Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica — DPOC

Última atualização: 01/01/2025

DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica): VISÃO GERAL. A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma condição inflamatória progressiva dos pulmões que dificulta a passagem de ar pelas vias respiratórias. Geralmente ocorre em decorrência de uma exposição prolongada a gases ou partículas irritantes — na maioria das vezes, ao fumo do cigarro — e envolve duas doenças principais: bronquite crônica e enfisema. Embora a DPOC seja uma doença grave, o diagnóstico precoce e o manejo adequado podem controlar os sintomas, melhorar a qualidade de vida e reduzir o risco de complicações associadas. Ver Circulação pulmonar.


1. PRINCIPAIS FORMAS DE DPOC

  1. Bronquite Crônica
    • Inflamação dos brônquios, gerando produção excessiva de muco.
    • Caracteriza-se por tosse crônica com expectoração por, pelo menos, 3 meses/ano em dois anos consecutivos.
  2. Enfisema
    • Destruição das paredes alveolares ao final dos menores condutos aéreos (bronquíolos).
    • Perda de elasticidade dos alvéolos, dificultando a saída de ar dos pulmões e causando aprisionamento de ar.

2. SINAIS E SINTOMAS

Os sintomas geralmente se manifestam após dano pulmonar significativo, podendo piorar se o paciente continuar a se expor ao cigarro ou outros irritantes. Os mais comuns incluem:

  • Falta de ar (especialmente ao realizar atividades físicas)
  • Chiado (sibilo) e aperto no peito
  • Tosse crônica com produção de muco (claro, branco, amarelo ou esverdeado)
  • Acúmulo de muco ao acordar
  • Infecções respiratórias frequentes
  • Lábios ou leitos ungueais arroxeados (cianose), em casos avançados
  • Baixa energia e perda de peso não intencional em estágios avançados
  • Inchaço nos tornozelos, pés ou pernas

Exacerbações podem ocorrer, quando há piora considerável dos sintomas em um curto período.


3. CAUSAS E FATORES DE RISCO

  1. Tabagismo
    • Principal fator de risco; apenas 20–30% dos fumantes desenvolvem DPOC clinicamente aparente, sugerindo influência de fatores genéticos ou ambientais.
  2. Outros Irritantes
    • Fumo passivo, fumaça de charuto ou cachimbo, poluição do ar, poeiras e produtos químicos em ambientes ocupacionais.
  3. Deficiência de Alfa-1-Antitripsina
    • Desordem genética rara que provoca baixos níveis de uma proteína protetora dos pulmões.
    • Pode levar à DPOC em idades mais precoces, em especial em fumantes.
  4. Idade e Genética
    • Geralmente, os sintomas surgem após os 40 anos.
    • Fatores genéticos além da deficiência de alfa-1-antitripsina podem aumentar a suscetibilidade.

4. COMO A DPOC AFETA OS PULMÕES

  • Estrutura das Vias Aéreas
    • O ar percorre a traqueia, divide-se nos brônquios e em múltiplos bronquíolos, terminando nos alvéolos.
    • Em condições normais, o oxigênio passa para a corrente sanguínea pelos alvéolos, enquanto o dióxido de carbono é exalado.
  • Mecanismo de Obstrução
    • Bronquite Crônica: Inflamação dos brônquios, produção excessiva de muco e estreitamento das vias aéreas.
    • Enfisema: Destruição dos alvéolos e perda de elasticidade, resultando em retenção de ar no pulmão.

5. COMPLICAÇÕES

  • Infecções Respiratórias (resfriados, gripes, pneumonia)
  • Problemas cardíacos (aumento do risco de infarto e outras cardiopatias)
  • Câncer de Pulmão (risco maior em pacientes com DPOC)
  • Hipertensão Pulmonar (pressão alta nas artérias do pulmão)
  • Depressão (decorrente de limitação das atividades e do estresse da doença)

6. PREVENÇÃO

  • Evitar ou Parar de Fumar: O passo mais importante para prevenir ou retardar a progressão da DPOC.
  • Controle de Exposição Ocupacional: Uso adequado de equipamentos de proteção em ambientes com poeiras, fumaças ou produtos químicos.
  • Ambientes Bem Ventilados: Em especial ao cozinhar ou aquecer com combustíveis que geram fumaça.

7. MANEJO E TRATAMENTO

Embora a DPOC não tenha cura completa, é possível controlar os sintomas e retardar sua progressão por meio de:

  1. Cessação do Tabagismo
    • Reduz drasticamente a velocidade de deterioração da função pulmonar.
  2. Medicações
    • Broncodilatadores (relaxam os músculos das vias aéreas, facilitando a respiração)
    • Corticoides Inalados (diminuem a inflamação dos brônquios)
    • Combinações de Broncodilatador + Corticoide
    • Antibióticos (para infecções bacterianas exacerbadas)
    • Terapia de Reposição de Alfa-1-Antitripsina (em casos de deficiência dessa proteína)
  3. Oxigenoterapia
    • Indicada para pacientes com baixa oxigenação sanguínea; pode melhorar a qualidade de vida e aumentar a sobrevida em casos graves.
  4. Reabilitação Pulmonar
    • Programa multidisciplinar que inclui exercícios, suporte nutricional e educação para melhorar tolerância ao esforço e capacidade respiratória.
  5. Ajustes no Estilo de Vida
    • Prática de exercícios conforme orientação profissional, alimentação balanceada, vacinação (gripe e pneumonia) e evitar contaminantes.

Comprometimento progressivo do fluxo de ar

A DPOC, uma das principais causas de morbidade e mortalidade, resulta sobretudo do tabagismo crônico e de outras exposições ambientais. Inclui bronquite crônica e enfisema, que levam a um comprometimento progressivo do fluxo de ar e da capacidade respiratória. Apesar de não ser reversível, a DPOC pode ter seus sintomas gerenciados por meio de cessação do tabagismo, terapias medicamentosas e mudanças no estilo de vida, proporcionando aos pacientes uma melhor qualidade de vida e menor risco de complicações. Ver Fumaça em São Paulo aumenta casos de doenças respiratórias.

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