São Paulo enfrenta surto de febre amarela com recorde de casos e mortes

Última atualização: 18/03/2025

O estado de São Paulo vive um novo e alarmante surto de febre amarela em 2025, registrando um aumento expressivo no número de casos e óbitos. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, 32 infecções foram confirmadas apenas neste ano, resultando em 20 mortes. Esse cenário contrasta fortemente com 2024, quando foram registrados apenas dois casos e uma morte. A rápida escalada da doença levanta preocupações e reforça a necessidade de ações emergenciais para conter a transmissão.

A maior concentração de casos está na região de Campinas, com registros também em Bauru, Piracicaba e São José dos Campos. Além disso, há relatos de infecções importadas de Minas Gerais e investigações em andamento para determinar a origem de outros pacientes. O atual surto já é o mais grave desde 2018, quando o estado enfrentou uma epidemia significativa da doença.

O que é a febre amarela?

A febre amarela é uma doença infecciosa grave causada pelo vírus Flavivirus, transmitido principalmente pela picada de mosquitos contaminados. A doença pode se manifestar de forma leve ou evoluir para quadros graves, com risco de complicações fatais. Os sintomas iniciais incluem febre alta, calafrios, dores musculares, fadiga, náuseas e dor de cabeça intensa. Em cerca de 15% dos casos, o quadro pode se agravar, levando a insuficiência hepática, icterícia, sangramentos e falência múltipla dos órgãos.

No Brasil, a febre amarela tem dois ciclos de transmissão: o silvestre, no qual os mosquitos Haemagogus e Sabethes infectam humanos que entram em contato com áreas de mata; e o urbano, que não é registrado no país desde 1942. O período mais crítico para a disseminação do vírus ocorre entre dezembro e maio, devido às condições climáticas favoráveis à proliferação dos vetores.

Vacinação: principal arma contra a doença

A vacina contra a febre amarela é altamente eficaz e segura, estando disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças a partir de nove meses de idade. Uma única dose garante proteção por toda a vida. Autoridades de saúde reforçam a importância da imunização, especialmente para quem reside ou viaja para áreas de risco.

A médica infectologista Tânia Chaves alerta que a vacinação é fundamental para evitar surtos. Segundo ela, a morte de macacos na natureza serve como um sinal de alerta para a circulação do vírus, tornando ainda mais urgente a intensificação das campanhas de imunização.

Medidas emergenciais adotadas pelas autoridades

Para conter o avanço da doença, a Secretaria de Saúde do estado de São Paulo implementou medidas emergenciais, incluindo reforço na vacinação e ações de vigilância epidemiológica. Em São José dos Campos, por exemplo, estão sendo realizadas buscas ativas para imunizar a população. Profissionais de saúde também orientam sobre a necessidade de prevenção, principalmente para aqueles que vivem próximos a áreas florestais.

Especialistas alertam que, além da vacinação, o controle da proliferação do mosquito transmissor é essencial para evitar novos surtos. Medidas como uso de repelentes, roupas protetoras e evitar ambientes de mata fechada sem a devida imunização são fundamentais para a proteção individual.

O aumento expressivo dos casos de febre amarela em São Paulo serve como um alerta sobre a importância da vigilância epidemiológica e da adesão à vacinação. A colaboração entre governo, profissionais de saúde e a população será decisiva para conter o surto e evitar uma crise sanitária ainda maior. Veja também Alerta do Ministério da Saúde: aumento de casos de Febre Amarela preocupa quatro Estados.

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