Última atualização: 07/02/2025
A possível falência de um dos maiores grupos de saúde dos Estados Unidos tem gerado preocupação entre beneficiários, funcionários e fornecedores. Com uma dívida estimada em US$ 10 bilhões, a Steward Health Care System, operadora de 31 hospitais espalhados por oito estados americanos, enfrenta uma grave crise financeira que pode levá-la à bancarrota. Caso a empresa não consiga reestruturar sua dívida, essa poderá ser uma das maiores falências hospitalares da história recente do país.
Atualmente, a Steward administra hospitais distribuídos em oito estados americanos, além de operar uma vasta rede de clínicas e centros médicos, sendo um dos pilares da assistência hospitalar privada no país.
A crise financeira e seus impactos
O cenário preocupante foi revelado pelo The Wall Street Journal, que apontou dificuldades financeiras críticas dentro da rede hospitalar. Fornecedores de suprimentos médicos, como próteses e equipamentos cirúrgicos, interromperam as entregas devido à inadimplência, forçando hospitais da rede a adiar cirurgias e outros procedimentos essenciais. Além disso, empresas responsáveis pela coleta de lixo hospitalar suspenderam os serviços, resultando no acúmulo de resíduos em algumas unidades.
Outro impacto significativo da crise foi a saída em massa de enfermeiras contratadas temporariamente, que deixaram seus postos de trabalho depois que as agências de recrutamento relataram atrasos nos pagamentos por parte da Steward. A situação tem gerado uma sobrecarga para os profissionais remanescentes e elevado os riscos para pacientes que dependem de atendimento contínuo.
A origem da crise
A Steward Health Care System foi fundada em 2010, quando a empresa de investimentos Cerberus Capital Management adquiriu uma rede de hospitais católicos sem fins lucrativos, sediada em Boston. Desde então, a empresa cresceu rapidamente, expandindo suas operações para diversos estados e transformando-se em um dos maiores sistemas hospitalares privados dos Estados Unidos.
No entanto, o modelo de gestão adotado – que incluiu a venda dos imóveis hospitalares para fundos imobiliários (REITs) e a manutenção das operações por meio de contratos de arrendamento – gerou um ciclo de endividamento crescente. A crise econômica global, aliada a custos operacionais elevados e dificuldades na obtenção de novos financiamentos, agravou ainda mais a situação da companhia.
Possíveis cenários para o futuro
Para tentar evitar a falência, a Steward contratou consultores especializados em reestruturação financeira. Entre as medidas estudadas estão a busca por novos investidores, a renegociação de dívidas e, em último caso, a venda de parte dos ativos da empresa para quitar os passivos.
No entanto, caso essas alternativas não sejam suficientes para reverter a crise, a operadora pode entrar com um pedido de proteção contra falência (Chapter 11), um mecanismo da legislação americana que permite a reestruturação de empresas endividadas. Se esse cenário se confirmar, será um dos maiores colapsos hospitalares das últimas décadas, impactando diretamente milhares de pacientes que dependem dos serviços da rede.
Preocupação entre beneficiários e profissionais de saúde
A incerteza quanto ao futuro da Steward tem gerado grande apreensão entre os beneficiários do plano de saúde, que temem interrupções no atendimento e a perda de acesso a serviços médicos essenciais. Além disso, médicos, enfermeiros e demais profissionais da saúde enfrentam o risco de demissões em massa caso a empresa não consiga estabilizar sua situação financeira.
Analistas do setor de saúde alertam que a crise da Steward pode ter reflexos negativos em outras operadoras hospitalares privadas, especialmente aquelas que adotaram modelos de gestão semelhantes. Com o aumento dos custos médicos e as incertezas econômicas, especialistas recomendam que beneficiários busquem alternativas para garantir a continuidade do atendimento médico em caso de colapso da empresa.
A iminente falência
A iminente falência da Steward Health Care System representa um grande desafio para o setor de saúde dos Estados Unidos. Com um passivo bilionário, a empresa busca soluções para evitar a falência e minimizar os impactos sobre pacientes e profissionais. No entanto, se não houver uma reestruturação eficaz, milhares de pessoas podem ser afetadas, e o caso pode se tornar um dos maiores desastres financeiros da história hospitalar do país.
A situação segue em constante evolução e os próximos meses serão decisivos para definir o futuro da Steward e de seus 31 hospitais. Veja também Hospital Vaz Monteiro amplia atendimento cardíaco de alta complexidade pelo SUS em Lavras e região.
