Bebê nasce com dois fetos dentro da barriga em caso médico raríssimo

Última atualização: 19/02/2025

Um evento médico extremamente raro surpreendeu a equipe de um hospital na Índia quando uma mulher de 32 anos, em sua 35ª semana de gestação, realizou um exame de rotina e os médicos identificaram algo incomum no feto que ela esperava. O bebê, do sexo masculino, carregava em seu abdômen dois fetos que deveriam ser seus irmãos gêmeos. O caso, conhecido como fetus in fetu (feto dentro de feto), tem apenas cerca de 200 registros documentados na literatura médica, tornando-o um fenômeno excepcional dentro da obstetrícia e da embriologia.

O diagnóstico surpreendente

Durante os exames pré-natais anteriores, nenhum indício desse fenômeno havia sido detectado. No entanto, ao realizar uma ultrassonografia mais detalhada, os médicos notaram a presença de uma estrutura adicional dentro do bebê. O exame revelou a existência de dois pequenos fetos com ossos formados, incluindo membros, mãos e pés. Essa condição ocorre quando, durante o desenvolvimento de gêmeos idênticos, um embrião é absorvido pelo outro de forma parcial, tornando-se um “gêmeo parasita“.

A cirurgia para remoção dos fetos

O nascimento ocorreu no dia 1º de fevereiro e, logo após o parto, a equipe médica se organizou para realizar uma cirurgia delicada e remover os fetos do abdômen do recém-nascido. Felizmente, o procedimento foi bem-sucedido, e tanto o bebê quanto a mãe passam bem. Os especialistas explicam que, apesar de raríssimo, o fetus in fetu geralmente se desenvolve dentro da cavidade abdominal do bebê hospedeiro, o que facilita a remoção cirúrgica sem comprometer sua saúde.

Como ocorre o fenômeno fetus in fetu?

Esse fenômeno acontece durante o processo de divisão de um embrião único, que normalmente daria origem a gêmeos idênticos. Em alguns casos, essa separação não ocorre completamente, e um dos embriões fica parcialmente incorporado ao outro, crescendo dentro dele. O gêmeo absorvido pode desenvolver alguns órgãos rudimentares, mas não possui um sistema vital funcional, o que impossibilita sua sobrevivência independente.

Os médicos relatam que os fetos encontrados dentro do bebê indiano apresentavam pequenos membros, mas não possuíam órgãos internos plenamente desenvolvidos, o que os tornava inviáveis. Casos semelhantes já foram documentados, sendo a maioria deles descobertos ainda na infância, geralmente quando a criança apresenta crescimento anormal do abdômen. Em situações mais extremas, já houve relatos de fetos encontrados no crânio de bebês, causando anomalias no desenvolvimento neurológico.

Prognóstico e impacto na medicina

Esse caso se junta ao pequeno número de registros do fetus in fetu e reforça a importância dos avanços na tecnologia de imagem para diagnósticos cada vez mais precoces. Especialistas apontam que a maioria dos bebês que passam por essa condição consegue levar uma vida normal após a remoção dos tecidos embrionários não desenvolvidos.

A mãe da criança, aliviada com o sucesso da cirurgia, declarou que não fazia ideia de que sua gravidez carregava um mistério tão inusitado. “Foi um choque para todos nós, mas agradecemos aos médicos por terem identificado e tratado o problema a tempo”, relatou.

O caso reforça o quanto a biologia fetal ainda pode surpreender a ciência médica e como cada gestação pode apresentar desafios inesperados, exigindo monitoramento constante e diagnósticos precisos. Veja também Doenças comuns durante a gestação.

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