Caso de agressão a técnica de enfermagem gerou revolta de trabalhadores em BH

Caso de agressão a técnica de enfermagem gerou revolta de trabalhadores em BH

Caso de agressão contra técnica de enfermagem no Hospital Julia Kubitschek em Belo Horizonte (BH), gerou revolta entre os profissionais da enfermagem.

Após ter sido agredida e ameaçada nesta sexta-feira (03/02), a técnica de enfermagem denuncia o fato ocorrido no Hospital Julia Kubitschek, em Belo Horizonte (BH). O caso gerou revolta dos profissionais de enfermagem. Eles acionaram o fato à Polícia Militar e ao Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde/MG). A Polícia Militar (PM) esteve na unidade e conduziu a suspeita das agressões à delegacia. 

A mulher suspeita de agressão, estava na unidade de saúde como visitante. Ela teria agido de violência contra a técnica de enfermagem, após fazer uma reclmação do atendimento.

Ela partiu para cima da trabalhadora e tentou dar um mata-leão [técnica de estrangulamento] nela, segundo relato dos funcionários que presenciaram”, declara Neuza Freitas, Diretoria do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais.

Segundo informações do Sind-Saúde/MG, técnica de enfermagem e enfermeiro são frequentemente agredidos em hospitais administrados pelo Estado. Sobre a recente agressão da Técnica de Enfermagem, o Sindicato ainda afirma que os profissionais ficaram revoltados com o acontecido e se reuniram para não deixar a suspeita de agressão fugir.

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) disse que a direção do Hospital Júlia Kubitschek foi comunicada do fato e que eles estão tomando todas as medidas cabíveis.

A prioridade foi socorrer a servidora, que sofreu escoriações e foi atendida na própria unidade. A Polícia Militar foi acionada para deter a autora, registrar boletim de ocorrência e dar prosseguimento às ações legais diante do acontecido. A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) se prontificou a oferecer apoio e assistência à servidora e a colaborar na elucidação dos fatos, que está sob responsabilidade da polícia”, completou.

Relatório de agressão contra profissionais de enfermagem

Infelizmente, a agressão contra profissionais de enfermagem é uma realidade presente em diversas partes do mundo, sendo considerada um grave problema de saúde pública. Esses profissionais são expostos a situações de violência verbal, física e psicológica, muitas vezes, sem a devida proteção e apoio.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 50% dos profissionais de saúde relatam ter sofrido algum tipo de violência no ambiente de trabalho, sendo que os profissionais de enfermagem são os mais afetados. A agressão pode ocorrer tanto por parte dos pacientes e familiares como de colegas de trabalho e gestores.

No Brasil, a situação não é diferente. De acordo com o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), entre janeiro e julho de 2021, foram registradas 323 ocorrências de violência contra profissionais de enfermagem em todo o país, incluindo agressões verbais e físicas, ameaças e assédio moral. Além disso, muitas vezes, as agressões não são denunciadas por medo de represálias ou por acreditar que não haverá punição para o agressor.

Essa realidade impacta não só a saúde dos profissionais de enfermagem, mas também a qualidade do atendimento prestado aos pacientes. A exposição à violência pode levar a problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e estresse pós-traumático, além de afetar a motivação e a produtividade no trabalho.

É importante que as instituições de saúde adotem medidas para prevenir e combater a violência contra profissionais de enfermagem, como a criação de políticas de segurança no trabalho, o treinamento dos funcionários para lidar com situações de conflito e a disponibilização de canais de denúncia e apoio psicológico para as vítimas. Além disso, é fundamental que a sociedade valorize e respeite o trabalho desses profissionais, reconhecendo a importância do seu papel na assistência à saúde.

Se o profissional de enfermagem for agredido no trabalho, o que ele deve fazer?

Se o profissional de enfermagem for agredido no trabalho, a primeira medida a ser tomada é buscar ajuda imediata, acionando os protocolos de segurança da instituição em que trabalha. É importante que ele relate o ocorrido a um superior, como um enfermeiro coordenador, e que preencha um boletim de ocorrência policial, se necessário.

Além disso, é recomendado que o profissional busque atendimento médico para verificar se houve alguma lesão física decorrente da agressão. É fundamental também que ele preserve as provas do ocorrido, como imagens de câmeras de segurança, testemunhas e documentos, para que possam ser utilizados em um eventual processo legal.

O profissional de enfermagem pode ainda recorrer aos sindicatos ou às entidades representativas da categoria para orientações sobre os procedimentos a serem adotados e para buscar apoio jurídico e psicológico. É importante que ele denuncie a agressão às autoridades competentes e que acompanhe o processo para garantir que haja punição para o agressor.

Vale ressaltar que, além das medidas legais, é fundamental que o profissional de enfermagem receba suporte emocional para lidar com as consequências psicológicas da agressão. As instituições de saúde devem oferecer apoio psicológico para as vítimas de violência no trabalho, para que possam se recuperar do trauma e retornar às suas atividades profissionais.

O que o Cofen faz para ajudar a diminuir as agressões no ambiente de trabalho?

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) tem um papel importante na luta contra as agressões no ambiente de trabalho dos profissionais enfermeiro, técnica de enfermagem e auxiliares de enfermagem. Dentre as principais ações do Cofen para ajudar a diminuir as agressões, podemos destacar:

  1. Normatização: o Cofen estabelece normas e regulamentações que visam proteger os profissionais de enfermagem de situações de violência no ambiente de trabalho. Entre essas normas, podemos citar a Resolução Cofen nº 564/2017, que estabelece a obrigatoriedade de instituições de saúde adotarem medidas para prevenção e combate à violência no ambiente de trabalho;
  2. Orientação: o Cofen produz e divulga materiais informativos e orientativos sobre a prevenção e combate à violência no ambiente de trabalho da enfermagem, com o objetivo de conscientizar os profissionais e gestores sobre a importância do tema;
  3. Fiscalização: o Cofen fiscaliza o cumprimento das normas e regulamentações relacionadas à segurança e proteção dos profissionais de enfermagem no ambiente de trabalho, garantindo que as instituições de saúde cumpram com suas obrigações;
  4. Apoio jurídico: o Cofen oferece apoio jurídico aos profissionais de enfermagem vítimas de agressões no ambiente de trabalho, orientando-os sobre as medidas legais a serem tomadas e garantindo que seus direitos sejam respeitados;
  5. Sensibilização: o Cofen promove campanhas e ações de sensibilização junto à sociedade e aos gestores de saúde sobre a importância da valorização e proteção dos profissionais de enfermagem, combatendo o preconceito e a violência no ambiente de trabalho.
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