Médico descobre que está infartando enquanto socorre paciente na Emergência

Última atualização: 19/02/2025

Um caso inusitado e alarmante aconteceu no Canadá, trazendo à tona a importância da atenção aos sinais do corpo e o impacto do estresse na saúde cardiovascular. Um médico de 60 anos, que atuava na emergência do Hospital Timmins and District, percebeu que estava tendo um infarto enquanto prestava atendimento a um paciente que sofria a mesma condição. O incidente ocorreu em novembro do ano passado, mas só agora foi divulgado pelo hospital como parte de uma campanha de conscientização sobre doenças cardíacas, que ocorre em fevereiro no país. A história reforça um ponto crucial na medicina: os profissionais da saúde, acostumados a priorizar o cuidado com os outros, muitas vezes negligenciam a própria saúde.

Sinais ignorados por meses

O médico Chris Loreto relatou que, cerca de quatro meses antes do diagnóstico, começou a sentir dores no peito que se espalhavam para a garganta, os dentes e os ouvidos. Apesar do incômodo recorrente, ele atribuía os sintomas a um simples caso de refluxo ácido. O desconforto surgia principalmente quando ele praticava corrida, mas, sem considerar a possibilidade de um problema cardíaco, ele não buscou atendimento médico imediato.

Com o passar dos meses, as dores persistiam, e Chris decidiu procurar seu médico de família. No entanto, omitiu um detalhe crucial: os sintomas apareciam durante o exercício físico, o que poderia ter levado a um diagnóstico precoce. Como resultado, foi tratado apenas com medicamentos para refluxo, mas sem qualquer melhora significativa.

O infarto no plantão

No dia 12 de novembro, durante um jogo de hóquei, Loreto sentiu uma dor intensa nos ombros, mas novamente ignorou o sinal de alerta. No dia seguinte, mesmo ainda sentindo desconforto, ele seguiu para seu turno no hospital. No final do expediente, atendeu um paciente que sofreu um infarto fulminante. Enquanto conversava com a esposa do paciente para entender o histórico médico, percebeu que os sintomas descritos eram idênticos aos seus: dores no peito, desconforto irradiado para os ombros e uso inadequado de medicamentos para refluxo.

Ao perceber a semelhança assustadora entre seu quadro e o do paciente, Chris compartilhou suas queixas com colegas médicos. A equipe rapidamente insistiu para que ele fizesse exames urgentes. Os resultados de um eletrocardiograma e exames de sangue confirmaram a gravidade da situação: ele estava tendo um infarto.

Recusa inicial e tratamento emergencial

Mesmo com o diagnóstico confirmado, Loreto inicialmente resistiu a aceitar a gravidade de sua condição e chegou a pedir para continuar no plantão do fim de semana. No entanto, seus colegas o convenceram a buscar tratamento imediato. Ele foi transferido para um hospital especializado em Toronto, onde passou por um procedimento para colocar um stent e iniciar a reabilitação cardíaca.

Histórico familiar e reflexões sobre prevenção

A história de Loreto tem um fator genético relevante: seu pai, também um corredor, sofreu um ataque cardíaco aos 59 anos, quase na mesma idade que ele. O médico acredita que seu estilo de vida ativo ajudou a evitar um desfecho ainda mais grave, mas reconhece que deveria ter buscado ajuda médica mais cedo. Ele destaca que profissionais de saúde muitas vezes se dedicam a cuidar dos outros e negligenciam a própria saúde.

Durante seu período de recuperação no hospital em Toronto, Loreto reencontrou o paciente que havia atendido no plantão e ouviu da esposa dele: “Obrigada por salvar a vida do meu marido.” Com emoção, ele respondeu: “Na verdade, ele também salvou a minha.” Atualmente, Chris está afastado do trabalho, focado na sua recuperação e reabilitação cardíaca.

O caso serve como alerta para a importância de reconhecer os sinais de alerta do corpo e buscar ajuda médica sem demora, independentemente da rotina corrida e das responsabilidades profissionais. Veja também Enfermeiro faz história ao conquistar o Prêmio Jovem Cientista pela primeira vez.

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