Paciente reencontra cães durante longa internação no DF

Última atualização: 01/02/2025

José Carlos Barbosa de Medeiros, de 62 anos, enfrenta uma batalha intensa contra complicações de saúde desde dezembro de 2024. Internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Riacho Fundo II, no Distrito Federal, o paciente convive com crises hipertensivas, pneumonia, sequelas de um AVC e perda de mobilidade nas pernas, condições que o mantêm acamado e dependente de assistência constante.

A situação tornou-se ainda mais desafiadora após sua esposa, Zilda de Medeiros, receber um diagnóstico que a impede de oferecer cuidados em casa, deixando José Carlos à espera de uma vaga em uma instituição para idosos. Em meio à rotina hospitalar, o desejo de rever seus cães, Pingo e Piaba, tornou-se uma obsessão para o paciente, que os trata como parte essencial de sua família.

Eles são tudo para mim. Só queria estar perto deles de novo”, confessou José Carlos, expressando a angústia de meses longe dos animais. A equipe da UPA, percebendo o impacto emocional da saudade, decidiu intervir de forma inovadora.

Humanização no tratamento: cães visitam paciente

Sob a autorização da gerente Carolina Corrêa Gomes, os cães foram levados ao hospital na última quinta-feira (30/01), em um encontro organizado em área externa para preservar o ambiente clínico. A iniciativa, que seguiu rigorosos protocolos de higiene, permitiu que José Carlos abraçasse Pingo e Piaba após meses de separação. “É fundamental ir além da medicina tradicional. Respeitar as emoções do paciente é parte vital da recuperação”, explicou Carolina, destacando a filosofia de cuidado integral adotada pela unidade.

A cena do reencontro, descrita por testemunhas como comovente, trouxe alívio visível ao paciente. “Ele sorriu como não víamos há tempos. Foi um momento de pura conexão”, relatou um membro da equipe. A esposa, Zilda, contou com ajuda de uma amiga para transportar os animais, reforçando a importância do apoio comunitário em situações delicadas.

Reflexões sobre Saúde Emocional em ambientes hospitalares

O caso reacendeu discussões sobre a integração de práticas humanizadas no sistema de saúde. Para a gerente Carolina, gestos como esse transcendem o tratamento físico: “Cada paciente carrega uma história. Respeitá-la é essencial para a dignidade humana”. A experiência de José Carlos ilustra como pequenas ações podem mitigar o sofrimento emocional, especialmente em internações prolongadas.

Enquanto aguarda transferência para uma instituição especializada, o paciente segue sob monitoramento da UPA, carregando consigo a memória afetuosa do reencontro que reacendeu esperança em sua jornada de recuperação. Leia também Vacinação de animais domésticos é crucial para prevenir raiva humana.

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