Acidentes no Centro Cirúrgico

Última atualização: 01/01/2025

Profissionais que lidam com procedimentos de saúde estão expostos a diversos agentes infecciosos. Esses agentes incluem HIV, HBV (Vírus da Hepatite B), HCV (Vírus da Hepatite C) e outros patógenos transmitidos por sangue e fluidos corporais contaminados. Para minimizar os riscos de contaminação, recomenda-se a adoção de uma série de medidas gerais de proteção, envolvendo tanto precauções de barreira quanto a prevenção de acidentes perfurocortantes. Ver Sistema imunológico.


1. PRECAVENDO-SE CONTRA A CONTAMINAÇÃO

1.1. Uso de Barreiras de Proteção

  1. Luvas, capotes, aventais, botas, máscaras e óculos protetores:
    • Reduzem significativamente o risco de contato direto com sangue e fluidos potencialmente contaminados.
    • Devem ser selecionados conforme o tipo e a duração do procedimento.
  2. Duplo enluvamento:
    • Recomendado em procedimentos de maior risco (por exemplo, cirurgias complexas, longas ou com estimativa de grande perda de sangue).
    • Ajuda a reduzir a carga viral em caso de acidentes perfurocortantes.

1.2. Prevenção de Acidentes com Materiais Perfurocortantes

  • Agulhas, escalpes, lâminas e outros dispositivos perfurantes podem causar lesões e permitir a entrada de patógenos.
  • Recomenda-se o uso de dispositivos de segurança, descarte imediato em recipientes adequados (caixas de perfurocortantes), além de atenção redobrada no manuseio.

1.3. Aplicabilidade das Medidas

  • As normas de proteção variam de acordo com a situação, mas são especialmente necessárias em:
    • Procedimentos diagnósticos invasivos (broncoscopias, cateterismos, punções venosas etc.).
    • Procedimentos cirúrgicos ou de emergência.
    • Procedimentos laboratoriais e necrópsias.
  • Quando possível, utilizar aventais impermeáveis e botas em cirurgias estimadas a durar mais de 2 horas e/ou que apresentem grande volume de sangue.

2. PRINCÍPIOS-CHAVE

  1. Todo paciente deve ser considerado potencialmente contaminado:
    • Evita a estigmatização.
    • Garante que as precauções sejam adotadas sem distinção.
  2. Precauções Padrão:
    • Incluem o uso adequado de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e higiene das mãos.
    • Devem ser aplicadas a todos os pacientes, independentemente do diagnóstico.
  3. Importância do Uso Correto dos EPIs:
    • A barreira só é eficaz se vestida adequadamente.
    • EPIs com tamanho e material corretos para o procedimento.
  4. Descarte Adequado de Materiais Contaminados:
    • Caixas para perfurocortantes.
    • Recipientes específicos para descarte de aventais, luvas e lençóis contaminados.

A adoção de precauções padrão e de boas práticas no manuseio de materiais perfurocortantes constitui a forma mais eficaz de prevenir a exposição dos profissionais de saúde a patógenos presentes em sangue e fluidos corporais. Implementar as normas de segurança de acordo com o tipo de procedimento, considerar todos os pacientes potencialmente contaminados e usar corretamente os EPIs formam o alicerce de uma prática clínica segura. Ver Precauções Padrão (PP) e os cuidados para pacientes e profissionais.


3. FONTES BIBLIOGRÁFICAS

  • SILVA, M.D.A. et al. Enfermagem na Unidade de Centro Cirúrgico. 2. ed. São Paulo: EPU, 1997.
  • SOBECC (Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico). Práticas Recomendadas – SOBECC. 2. Ed. São Paulo, 2003.
  • SILVA, M. D’Apparecida Andrade; RODRIGUES, A. L.; CESARETTI, I. U. R. Enfermagem na Unidade de Centro Cirúrgico. 2. ed., rev. e ampl. São Paulo: EPU, 2001.
  • BRUNNER & SUDDARTH. Tratado de Enfermagem Médico-cirúrgica. V.1. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
  • NEEKER, M. H.; ROTH, R. J. C. Cuidados de Enfermagem ao Paciente Cirúrgico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997.

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