A prevenção em saúde é uma abordagem estratégica para evitar ou minimizar o impacto de doenças e problemas de saúde em indivíduos e populações. No Brasil, a prevenção em saúde, é estruturada nos níveis de prevenção primária, secundária, terciária e quaternária. Esses níveis representam diferentes estágios de intervenção, com objetivos específicos.
Em todo o mundo, os sistemas de saúde estão constantemente em processo de construção e em desenvolvimento para prover um melhor estado de saúde para as suas populações.
Consequentemente, os sistemas não são estáticos, pois devem acompanhar as necessidades e mudanças sociais e culturais que acompanham o desenvolvimento de qualquer sociedade. Entretanto, algumas questões são comuns a todos eles e perpassam o tempo:
- Como melhorar o acesso ao sistema para todas as pessoas da comunidade ou país?
- Como prover ações e atividades de forma integral, equitativa, participativa, democrática e contextualizada?
- Como trabalhar com recursos financeiros limitados e ainda prover um sistema de qualidade adequada?
Na década de 70, foram estabelecidos, por Leavell & Clark (1976), três níveis de prevenção que inter-relacionam atividade médica e saúde pública. Nesse esquema, a promoção da saúde era concebida apenas como um elemento da prevenção primária e voltada mais para os aspectos educativos individuais.
No entanto, a partir da década de 80, após a Carta de Otawa, a promoção da saúde foi revalorizada, tornando-se objeto de políticas públicas em várias partes do mundo.
Os níveis de atenção é organizado e pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Conceito de Promoção da Saúde
A promoção da saúde se refere às ações sobre os condicionantes e determinantes sociais da saúde, dirigidas a impactar favoravelmente a qualidade de vida. Por isso, caracterizam-se fundamentalmente por uma composição intersetorial e, intra-setorialmente, pelas ações de ampliação da consciência sanitária – direitos e deveres da cidadania, educação para a saúde, estilos de vida e aspectos comportamentais, etc.
Assim, para melhorar as condições de saúde de uma população, são necessárias mudanças profundas dos padrões econômicos no interior dessas sociedades e intensificação de políticas sociais, que são eminentemente políticas públicas. Ou seja, para que uma sociedade conquiste saúde para todos os seus integrantes, é necessária ação intersetorial e políticas públicas saudáveis.
Conceito de Prevenção da Saúde
Diferentemente da promoção da saúde, a prevenção de enfermidades tem como objetivo, a redução do risco de se adquirir uma doença específica por reduzir a probabilidade de que uma doença ou desordem afete um indivíduo (CZERESNIA, 2003).
1 – Prevenção primária
A prevenção primária, é a ação tomada para remover causas e fatores de risco de um problema de saúde individual ou populacional antes do desenvolvimento de uma condição clínica. Inclui promoção da saúde e proteção específica (ex.: imunização, orientação de atividade física para diminuir chance de desenvolvimento de obesidade).
Alguns Exemplos:
- Uso de preservativos para evitar a infecção por IST (Infecção Sexualmente Transmissíveis).
- Uso de Capacete pelo Motociclista. Uso de cinto de segurança, airbag, capacetes e outros dispositivos de segurança para ciclistas e motociclistas.
- Uso de luvas para manipular material biológico.
- Controle de vetores, vacinas, como a vacina para poliomelite.
- Ginástica Laboral e Exercício Físico para aqueles que nunca tiveram tendinite, diminuirá as possibilidades de que os mesmos desenvolvam a doença.
2 – Prevenção secundária
É a ação realizada para detectar um problema de saúde em estágio inicial, muitas vezes em estágio subclínico, no indivíduo ou na população, facilitando o diagnóstico definitivo, o tratamento e reduzindo ou prevenindo sua disseminação e os efeitos de longo prazo (ex.: rastreamento, diagnóstico precoce).
Alguns Exemplos:
1 Um paciente hipertenso, previamente diagnosticado, que tem monitoramento de profissionais de saúde, exercício físico orientado, dieta adequada, é livrado das situações de estresse do cotidiano, terá uma evolução muito lenta da patologia, diminuindo incrivelmente as possíveis complicações da doença.
2 Um paciente com infecção por HPV (papiloma vírus humano) no colo do útero, com acompanhamento e orientação do ginecologista, pode evitar o câncer de colo de útero.
3 Um paciente com tendinite em fase aguda, inicial, com o tratamento fisioterapêutico correto, pode evitar piora que evolui para a diminuição dos movimentos do braço.
4 Um paciente com AIDS, fazendo uso correto da medicação, diminui as possibilidades de complicações, melhora a qualidade de vida e garante maior sobre-vida.
3 – Prevenção terciária
É a ação implementada para reduzir em um indivíduo ou população os prejuízos funcionais consequentes de um problema agudo, ou crônico, incluindo reabilitação (ex.: prevenir complicações do diabetes, reabilitar paciente pós-infarto – IAM ou acidente vascular cerebral).
Alguns Exemplos:
1 Um paciente hipertenso, o qual não teve uma prevenção secundária efetiva no controle dessa doença de base, pode sofrer um agravamento da
2 Um paciente hipertenso, previamente diagnosticado, que tem monitoramento de profissionais de saúde, exercício físico orientado, dieta adequada, é livrado das situações de estresse do cotidiano, terá uma evolução muito lenta da patologia, diminuindo incrivelmente as possíveis complicações da doença.
4 – Prevenção quaternária
É a detecção de indivíduo sem risco de intervenções, diagnósticas e/ou terapêuticas, excessivas para protegê-los de novas intervenções médicas inapropriadas e sugerir-lhes alternativas eticamente aceitáveis.
A prevenção de doenças compreende três categorias: manutenção de baixo risco, redução de risco e detecção precoce.
A prevenção, dividida em quatro níveis: primária, secundária, terciária e quaternária, facilita o atendimento para a população e oferece serviços especializados conforme a necessidade.