Ameba que come cérebro pode ser encontrada

Última atualização: 31/12/2024

A Naegleria fowleri é uma ameba de vida livre amplamente conhecida pelo apelido assustador de “ameba comedora de cérebros”. Embora rara, essa ameba tem a capacidade de invadir o sistema nervoso humano e causar uma doença devastadora chamada Meningoencefalite Amebiana Primária (MAP). Com uma taxa de fatalidade próxima de 97%, ela representa um risco extremamente letal, embora os casos sejam esporádicos e concentrados em regiões específicas do mundo. Ela pode invadir e atacar o sistema nervoso humano, embora isso raramente ocorra, tal infecção quase sempre resulta na morte da vítima.

O que é a Naegleria Fowleri?

A Naegleria fowleri é uma das 30 espécies pertencentes ao gênero Naegleria, mas é a única conhecida por infectar seres humanos. Encontrada no ambiente natural, como água e solo, a ameba possui três formas evolutivas distintas:

  1. Cisto: Forma resistente, que permite a sobrevivência em condições adversas.
  2. Forma flagelada: Presente na água, quando em vida livre.
  3. Trofozoíta: Forma infectante e ativa, responsável pelos casos de infecção em humanos.

Esse protozoário é termofílico e termotolerante, preferindo ambientes de água morna e parada, como lagos, rios, piscinas mal tratadas e até fontes inesperadas, como filtros de ar condicionado e poeira hospitalar.


Como ocorre a infecção?

A infecção pela Naegleria fowleri ocorre quando a ameba entra em contato com o corpo humano por meio do nariz. Da cavidade nasal, ela se desloca até o cérebro, onde começa a se multiplicar, causando inflamação, hemorragias e destruição dos tecidos. ver Estudo genômico mapeia o ressurgimento global da sífilis.

Apesar de a ameba estar presente em diversas partes do mundo, a infecção só ocorre em condições muito específicas:

  • Contato direto com água contaminada.
  • Exposição a águas quentes e paradas, especialmente em temperaturas acima de 25ºC.

Sintomas da Meningoencefalite Amebiana Primária (MAP)

Os sintomas iniciais da MAP são facilmente confundidos com meningite bacteriana, dificultando o diagnóstico precoce. Entre os sinais mais comuns estão:

  • Febre alta.
  • Dor de cabeça severa.
  • Vômitos persistentes.
  • Sensibilidade à luz e ao som.
  • Alterações no comportamento, como agressividade ou apatia.
  • Rigidez na nuca.
  • Convulsões e perda de consciência em estágios avançados.

A doença tem uma progressão extremamente rápida, levando à morte em poucos dias se não tratada.


Casos Registrados e Taxa de Mortalidade

Embora a Naegleria fowleri seja amplamente distribuída pelo planeta, os casos documentados de infecção são raros. Nos Estados Unidos, por exemplo, foram registrados 143 casos entre 1962 e 2016, dos quais apenas quatro pessoas sobreviveram.

Na América do Sul, os registros são ainda mais esparsos:

  • Dois casos na Venezuela (1998).
  • Um caso na Argentina (2023).

No Brasil, a situação é peculiar. Apesar da presença confirmada da Naegleria fowleri no país, apenas cinco casos de meningoencefalite amebiana primária foram relatados até hoje, sendo apenas um atribuído diretamente à ameba comedora de cérebros.

A baixa incidência pode estar relacionada às condições específicas necessárias para o desenvolvimento da doença, mas também reflete a dificuldade no diagnóstico. Estima-se que 75% dos casos só são confirmados post-mortem, após análise do líquor (líquido cefalorraquidiano).


Impacto do Aquecimento Global

Especialistas apontam que o aquecimento global pode aumentar os riscos de contaminação pela Naegleria fowleri. O aumento das temperaturas das águas em todo o mundo cria condições mais favoráveis para a proliferação dessa ameba termotolerante.

Crianças e jovens são as principais vítimas dessa infecção, pois tendem a explorar lagos, córregos e outros corpos d’água naturais com maior frequência, aumentando a exposição ao protozoário.


Prevenção: Como Evitar a Contaminação

Embora a MAP seja extremamente letal, existem medidas simples para prevenir a infecção:

  1. Evitar nadar em lagos e rios com água parada ou aquecida.
  2. Usar prendedores nasais ao entrar em contato com águas potencialmente contaminadas.
  3. Manter piscinas devidamente tratadas com cloro e outros agentes desinfetantes.
  4. Evitar a utilização de águas mornas de fontes desconhecidas para limpeza nasal.

É importante ressaltar que a infecção pela Naegleria fowleri não é contagiosa, ou seja, uma pessoa infectada não transmite o protozoário para outras.


O Desafio do Diagnóstico

Um dos maiores desafios no combate à MAP é o diagnóstico precoce. A confirmação da infecção exige a análise do líquor e o reconhecimento da presença da ameba, procedimentos nem sempre realizados rapidamente. Isso contribui para a alta taxa de mortalidade associada à doença.

Poucos tratamentos têm mostrado eficácia, e, nos casos registrados, apenas dois sobreviventes nos Estados Unidos foram relatados após o uso de medicamentos experimentais e intervenções agressivas.


Conclusão

A Naegleria fowleri é um parasita raro, mas extremamente perigoso. Sua presença em ambientes naturais e a alta letalidade reforçam a importância de medidas preventivas, especialmente em regiões onde o protozoário é mais prevalente.

Embora os casos no Brasil sejam esporádicos, a vigilância deve ser constante, especialmente diante do impacto das mudanças climáticas. O conhecimento sobre a MAP e a adoção de práticas preventivas são essenciais para reduzir os riscos de infecção e garantir a segurança das populações expostas a ambientes de risco.

A educação sobre a ameba comedora de cérebros é uma ferramenta poderosa para proteger vidas e evitar que tragédias como as registradas em outros países se tornem mais comuns. Câncer de Bexiga

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