Última atualização: 09/04/2025
O Ministério da Saúde deu início a uma nova fase da campanha de vacinação contra a gripe em todo o país, com foco especial na proteção dos grupos mais vulneráveis. A estratégia para 2025 envolve a distribuição de 73,6 milhões de doses do imunizante, com o objetivo de alcançar 90% do público prioritário. A ação será realizada em duas etapas ao longo do ano: a primeira contempla as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste; já a segunda será dedicada ao Norte do país, durante o chamado “inverno amazônico” — período que concentra maior incidência de vírus respiratórios na região. Embora o início esteja definido, o governo ainda não estabeleceu uma data final para o encerramento da campanha.
Quem tem direito à vacina gratuita?
A imunização nos postos de saúde é direcionada a um público-alvo específico, composto por pessoas com maior risco de desenvolver complicações decorrentes do vírus influenza. Estão incluídas:
- Crianças de 6 meses a menores de 6 anos
- Gestantes
- Idosos com 60 anos ou mais
- Puérperas (mulheres que deram à luz recentemente)
- Trabalhadores da saúde e da educação
- Povos indígenas e pessoas em situação de rua
- Pessoas com doenças crônicas ou deficiências permanentes
- Caminhoneiros, profissionais do transporte público e portuários
- Forças de segurança e das Forças Armadas
- Funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade, incluindo jovens em medidas socioeducativas entre 12 e 21 anos
Existem contraindicações para a vacina?
De forma geral, a vacina contra a gripe é considerada segura para quase toda a população. A única contraindicação relevante, segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), é para indivíduos que já tiveram reação anafilática a algum dos componentes da vacina.
Apesar de ser muitas vezes subestimada, a gripe é uma doença que pode levar a quadros graves e até à morte. A médica Mônica Levi, presidente da SBIm, explica que o vírus influenza está em constante mutação, o que dificulta uma imunidade duradoura. Além disso, a gripe pode desencadear ou agravar problemas cardíacos e pulmonares, e descompensar doenças crônicas como o diabetes.
Vacina pode causar gripe?
Não. O imunizante utilizado é composto por vírus inativados, ou seja, não existe risco biológico de a vacina provocar a doença.
No entanto, é comum que, na época da vacinação, outras infecções respiratórias estejam circulando, o que pode gerar coincidências e confusões quanto aos sintomas.
Efeitos colaterais: o que esperar após a aplicação?
A vacina pode gerar efeitos leves e passageiros, como dor e vermelhidão no local da aplicação. Em casos mais raros, sintomas como dor no corpo, febre ou mal-estar geral também podem surgir, mas costumam desaparecer em até dois dias.
É necessário se vacinar todos os anos?
Sim. Como o vírus sofre mutações frequentes, a vacina é atualizada anualmente com base nas cepas mais recentes indicadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A recomendação é tomar a dose antes do aumento da circulação viral, que costuma ocorrer entre março e junho no Brasil.
Diferenças entre as vacinas do SUS e da rede privada
No sistema público, a vacina oferecida é a trivalente, que protege contra duas cepas do vírus Influenza A (H1N1 e H3N2) e uma do tipo B. Já na rede privada, há também a opção da quadrivalente — que inclui uma cepa adicional do tipo B — e da Efluelda, específica para idosos, com maior concentração de antígenos, proporcionando uma resposta imunológica mais robusta.
Valores na rede particular: quanto custa se vacinar?
Para quem optar pela vacinação em clínicas privadas ou farmácias, o custo da dose varia. A versão trivalente e a quadrivalente podem ser encontradas entre R$ 100 e R$ 150. Já a Efluelda, indicada para quem tem mais de 60 anos, custa em média R$ 300. Veja também Proposta na Câmara pode obrigar SUS a fornecer monitor contínuo de glicose gratuitamente.