Última atualização: 01/01/2025
A asma é caracterizada como uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, resultando em hiper-responsividade brônquica, edema de mucosa e produção de muco espesso. A inflamação é difusa e ocasiona episódios recorrentes de sintomas, sendo considerada reversível (com tratamento adequado ou de modo espontâneo). Pode ocorrer em qualquer faixa etária, embora seja mais comum na infância. Em casos graves, pode levar à incapacidade e até mesmo ao óbito. Ver Asma na Emergência.
1. ASPECTOS FUNDAMENTAIS
1.1 Conceito
- Doença inflamatória crônica das vias aéreas.
- Hiperatividade brônquica, resultando em broncoespasmo, edema de mucosa e hiperprodução de muco.
- Processo reversível, diferenciando-a de outras patologias obstrutivas crônicas.
1.2 Fisiopatologia
- Redução do calibre dos brônquios e bronquíolos devido a:
- Broncoespasmo
- Edema das vias aéreas
- Muco espesso e viscoso
- Crises recorrentes de obstrução que podem se manifestar em intensidade leve, moderada ou grave.
1.3 Classificação
- Leve: Sintomas discretos, eventuais, sem prejuízo do sono.
- Moderada: Presença de dispneia e tosse mais frequentes.
- Grave: Sintomas diários, atividades físicas limitadas. Quando se torna persistente e não responde à terapia convencional, denomina-se mal asmático (crise grave).
2. SINAIS E SINTOMAS
- Tosse (muitas vezes produtiva ou seca)
- Enrijecimento do tórax (sensação de aperto)
- Sibilos (chiado)
- Dispneia (falta de ar)
- Cianose (em casos graves)
- Taquicardia
- Sudorese
- Ansiedade e agitação
3. FATORES DE RISCO
- Alergias: Principal fator predisponente
- Exposição crônica a irritantes (poeiras, odores fortes, poluição)
- Condições ambientais (mudanças bruscas de temperatura)
- Tabagismo
- Sinusite ou infecções respiratórias de repetição
- Estresse e desgaste emocional
4. EVOLUÇÃO DO QUADRO
Em alguns casos, a asma evolui para o estado asmático (mal asmático), uma crise grave e persistente que não responde às terapias usuais (broncodilatadores inalatórios, por exemplo). Esse quadro constitui uma emergência médica e pode ser fatal se não tratado de forma imediata e adequada.
5. TRATAMENTO
De maneira geral, segue o mesmo esquema indicado para Bronquite e Enfisema, com ênfase em:
- Broncodilatadores (beta-2 agonistas, anticolinérgicos)
- Corticoides (controle da inflamação)
- Oxigenoterapia, quando necessário
- Medicações de controle (para uso crônico) e de resgate (para crises)
- Educação do paciente quanto ao uso correto de medicamentos inalados
6. PREVENÇÃO E ORIENTAÇÕES
- Evitar fumar e conviver em ambientes com fumantes.
- Evitar mudanças bruscas de temperatura.
- Evitar sair em climas extremamente frios, sem proteção adequada.
- Evitar contato com pessoas com doenças respiratórias.
- Manter boa hidratação (6 a 8 copos de água/dia).
- Controlar o estresse e desgaste emocional (pode agravar a crise).
- Não inalar substâncias irritantes (inseticidas, desodorantes em spray, tintas etc.).
7. CUIDADOS DE ENFERMAGEM (BRONQUITE CRÔNICA, ENFISEMA E ASMA)
- Manter repouso em ambiente arejado e limpo: Favorece a ventilação e diminui irritantes.
- Incentivar a ingestão de líquidos: Ajuda a fluidificar secreções.
- Ambiente calmo e tranquilo: Reduz ansiedade e melhora a respiração.
- Verificar sinais vitais (temperatura, pulso, respiração e pressão) em intervalos regulares, por exemplo, de 4/4 horas.
- Incentivar suspensão do tabagismo: Fator determinante na prevenção de crises e complicações.
- Evitar exposição a ar poluído e esforços físicos exagerados: Minimiza exacerbações.
- Umidificar o ambiente (colocar água fervente, umidificadores) se indicado: Auxilia na redução de irritação das vias aéreas.
- Uso de lenços de papel: Facilita higiene e controle de secreções.
- Dieta nutritiva e balanceada (livre, mas rica em nutrientes): Estimula a imunidade e recuperação geral.
- Aerosolterapia (distante das refeições): Otimiza a absorção dos fármacos inalatórios.
- Oxigenoterapia (Concentração, Pressão e Máscara [CPM] ou conforme prescrição): Mantém adequada oxigenação tecidual.
Considerações Finais
A asma, embora seja uma doença crônica das vias aéreas, é reversível mediante tratamento e adoção de hábitos preventivos. O controle ambiental, a identificação e o afastamento de fatores desencadeantes, além do uso correto dos medicamentos, são fundamentais para minimizar as crises. A educação do paciente é primordial para garantir adesão ao tratamento e promoção de qualidade de vida, reduzindo, assim, complicações e taxas de hospitalização. Ver Prevenção de doenças crônicas: como o seu plano de saúde pode te ajudar.
Matéria excelente!