Medicamentos psiquiátricos

Medicamentos psiquiátricos

Atualizado em 08/02/2023 às 08:43

Os pacientes que fazem uso de medicamentos psiquiátricos podem apresentar diversos efeitos colaterais e reações adversas.

Sinais e sintomas dos efeitos colaterais

Os medicamentos psiquiátricos, que merecem destaque neste item, são: haloperidol, clorpromazina, levomepromazina, imiprarina e imiptrilina, sertralina e fluoxetina, olanzapina, risperidona, quetiapina, ziprazidona, clozapina, carbonato de lítio, carbamazepina, ácido valproico, benzodiazepínicos (diazepam, midozolam, lorazepam e clonazepam) e tramilcipromina.

O medicamento haloperidol é classificado como antipsicótico, sendo indicado nos casos de agitação grave, delírios, alucinações, distúrbios psicos- somáticos, transtorno obsessivo-compulsivo grave, impulsividade e mania psicótica. Sua administração pode ser por via oral (comprimidos e gotas) ou intramuscular.

Os pacientes em uso de haloperidol podem apresentar, como efeitos colaterais: distonia, síndrome extrapiramidal, hipotensão ortostática, discinesia tardia, acatisia, convulsões, rush cutâneo, náusea, visão turva, vômito, sialorreia, aumento do apetite, aumento de peso corpóreo, obstipação e disfagia.

Cuidados específicos por parte da enfermagem quanto ao haloperidol:

  • Atentar para a forma de apresentação, a dosagem e a via de administração prescritas pelo médico.
  • Atentar para interação medicamentosa com álcool, anestésicos, barbitúricos e metildopa, pois tais medicamentos potencializam o efeito do haloperidol.
  • Atentar para interação medicamentosa com anticonvulsivantes, pois o medicamento haloperidol reduz o limiar convulsígeno.
  • Atentar para a interação medicamentosa com guanetidina, pois o haloperidol apresenta efeito antagonista ao anti-hipertensivo.
  • Atentar para a interação medicamentosa com antiácidos e antidiarreicos, por inibir a absorção oral.
  • Atentar para interação medicamentosa com epinefrina, pois há risco de hipotensão.
  • Orientar o paciente sobre risco de queda devido à hipotensão ortostática, convulsões e visão turva.
  • Atentar para sinais e sintomas dos efeitos colaterais.

O medicamento clorpromazina é classificado como antipsicótico, sendo indicado nos casos de agitação grave, delírios, alucinações, distúrbios psicossomáticos, transtornos obsessivo-compulsivos graves, impulsividade e mania psicótica. Sua administração pode ser por via oral (comprimidos e gotas) ou intramuscular.

Os pacientes em uso de clorpromazina podem apresentar, como efeitos colaterais: distonia, síndrome extrapiramidal, hipotensão ortostática, discinesia tardia, acatisia, convulsões, rush cutâneo, náusea, visão turva, vômito, aumento do apetite, aumento de peso corpóreo, obstipação e disfagia.

Cuidados específicos por parte da enfermagem quanto à clorpromazina:

  • Atentar para a forma de apresentação, a dosagem e a via de administração prescritas pelo médico.
  • Atentar para sinais e sintomas dos efeitos colaterais.

O medicamento levomepromazina é classificado como antipsicótico, sendo indicado nos casos de agitação grave, delírios, alucinações, distúrbios psicossomáticos, transtornos obsessivo-compulsivos graves, impulsividade e mania psicótica. Sua administração pode ser por via oral (comprimidos e gotas) ou intramuscular.

Cuidados específicos por parte da enfermagem quanto à levomepromazina:

  • Atentar para a forma de apresentação, a dosagem e a via de administração prescritas pelo médico.
  • Atentar para sinais e sintomas dos efeitos colaterais.

Os medicamentos imiprarina e imiptrilina são classificados como antipsicóticos, sendo indicados nos casos de depressão maior, distimia, transtornos ansiosos e dor crônica. Sua administração é por via oral.

Os pacientes em uso desses medicamentos podem apresentar, como efeitos colaterais e reações adversas: diminuição da secreção salivar, constipação intestinal, aumento do tônus do esfíncter vesical (causando dificuldade para urinar), glaucoma, alterações no sistema de condução cardíaca, hipotensão postural, diminuição do limiar convulsígeno, estados de delírio, hiperpirexia, náusea, vômito, diarreia, ansiedade e insônia.

Cuidados específicos por parte da enfermagem quanto às imiprarina e imiptrilina:

  • Atentar para a forma de apresentação, a dosagem e a via de administração prescritas pelo médico.
  • Atentar para interação medicamentosa com álcool, pois es- ses medicamentos potencializam o efeito depressor do sistema nervoso central.
  • Atentar para interação medicamentosa com anticonvulsivantes, pois os medicamentos imiprarina e imiptrilina podem diminuir os efeitos da medicação antidepressiva, baixar o limiar convulsí- geno e acentuar a depressão do sistema nervoso central.
  • Atentar para sinais e sintomas dos efeitos colaterais.

Os medicamentos sertralina e fluoxetina são classificados como an- tipsicóticos, sendo indicados nos casos de depressão, transtorno de pânico, transtorno obsessivo-compulsivo, bulimia nervosa e outros transtornos ali- mentares. Sua administração é por via oral.

Os pacientes em uso desses medicamentos podem apresentar, como efeitos colaterais e reações adversas: náuseas, diarreia, indisposição diges- tiva, tremor, tontura, vertigem, insônia ou sonolência, sudorese, boca seca, perda de apetite, perda de peso e disfunção sexual (homens).

Cuidados específicos por parte da enfermagem quanto às sertralina e fluoxetina:

  • Atentar para a forma de apresentação, a dosagem e a via de administração prescritas pelo médico.
  • Atentar para interação medicamentosa com clozapina, pois pode ocorrer elevação de sua concentração acentuando o risco de convulsões.
  • Orientar o paciente a não dirigir e não operar máquinas, de- vido ao aumento da sonolência.
  • Orientar o paciente sobre risco de queda, devido à tontura e à vertigem.
  • Atentar para sinais e sintomas dos efeitos colaterais.

O medicamento olanzapina é classificado como antipsicótico, sendo indicado nos casos de esquizofrenia, transtornos esquizoafetivos, delírios, alucinações, hostilidade, agressividade, afeto diminuído, isolamento social, pobreza de linguagem, agitação e mania bipolar. Sua administração pode ser por via oral (comprimidos) ou intramuscular.

Os pacientes em uso de olanzapina podem apresentar, como efeitos colaterais e reações adversas: aumento de peso, sedação, acatisia, disfunção sexual, constipação, boca seca, tontura, tremores, síndrome neuroléptica maligna, hipotensão ortostática e efeitos extrapiramidais.

Cuidados específicos por parte da enfermagem quanto à olanzapina:

  • Atentar para a forma de apresentação, a dosagem e a via de administração prescritas pelo médico.
  • Atentar para interação medicamentosa com álcool, pois esse medicamento aumenta o risco de convulsões.
  • Atentar para interação medicamentosa com medicamentos classificados como benzodiazepínicos, pois potencializam a sonolência, a hipotensão postural e a depressão respiratória.
  • Orientar o paciente para não dirigir e não operar máquinas, devido ao risco de sonolência.
  • Orientar o paciente sobre risco de queda, devido à hipotensão ortostática e tontura.
  • Atentar para sinais e sintomas dos efeitos colaterais.

O medicamento risperidona é classificado como antipsicótico, sendo indicado no tratamento de esquizofrenia, transtornos esquizoafetivos, de- lírios, alucinações, hostilidade, agressividade, afeto diminuído, isolamento social, pobreza de linguagem, agitação e mania bipolar. Sua administração é por via oral (comprimidos e solução oral).

Os pacientes em uso de risperidona podem apresentar, como efei- tos colaterais e reações adversas: acatisia, agitação, ansiedade, aumento de apetite, cefaleia, disfunção sexual, hipotensão postural, sedação, parkinsonismo, taquicardia e tremores.

Cuidados específicos por parte da enfermagem quanto à risperidona:

  • Atentar para a forma de apresentação, a dosagem e a via de
  • Atentar para interação medicamentosa com álcool, pois pode aumentar o risco de convulsões, sedação e alterações cardíacas.
  • Atentar para interação medicamentosa com carbamazepina, barbitúricos, omeprazol e glicocorticoides; eles reduzem os níveis séricos da risperidona.
  • Orientar o paciente sobre risco de queda, devido à hipotensão postural.
  • Atentar para sinais e sintomas dos efeitos colaterais.

O medicamento quetiapina é classificado como antipsicótico, sendo indicado no tratamento de esquizofrenia, transtornos esquizoafetivos, delírios, alucinações, hostilidade, agressividade, afeto diminuído, isolamento social, pobreza de linguagem, agitação e mania bipolar. Sua administração é por via oral (comprimidos).

Os pacientes em uso de quetiapina podem apresentar, como efeitos colaterais e reações adversas: aumento de peso, boca seca, constipação, hipotensão, sonolência e tontura.

Cuidados específicos por parte da enfermagem quanto à quetiapina:

  • Atentar para a forma de apresentação, a dosagem e a via de administração prescritas pelo médico.
  • Atentar para interação medicamentosa com álcool, pois esses medicamentos aumentam a sedação.
  • Atentar para interação medicamentosa com anti-hipertensivos; eles potencializam o efeito da quetiapina;
  • Atentar para interação medicamentosa com haloperidol e risperidona, pois perdem o efeito se usados com a quetiapina.
  • Atentar para a interação medicamentosa com barbitúricos e carbomazepina, pois há redução do nível sérico da quetiapina.
  • Atentar para a interação medicamentosa com o cetoconazol, pois este aumenta os níveis séricos da quetiapina.
  • Atentar para sinais e sintomas dos efeitos colaterais.

O medicamento ziprazidona é classificado como antipsicótico, sendo indicado no tratamento de esquizofrenia, transtornos esquizoafetivos, agitação psicótica, mania bipolar e nas recidivas. Sua administração é por via oral. O paciente em uso de ziprazidona pode apresentar, como efeitos colaterais e reações adversas: síndrome extrapiramidal, tontura, náuseas, cefaleia, coriza e hipotensão postural.

Cuidados específicos por parte da enfermagem quanto à ziprazidona:

  • Atentar para a forma de apresentação, a dosagem e a via de administração prescritas pelo médico.
  • Atentar para sinais e sintomas dos efeitos colaterais.

O medicamento clozapina é classificado como antipsicótico, sendo indicado nos tratamentos em que não há resposta com antipsicóticos tradicionais, em virtude de os pacientes não tolerarem os efeitos colaterais. Sua administração é por via oral.

Os pacientes em uso de clozapina podem apresentar, como efeitos colaterais e reações adversas: agranulocitose, convulsões, sedação, sialorreia, aumento de peso corpóreo, hipotensão ortostática, náusea, enurese, obstipação, taquicardia e visão turva.

Cuidados específicos por parte da enfermagem quanto à clozapina:

  • Atentar para a forma de apresentação, a dosagem e a via.
  • Atentar para interação medicamentosa com carbazepina, pois esta provoca diminuição dos níveis séricos de clozapina, aumentando o risco de agranulocitose.
  • O paciente deve ser submetido a controle de hemograma, mensalmente.
  • Atentar para sinais e sintomas dos efeitos colaterais.

O medicamento carbonato de lítio é classificado como estabilizador de humor, sendo indicado no controle de episódios de mania. Sua administração é por via oral.

Os pacientes em uso de carbonato de lítio podem apresentar como efeitos colaterais e reações adversas: náuseas, boca seca, diarreia, dor abdominal, estomatite, tremor fino nas mãos, poliúria, aumento da sede, fala pastosa, confusão, tontura, vertigem, cefaleia, ataxia, perda de memória, alopecia, pruridos, incontinência urinária e edema.

A toxicidade do lítio pode aparecer com níveis séricos muito próximos ao nível terapêutico.

Cuidados específicos por parte da enfermagem quanto ao carbonato de lítio:

  • Atentar para a forma de apresentação, a dosagem e a via de administração prescritas pelo médico.
  • Atentar para interação medicamentosa com aminofilina, cafeína e bicarbonato de sódio, pois tais substâncias diminuem a excreção urinária.
  • Atentar para interação medicamentosa com diuréticos, pois pode haver toxicidade, devido à capacidade do carbonato de lítio de retardar a excreção renal, aumentando seu nível sérico.
  • Atentar para interação medicamentosa com haloperidol, pois há risco de neurotoxicidade e lesão cerebral irreversível.
  • Atentar para a interação medicamentosa com metildopa e tetraciclina, pois há risco de toxicidade, devido à diminuição da excreção renal do carbonato de lítio.
  • Atentar para interação medicamentosa com noraepinefrina, pois pode provocar queda de pressão arterial.
  • Atentar para a interação medicamentosa com relaxantes musculares, pois eles podem potencializar ou prolongar o efeito do medicamento.
  • Atentar para dietas pobres em cloreto de sódio, pois o uso do lítio diminui a capacidade de reabsorção de sódio pelos túbulos renais.
  • Atentar para sinais e sintomas dos efeitos colaterais.

O medicamento carbamazepina é classificado como anticonvulsivante e estabilizador de humor. É indicado como alternativa ao tratamento com lítio. Seus efeitos colaterais já foram descritos no item “Medicamentos anticonvulsivantes”.

O medicamento ácido valproico é classificado como anticonvulsivante e estabilizador de humor. É indicado no controle de episódios de mania. Seus efeitos colaterais já foram descritos no item “Medicamentos anticonvulsivantes”.

Os medicamentos diazepam, midazolam, lorazepam e clonazepam, classificados como benzodiazepínicos, são indicados no tratamento de ansiedade, abstinência alcoólica, espasmos musculares, sedação pré-anestésica e crises convulsivas. Sua administração pode ser por via oral, intramuscular ou endovenosa.

Os pacientes em uso desses medicamentos podem apresentar, como efeitos colaterais e reações adversas: confusão, cefaleia, ansiedade, tremores, excitação, fadiga, depressão, insônia, alucinações, náuseas, vômitos, constipação ou diarreia, anorexia, dermatites, hipotensão ortostática, taquicardia, visão turva e midríase.

Cuidados específicos por parte da enfermagem quanto ao diazepam, ao midazolam, ao lorazepam e ao clonazepam:

  • Atentar para a forma de apresentação, a dosagem e a via de administração prescritas pelo médico.
  • Atentar para interação medicamentosa com carbamazepina, pois ela pode diminuir a meia-vida dos benzodiazepínicos.
  • Atentar para interação medicamentosa com cimetidina, pois pode haver inibição do metabolismo hepático.
  • Atentar para interação medicamentosa com depressores do sistema nervoso central, álcool, analgésicos e anestésicos, pelo fato de poderem potencializar a ação dos benzodiazepínicos.
  • Atentar para a interação medicamentosa com tricíclicos, pois estes podem aumentar os efeitos dos benzodiazepínicos.
  • Atentar para interação medicamentosa com isoniazida; ela pode inibir a eliminação do diazepam e, consequentemente, elevar seus níveis plasmáticos.
  • Atentar para interação medicamentosa com fenitoína, pois pode ocorrer diminuição do metabolismo, elevando os níveis de fenitoína no plasma.
  • Atentar para a interação medicamentosa com levodopa, pois este pode diminuir o efeito dos benzodiazepínicos.
  • Orientar pacientes sobre risco de queda decorrente de hipotensão e visão turva.
  • Atentar para sinais e sintomas dos efeitos colaterais.

O medicamento tramilcipromina é classificado como antidepressivo, sendo indicado nos casos de depressão maior (quando não há resposta a outros medicamentos), depressão atípica, transtorno de pânico, agorafobia e fobia social. Sua administração é por via oral.

Os pacientes em uso de tramilcipromina podem apresentar, como efeitos colaterais e reações adversas: hipotensão ortostática, fadiga, agitação, aumento do apetite, bradicardia, cólica abdominal, diminuição de libido, fraqueza, aumento de peso, sedação, tontura, vertigem, encurtamento dos períodos de sono e alteração dos níveis séricos de glicose.

Cuidados específicos por parte da enfermagem quanto à tramilcipromina:

  • Atentar para a forma de apresentação, a dosagem e a via de administração prescritas pelo médico.
  • Atentar para interação com nutrientes que contenham aminas vasoativas (queijo, fígado, embutidos, enlatados, peixes, molho de soja, cerveja, vinho, chocolate, café, vodka, berinjela, espinafre, tomate etc.), pois pode haver agitação e encurtamento do sono.
  • Atentar para interação medicamentosa com descongestionantes nasais, anfetaminas, efedrina, fenilpropanolamina, fenilefrina, metaraminol, metifenidato, anestésicos com vasoconstritores, levodopa e antidepressivos, devido ao fato de poderem causar crise depressiva.
  • Orientar o paciente para risco de queda decorrente de tontura, vertigem e hipotensão.
  • Atentar para sinais de intoxicação (cefaleia, tonturas, dor precordial, confusão, agitação, convulsões, hipertermia, hipotensão ou hipertensão, euforia, dores musculares e parestesias).

REFERÊNCIAS

1. Administração de medicamentos na Enfermagem. Rio de Janeiro: EPUB. 2ª ed, 2002
2. FURP – Memento Terapêutico. Secretaria de Estado da Saúde. 6ª ed., nov/95.
3. STAUT, NAÍMA DA SILVA – Manual de drogas e soluções. São Paulo: EPU, 1986.
4. ZANINI, A.C., OGA S. – Farmacologia aplicada. 5º ed. São Paulo: Atheneu, 1994.
5.FAKIH, F.T. – Manual de Diluição e administração de medicamentos injetáveis. 1ªed.
Rio de Janeiro, 2000
6. FONSECA, S.M. et al – Manual de Quimiterapia antineoplasica. 1ªed, Rio de Janeiro,
2000
7. DUNCAN, H.A. et al – Dicionário Andrei para enfermeiros e outros profissionais da
saúde, 2ªed, São Paulo, 1995

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