Última atualização: 21/04/2025
Um procedimento aparentemente rotineiro terminou em tragédia e reacendeu discussões sobre os cuidados necessários antes, durante e após a extração de dentes do siso. Juan Paraná, jovem de 20 anos recém-completados, morador de Três Lagoas (MS), faleceu após desenvolver uma infecção generalizada decorrente da extração de um dente do siso. O rapaz estava internado havia duas semanas em um hospital de Bauru (SP), onde enfrentou uma dura batalha pela vida: passou por coma induzido, três cirurgias, traqueostomia e sessões de hemodiálise.
A história, além de comovente, reforça a necessidade de se encarar esse tipo de procedimento com a seriedade e os cuidados que ele exige.
Infecção após extração levou a complicações fatais
O caso de Juan chocou familiares e profissionais da saúde. O que começou como uma cirurgia simples terminou em uma internação prolongada, com intervenções intensivas e, infelizmente, o óbito.
Segundo os relatos, a infecção se instalou rapidamente e progrediu para um quadro de sepse, que comprometeu órgãos vitais. Embora raros, casos como esse servem como alerta para os perigos que uma extração mal conduzida ou com acompanhamento inadequado pode representar.
Especialista destaca riscos e importância dos cuidados
A cirurgiã-dentista Gaya Bertoldo, em entrevista ao portal Campo Grande News, ressaltou que a extração de dentes do siso não deve ser banalizada. Embora comum, trata-se de um procedimento cirúrgico invasivo, com potenciais riscos à saúde do paciente.
“Toda cirurgia tem seus riscos. O que determina a gravidade é o estado de saúde do paciente e a atenção em cada fase do processo: pré, trans e pós-operatório”, explicou a profissional.
Avaliação prévia é essencial para reduzir complicações
Antes da extração, o dentista precisa fazer uma análise completa do histórico médico do paciente. Condições cardíacas, respiratórias ou o uso de medicamentos como anticoagulantes devem ser informados e avaliados.
Em muitos casos, é necessário que o procedimento seja feito em conjunto com acompanhamento médico especializado. A ausência de um coágulo eficaz, por exemplo, pode comprometer a cicatrização e facilitar infecções, conforme pontuou a dentista.
Técnica e ambiente asséptico são determinantes no sucesso da cirurgia
Além dos cuidados com o paciente, o domínio técnico do profissional e o cumprimento rigoroso das normas de biossegurança são fundamentais.
A dentista Gaya enfatiza a importância da esterilização dos instrumentos e da avaliação correta da posição do dente em relação ao nervo, para evitar problemas como parestesia – perda de sensibilidade em partes do rosto.
Pós-operatório mal feito pode colocar tudo a perder
Mesmo que a extração seja realizada com excelência, o sucesso do tratamento depende do comportamento do paciente após a cirurgia. Gaya Bertoldo alerta que descuidos no pós-operatório podem reverter todos os esforços.
Evitar alimentos quentes, seguir rigorosamente a medicação prescrita e observar sinais como dor intensa e inchaço são práticas indispensáveis. A dentista ainda reforça que uma infecção local mal controlada pode evoluir para quadros gravíssimos, como no caso de Juan.
Morte após extração é rara, mas possível
Apesar da comoção causada pelo caso, a especialista pondera que óbitos relacionados à extração de dentes são extremamente raros. No entanto, ela alerta que a combinação de fatores como automedicação, falha no acompanhamento e negligência com os cuidados pós-cirúrgicos pode transformar um procedimento simples em uma ameaça à vida.
O caso de Juan Paraná lança luz sobre a importância de não subestimar os riscos de intervenções odontológicas. O sucesso da cirurgia não depende apenas da habilidade do profissional, mas também da responsabilidade do paciente em seguir à risca as orientações recebidas.
Como conclui a dentista, “uma cirurgia pode ser perfeita no consultório, mas o paciente precisa fazer a parte dele depois”. Veja também Influencer de 21 anos é internada com trombose e alerta seguidores sobre sintomas da doença silenciosa.