Vacina contra a tuberculose BCG intradérmica

Vacina contra a tuberculose BCG intradérmica

Atualizado em 08/02/2022 às 01:48

Indicação

A vacina BCG (bacilo de Calmette e Guerin) é administrada com a finalidade principal de prevenir as formas graves da tuberculose (miliar e meníngea), em crianças menores de cinco anos, mais freqüentemente nos menores de um ano.

As crianças portadoras do HIV, positivas assintomáticas, e as crianças cujas mães são HIV-positivas recebem também a vacina BCG-ID, o mais precocemente possível.

A vacina é também administrada nos contatos intradomiciliares de pacientes de hanseníase, com a finalidade de aumentar a proteção desse grupo.

Observação:

• A administração da vacina BCG-ID deve ser adiada quando a criança apresentar peso inferior a dois quilos, devido à escassez do tecido cutâneo.

Contra-indicação

A vacina BCG-ID é contra-indicada nas situações gerais referidas em: xxlinkxx, bem como para os portadores do HIV, positivos sintomáticos.

Composição

A vacina BCG-ID é preparada com bacilos vivos, a partir de cepas atenuadas do Mycobacterium bovis com glutamato de sódio. A subcepa utilizada no Brasil é a Moureau-Rio de Janeiro, mantida sob o sistema de lote semente no Status Serum Institut de Copenhagen, na Dinamarca.

Apresentação

A vacina BCG-ID é apresentada sob a forma liofilizada em ampola multidoses, acompanhada da ampola do diluente específico para a vacina.

Conservação

A vacina BCG-ID é conservada entre +2ºC e +8ºC

Dose e volume

O esquema de administração da vacina BCG corresponde a uma dose, a partir do nascimento. Uma dose de reforço é administrada na idade escolar (dos seis aos dez anos), considerando o aumento da incidência de meningoencefalite em maiores de cinco anos, como também o aumento das formas disseminadas da tuberculose, devidas à epidemia de aids.

Observações:

• Na ausência da cicatriz é indicada a revacinação seis meses após a primeira dose.

• A realização do teste tuberculínico é dispensável, antes ou depois da administração da vacina BCG-ID.

O volume correspondente a cada dose é de 0,1 ml, rigorosamente, para evitar complicações.

Via de administração

A vacina BCG-ID é administrada por via intradérmica

A injeção é feita na região do músculo deltóide, no nível da inserção inferior deste músculo, na face externa superior do braço direito.

Observações:

• O uso do braço direito tem por finalidade facilitar a identificação da cicatriz em avaliações da atividade de vacinação.

• Quando essa recomendação não puder ser seguida, em situações especiais, registrar o local da administração no Cartão da Criança.

Reconstituição e administração

O vacinador, antes de administrar a vacina BCG-ID, deve:

• lavar as mãos e organizar todo o material: seringa, agulha e outros

• retirar a vacina e o diluente do refrigerador ou da caixa térmica, verificando o nome dos mesmos, bem como o prazo de validade;

Observações:

• O diluente, no momento da reconstituição, deve estar na mesma temperatura da vacina, ou seja, entre +2ºC e +8ºC.

• Para esfriar o diluente colocá-lo no refrigerador, pelo menos, seis horas antes da reconstituição.

• preparar a vacina, da seguinte forma:

– serrar o gargalo da ampola do diluente, envolvê-la com algodão e quebrar;

              FiguraS

– fazer um movimento rotativo com a ampola até obter uma suspensão homogênea;

– injetar o restante do diluente e voltar a fazer o movimento rotativo com a ampola para que a suspensão fique homogênea;

Observações:

• O frasco multidoses da vacina BCG-ID, uma vez aberto, desde que mantido sob temperatura adequada (+2ºC a +8ºC) e adotados os cuidados que evitem sua contaminação, pode ser usado por seis horas:

– para verificar o prazo, registrar no frasco a data e a hora da abertura do mesmo;

– vencido o prazo, desprezar o resto da vacina

– apoiar em um recipiente (copo plástico, por exemplo) a ampola com a vacina reconstituída;

Observações:

• O recipiente que sustenta a ampola deve estar resfriado; para isto, colocá-lo, com antecedência, no refrigerador ou na caixa térmica.

• Ao apoiar a vacina no recipiente, protegê-la contra poeira e gotas d’água, utilizando o saco plástico da embalagem.

– aspirar o volume a ser administrado, verificando na graduação da seringa se a dosagem está correta;

Observação:

• Antes de aspirar o volume correspondente à dose, fazer um movimento rotativo com a ampola da vacina para que ocorra a homogeneização.

– recolocar a vacina no recipiente, dentro da caixa térmica ou no refrigerador, até a aspiração de nova dose;

– preparar o cliente, colocando-o em posição segura e confortável, fazendo a limpeza do local da administração, se necessário.

O vacinador, para administrar a vacina, deve introduzir a agulha nas camadas superficiais da pele, na inserção inferior do deltóide, na face externa do braço direito, até que o bisel desapareça.

Observações:

• A técnica a ser utilizada, para administrar a vacina BCG-ID, é a da injeção intradérmica

• O braço direito da pessoa (principalmente criança) deve estar imobilizado. Para isso, colocar uma das mãos por baixo do braço e

distender a pele da região do deltóide, com os dedos polegar e indicador.

• Para prevenir complicações:

– introduzir a agulha formando um ângulo de 15º;

– injetar a dose exata, ou seja, 0,1 ml.

O vacinador, após administrar a vacina, deve:

• desprezar a seringa e a agulha

• estar atento às reações imediatas;

Observação:

• Os eventos adversos decorrentes da vacinação com a BCG-ID são, em geral, locais e pouco freqüentes, e são, na maioria dos casos, decorrentes de falhas na administração da vacina, devidas à:

– aplicação profunda (subcutânea);

– dose com maior volume; ou

– contaminação.

• orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a evolução e os cuidados com a lesão que surge no local da administração da vacina;

Observações:

• Alguns dias depois da vacinação, surge, no local, um nódulo que evolui para pústula e em seguida para crosta e úlcera.

• Esta lesão regride, espontaneamente, em média entre a quinta e a 12ª semana, podendo se prolongar até a 24ª, deixando pequena cicatriz.

• A lesão em pessoas previamente infectadas tem, geralmente, evolução mais acelerada, podendo ser maior e cicatrizar mais rapidamente.

• A evolução normal é o enfartamento ganglionar não supurado axilar, supra ou infraclavicular.

• O enfartamento aparece, geralmente, de três a seis semanas após a vacinação, podendo permanecer estacionário de um a três meses, desaparecendo espontaneamente, sem tratamento.

• A úlcera, que resulta da evolução normal da lesão, não deve ser coberta.

• O local deve estar sempre limpo, não sendo necessário colocar qualquer medicamento ou adotar qualquer cuidado especial, nem realizar curativo.

• lavar as mãos, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.1;

• registrar o número do lote e a validade da vacina administrada;

• orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o retorno, quando for o caso, para complementação do esquema básico de vacinação.

Vacinação de contatos intradomiciliares de pacientes de hanseníase (todas as formas)

A vacina BCG-ID é administrada nos contatos intradomiciliares dos pacientes de hanseníase, com a finalidade de aumentar a proteção deste grupo de risco, de acordo com os seguintes procedimentos:

• a vacina BCG-ID é administrada

– que não é necessária a prova tuberculínica prévia;

– que a dose é de 0,1 ml;

– que deve ser utilizada a via intradérmica;

– que deve ser administrada no braço direito, na altura da inserção inferior do músculo deltóide;

• o esquema básico para a administração da vacina BCG-ID nesse grupo é de duas doses, com intervalo entre as doses de seis meses, no mínimo, a um ano.

Observações:

• A vacinação nos contatos intradomiciliares de pacientes de hanseníase é realizada na mesma sala do serviço de saúde e no mesmo dia

em que outros grupos são vacinados com a BCG-ID.

• Como a vacina BCG-ID apenas aumenta a proteção contra as formas multibacilares da hanseníase, o contato intradomiciliar deve comparecer ao serviço de saúde, anualmente (durante dois anos), para o exame dermatoneurológico.

• A presença da cicatriz vacinal é considerada como primeira dose para efeito de registro, independente do tempo transcorrido desde a vacinação que provocou o aparecimento da cicatriz.

• A vacinação com a BCG-ID na gestante, contato de paciente de hanseníase, deve ser transferida para depois do parto.

• O registro da dose administrada é feito no Cartão da Criança, no Cartão do Adulto e no prontuário do caso índice de hanseníase.

• Estudos têm demonstrado que nas administrações subseqüentes da vacina BCG-ID (pessoas já reatoras à prova tuberculínica) a evolução vacinal é mais acelerada e a cicatrização precoce.

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