vermelhas pelo corpo.
Descoberta e reação da família
Caina relatou que visitou a mãe na quinta-feira (27) e, ao chegar ao quarto, encontrou a roupa de cama infestada por formigas. Segundo ela, a idosa já vinha se queixando de formigamento e falta de ar, o que inicialmente a fez suspeitar de uma reação alérgica causada por alguma medicação. No entanto, ao se deparar com os insetos no leito e até dentro de objetos pessoais da mãe, percebeu a gravidade da situação.
“Quando cheguei, vi o lençol no chão e um dos funcionários da equipe médica me disse que minha mãe estava cheia de formigas. Isso me revoltou. Como algo assim pode acontecer dentro de um hospital?“, declarou Caina. Ela registrou um vídeo mostrando as formigas espalhadas pelo local.
A situação piorou quando, na segunda-feira (3), ao ajudar a idosa a tomar banho, percebeu diversas manchas vermelhas espalhadas por seu corpo, que pareciam ser picadas. “Ela tinha marcas nas costas, nádegas e outras partes do corpo. Fiquei muito triste e indignada com o que aconteceu“, lamentou.
Alta médica e agravamento do quadro de saúde
Ainda segundo a filha, no dia seguinte ao episódio das formigas, a idosa recebeu alta médica e foi para casa. Entretanto, poucas horas depois, começou a apresentar sangramento nos pontos da cirurgia pela qual havia passado anteriormente.
“Menos de quatro horas depois de chegarmos em casa, os pontos começaram a vazar sangue. Corri para levá-la de volta ao hospital e ela precisou ser internada novamente. Um dos médicos de plantão ficou surpreso e disse que era um absurdo ela ter recebido alta tão rápido”, relatou Caina.
Após o retorno ao hospital, Rosa passou por avaliação médica e recebeu prescrição de antialérgicos e pomadas para tratar as picadas. “Desde que começou a tomar a medicação, ela parou de sentir dor e coceira, mas minha preocupação é que isso não volte a acontecer com outras pessoas“, afirmou a filha.
Agora, Rosa deve passar por uma nova cirurgia para corrigir complicações resultantes da primeira operação. “Tenho certeza de que o sangramento foi agravado por essa situação toda. Eles não deveriam ter liberado minha mãe daquela forma“, desabafou Caina.
Posicionamento do hospital
O hospital NotreCare Sorocaba, administrado pela empresa NotreDame Intermédica, se pronunciou por meio de nota. Segundo a instituição, todas as medidas necessárias foram tomadas imediatamente após a equipe assistencial tomar conhecimento do ocorrido.
“O hospital informa que, durante toda a internação, a paciente esteve sob os cuidados de uma equipe multidisciplinar, recebendo acompanhamento contínuo e assistência adequada. A alta hospitalar foi concedida com segurança, seguindo todos os protocolos médicos“, declarou a unidade.
A administração também afirmou que mantém contato com a família e está à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais.
Repercussão do caso
O incidente levantou questionamentos sobre a higiene e a segurança dentro das unidades hospitalares, especialmente em instituições privadas, onde se espera um padrão elevado de atendimento. O caso da idosa gerou revolta entre internautas e reforçou a importância da fiscalização contínua nas condições sanitárias de hospitais e clínicas.
A família de Rosa agora espera que providências sejam tomadas para evitar que novos pacientes passem por situações semelhantes. “Minha mãe está sendo tratada agora, mas isso não pode acontecer com mais ninguém. Não se trata apenas dela, mas de todos os pacientes que confiam no hospital para receber cuidados adequados”, concluiu Caina. Veja também Mulher é presa em Birigui suspeita de vender medicamentos abortivos.