Idoso com dor no peito tem cateterismo suspenso após hospital acusá-lo de fraude

Última atualização: 18/02/2025

A situação de um idoso de 75 anos, que buscou atendimento médico por conta de fortes dores no peito, tomou um rumo inesperado e preocupante no Hospital Santa Lúcia Norte, em Brasília. Quintiliano da Silva Neiva, que já possuía um histórico de problemas cardíacos e havia passado por um cateterismo anteriormente, foi admitido na unidade para a realização de um novo procedimento. No entanto, no momento em que se preparava para ser submetido à intervenção, funcionários da unidade de saúde alegaram haver indícios de fraude em sua documentação.

Como resultado, o hospital acionou a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e interrompeu o atendimento, causando indignação na família do paciente e levantando questionamentos sobre a conduta da instituição.

Acusação de fraude e presença policial

O episódio ocorreu quando a equipe do hospital identificou supostas inconsistências na assinatura do paciente, comparando-a com registros anteriores. A diferença nos traços gerou suspeitas de que o idoso poderia estar se passando por outra pessoa para utilizar indevidamente os serviços do plano de saúde. Diante da dúvida, a administração hospitalar optou por chamar a PMDF, que deslocou uma equipe para averiguar a situação.

Os policiais submeteram o idoso a um interrogatório, no qual foram solicitadas informações como nome completo e número de identidade. Familiares contestaram a abordagem, afirmando que a alteração na assinatura poderia ser explicada pelo estado debilitado de saúde do paciente no momento da internação. Ainda assim, a unidade de saúde manteve a decisão de interromper o procedimento até que a identidade do paciente fosse plenamente verificada.

Confusão no hospital e reação da família

Após a chegada da polícia, a situação se tornou ainda mais confusa. Inicialmente, os policiais foram informados de que o idoso já teria recebido alta médica e que deveria ser conduzido à delegacia para esclarecimentos. No entanto, pouco tempo depois, funcionários do hospital corrigiram a informação, alegando que a liberação se referia a outro paciente. Com isso, a família de Quintiliano passou a questionar a condução do caso e a maneira como a instituição lidou com a situação.

Procedimento adiado e troca de hospital

Com a questão ainda não resolvida, o hospital optou por adiar temporariamente o cateterismo até que a identificação do paciente fosse confirmada. Segundo comunicado da unidade de saúde, o adiamento não teria colocado a vida do idoso em risco e o exame poderia ser realizado no mesmo dia. No entanto, diante do constrangimento e da incerteza gerada pela acusação de fraude, o paciente e sua família optaram por transferi-lo para outro hospital.

Ao ser avaliado na nova unidade de saúde, Quintiliano foi diagnosticado com angina, um quadro preocupante que demanda tratamento imediato. O médico responsável alertou para o risco iminente de um infarto, classificando o estado do paciente como grave. Devido à condição, ele deverá passar por uma cirurgia de ponte de safena.

Investigação policial sobre o caso

O caso chegou ao conhecimento da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que abriu uma investigação para apurar possíveis irregularidades na conduta do hospital. A 2ª Delegacia de Polícia da Asa Norte conduz as diligências para determinar se houve crime contra o idoso, incluindo possível negligência médica e constrangimento ilegal.

Em nota oficial, o Hospital Santa Lúcia Norte reiterou que a suspeita de fraude partiu da divergência de assinaturas e que as medidas adotadas foram apenas para garantir a segurança dos pacientes e a correta utilização dos serviços médicos. A unidade afirmou ainda que, após a visita policial e a confirmação parcial da identidade do idoso, o exame foi remarcado, mas o paciente decidiu sair do hospital por vontade própria.

A família de Quintiliano, no entanto, contesta essa versão e denuncia a conduta do hospital, alegando que a situação colocou a vida do idoso em risco. Agora, aguardam os desdobramentos da investigação para que sejam apuradas as responsabilidades sobre o ocorrido. Veja também Psicólogas são flagradas debochando de criança autista em hospital de São Paulo.

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