Menino morre após contrair Bactéria: Família acusa Hospital de Negligência

Última atualização: 23/01/2025

Em um caso que gerou comoção nacional, Miguel Fernandes Brandão, de apenas 13 anos, faleceu após ser diagnosticado com uma infecção grave por Streptococcus pyogenes associada à influenza A. O incidente ocorreu em outubro de 2024, no Hospital Brasília, e levantou questionamentos sobre possível negligência médica por parte da instituição. Os pais do adolescente criticam o atendimento recebido e alegam que a demora no diagnóstico foi um fator crucial para o desfecho fatal.

A linha do tempo dosa acontecimentos

Miguel foi levado ao hospital com sintomas iniciais como febre, coriza e espirros. A equipe médica inicialmente descartou a necessidade de antibóticos, alegando tratar-se de uma infecção viral. Segundo relatórios do prontuário médico, a mãe de Miguel foi descrita como “ansiosa” devido às frequentes perguntas sobre o estado de saúde do filho.

Ao longo dos dias, os sintomas de Miguel se agravaram. Ele começou a apresentar vômitos, diarreia, unhas roxas e fraqueza nas pernas. Apesar da piora, a equipe médica manteve o diagnóstico de infecção viral. Apenas após exames mais aprofundados foi identificado o quadro de infecção bacteriana severa combinado com influenza A.

No momento em que a gravidade da situação foi reconhecida, Miguel foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Contudo, já era tarde demais. Em 9 de novembro de 2024, o adolescente faleceu devido a um choque séptico e falência múltipla dos órgãos.

A denúncia da família

Os pais de Miguel afirmam que houve negligência no atendimento prestado. A mãe, em entrevista, relatou que suas preocupações não foram levadas a sério e que houve demora para a realização de exames mais detalhados, que poderiam ter identificado precocemente a infecção bacteriana.

“Meu filho chegou ao hospital com sintomas claros de que algo mais grave estava acontecendo. Eu pedi várias vezes para que fossem feitos mais exames, mas me disseram que não havia necessidade. Se tivessem agido antes, talvez ele estivesse aqui hoje”, desabafou a mãe.

O prontuário do adolescente, obtido pela família, mostra que a mãe foi rotulada como “ansiosa” pela equipe médica, o que, segundo especialistas, pode ter contribuído para que as suas preocupações fossem subestimadas.

Contexto ampliado: Negligência em outros casos semelhantes

Casos de suposta negligência médica envolvendo infecções bacterianas em crianças têm se tornado recorrentes no Brasil. Em março de 2024, Moreno Moreira Nascimento, de 2 anos, morreu no Rio de Janeiro após ser atendido cinco vezes na UPA da Cidade de Deus. Inicialmente diagnosticado com virose, o menino faleceu em decorrência de uma pneumonia bacteriana.

Em outro incidente ocorrido em 2023, em Ceilândia, Distrito Federal, Antony Levi Meira dos Anjos, também de 2 anos, perdeu a vida após contrair meningite B. A família de Antony também denunciou atraso no atendimento como fator determinante para o desfecho fatal.

Especialistas alertam para a importância de diagnósticos precoces

Médicos infectologistas consultados ressaltam que infecções bacterianas podem evoluir rapidamente para condições graves, como sepse e falência múltipla de órgãos. O reconhecimento precoce de sinais de alerta, como febre persistente, manchas pelo corpo, fraqueza extrema e alterações na coloração da pele, é crucial para um tratamento eficaz.

Dr. Ricardo Alves, especialista em medicina de emergência, alerta: “O atraso na identificação e no tratamento adequado de uma infecção bacteriana pode ter conseqüências fatais, especialmente em crianças. Por isso, é fundamental que profissionais de saúde estejam atentos a sinais que indiquem algo mais grave do que uma virose comum.”

Repercussão e investigação

O caso de Miguel Fernandes Brandão está sendo investigado pelo Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) e pelo Ministério Público, que buscam apurar se houve negligência ou erro médico. A família também acionou a Justiça para responsabilizar os envolvidos.

Enquanto isso, o caso reacendeu o debate sobre a qualidade do atendimento nos hospitais brasileiros, especialmente no que diz respeito à importância de escutar os pacientes e seus familiares. O desfecho trágico também destacou a necessidade de investimentos em capacitação médica e melhoria nos protocolos de diagnóstico e tratamento de infecções.

A história de Miguel é um lembrete doloroso das consequências que a negligência médica pode trazer. Sua família busca não apenas justiça, mas também conscientizar a sociedade sobre a importância de um atendimento de saúde humano e eficaz. O caso serve como alerta para que outros erros sejam evitados e vidas possam ser salvas. Ver Menino de 13 anos morre após contrair bactéria multirresistente e família acusa hospital.

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