Um abscesso é uma coleção localizada de pus que se forma pela necrose de tecidos, leucócitos e micróbios.
O abscesso renal permanece confinado ao rim e tem origem em uma infecção que chega ao rim pela corrente sanguínea ou pela própria urina (com origem no trato urinário inferior) ou, ainda, após manipulação cirúrgica do rim.
O abscesso renal é uma doença incomum, mas costuma ser o resultado de uma doença comum, como uma infecção renal (pielonefrite), cálculos renais ou refluxo vésico-ureteral. Ocasionalmente, um abscesso renal pode se desenvolver a partir de uma infecção em outra parte do corpo, como abscessos cutâneos ou pode ainda ser devido ao uso de drogas injetáveis. As infecções urinárias em pacientes portadores de litíase (cálculos) renais, gestantes, diabéticos ou portadores de bexiga neurogênica também levam ao risco de desenvolver um abscesso renal.
Quais são os sintomas de um abscesso renal?
O paciente pode apresentar febre, calafrios, dor abdominal, dor lombar, perda de peso e astenia (fraqueza). A micção (o ato de urinar) pode ser dolorosa e pode ainda haver sangue na urina. Às vezes o diagnóstico pode demorar a ser feito já que os sintomas são vagos e a doença não é comum.
Como se diagnostica o abscesso renal?
O paciente costuma apresentar um número elevado de glóbulos brancos (leucócitos) no sangue, além de haver a presença de bactérias no sangue e na urina.
Os achados radiográficos dependem da extensão e da duração do quadro infeccioso. Os abscessos renais pequenos podem ser difíceis de serem reconhecidos. A ultrassonografia e a tomografia são exames úteis para essa finalidade. A tomografia parece ser a primeira escolha com acurácia de 96%. Essas técnicas relativamente novas (estão disponíveis há três décadas) representaram um avanço significativo para o diagnóstico do abscesso renal.
Qual o tratamento do abscesso renal?
O tratamento clássico do abscesso renal consiste no uso de antibióticos intravenosos e na drenagem do abscesso. A drenagem do abscesso é uma cirurgia que pode ser feita por uma cirurgia aberta ou por técnicas percutâneas, que localizam o abscesso com auxílio de técnicas radiológicas e tornam desnecessárias grandes incisões. A drenagem percutânea é a técnica preferida atualmente, mas nem sempre é factível. Apesar de a drenagem ser parte fundamental do tratamento clássico, nas últimas décadas, como os métodos de imagem têm permitido diagnósticos mais precoces, já é possível fazer o tratamento apenas com antibióticos (sem drenagem) quando o diagnóstico é precoce.
O que pode se esperar após o tratamento para um abscesso renal?
Diagnósticos mais precoces e tratamentos menos invasivos vêm tornando os resultados melhores. Todavia, ainda há pacientes, principalmente os portadores de doenças crônicas, como o diabetes, podem apresentar formas graves da doença com risco importante de morrer. Mas os pacientes tratados em fases iniciais, em que ainda não há muito dano renal, costumam evoluir bem. Após a cura da infecção, é necessário tratar os fatores de risco como cálculos renais, refluxo vésico-ureteral e outras fontes de infecção para reduzir as chances de recorrência do abscesso renal.
O que eu posso fazer para evitar um abscesso renal?
O tratamento imediato de todas as infecções do trato urinário é a medida mais importante nesse sentido.
REFERÊNCIAS:
1. Taal MW, Chertow GM, Marsden PA, Skorecki K, Yu ASL, Brenner BM. Brenner & Rector’s TheKidney , Ninth Edition. chapter 36, 2012, p.1356-82.
2. Alan J. Wein, Louis R. Kavoussi, Andrew C. Novick, Alan W. Partin, and Craig A. PetersCampbell-Walsh Urology , Tenth Edition. chapter 10, 2012; p.257-326.