Estudo sugere ligação entre medicamento para insônia e Alzheimer

Última atualização: 17/01/2025

Um estudo recente realizado pela Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, e publicado na revista científica Cell, trouxe à tona preocupações significativas sobre o uso prolongado do zolpidem, um medicamento amplamente utilizado para tratar insônia. A pesquisa sugere uma possível associação entre o consumo contínuo deste fármaco e o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.

Impactos no sistema Glinfático

Os pesquisadores destacaram que o zolpidem pode afetar negativamente o funcionamento do sistema glinfático, responsável pela eliminação de resíduos do cérebro durante o sono. Este sistema utiliza o neurotransmissor norepinefrina para conduzir a limpeza cerebral, incluindo a remoção de proteínas relacionadas ao Alzheimer. No entanto, os estudos apontaram que o zolpidem prejudica este processo, favorecendo o acúmulo de substâncias tóxicas ao longo do tempo.

Resultados dos testes

Experimentos realizados em camundongos revelaram que o uso do zolpidem altera a atividade vascular e reduz a eficiência do sistema glinfático. Segundo Maiken Nedergaard, principal autora do estudo, a “arquitetura natural do sono” desempenha um papel crucial na saúde cerebral. Ela afirmou que a indução artificial do sono pelo zolpidem pode interferir nas funções restauradoras do cérebro.

Embora esses achados representem um avanço na compreensão dos mecanismos relacionados ao Alzheimer, os cientistas enfatizaram que são necessários mais estudos, incluindo testes com humanos, para confirmar essa correlação.

Recomendações para insônia

Diante dos riscos potenciais do uso prolongado de medicamentos como o zolpidem, especialistas sugerem que sejam priorizadas abordagens não farmacológicas para lidar com a insônia. Entre as recomendações estão:

  • Adotar uma rotina regular de sono: Manter horários fixos para dormir e acordar ajuda a regular o ciclo biológico.
  • Evitar estimulantes: Reduzir o consumo de cafeína e evitar o uso de eletrônicos antes de dormir.
  • Buscar luz natural: Garantir a exposição à luz do dia para sincronizar o relógio biológico.
  • Praticar atividades relaxantes: Técnicas como meditação e exercícios físicos leves podem ajudar a melhorar a qualidade do sono.

Embora o zolpidem continue sendo uma opção viável para o tratamento da insônia em curto prazo, é fundamental que os pacientes discutam os potenciais riscos com seus médicos. A pesquisa reforça a importância de buscar alternativas naturais e de tratar as causas subjacentes da insônia, como ansiedade e depressão, antes de recorrer a medicamentos. Ver Dicas práticas para melhorar a qualidade do sono.

Este estudo, embora preliminar, ressalta a necessidade de equilíbrio entre os benefícios terapêuticos e os possíveis efeitos adversos do zolpidem, destacando um aspecto crucial na busca pela prevenção de doenças neurodegenerativas.

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