Última atualização: 11/12/2024
O Conselho Regional de Enfermagem de Goiás (Coren-GO) tomou medidas concretas para defender os profissionais de saúde da Maternidade Célia Câmara, em Goiânia, após o incidente envolvendo a Polícia Militar na última sexta-feira, 6 de dezembro. Em reunião com sua diretoria e o setor jurídico, o Coren-GO finalizou a apresentação de uma representação à Corregedoria da Polícia Militar e ao Ministério Público de Goiás, solicitando a abertura de um procedimento investigativo para apurar a conduta dos policiais envolvidos.
Representação e medidas solicitadas
A representação protocolada busca investigar possíveis ilegalidades e, caso sejam constatadas irregularidades, pede que medidas disciplinares e corretivas sejam adotadas. O documento também solicita garantias de que episódios semelhantes não se repitam, incluindo a denúncia criminal contra os agentes e a reparação dos danos causados aos profissionais de saúde e à sociedade.
“Situações como essa reforçam a desvalorização vivenciada pela categoria diariamente. É inadmissível todo e qualquer desmerecimento com a profissão que tanto luta pelo bem-estar social. Caminharemos para que essa negligência seja solucionada diante dos parâmetros legais”, afirmou Thaís Luane, presidente do Coren-GO.
Repercussão nacional
O incidente mobilizou não apenas o Coren-GO, mas também o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e todos os regionais do país, que emitiram notas oficiais de apoio. Essa união busca reforçar a integridade e os direitos da enfermagem, defendendo a categoria diante do que foi classificado como um ato de desrespeito e abuso de autoridade.
“A enfermagem é a maior categoria de saúde do Brasil, presente em todos os municípios. Merecemos justiça. Essa luta não é só dos profissionais, mas de toda a sociedade”, enfatizou Thaís Luane.
O que aconteceu?
O caso teve início após a classificação de risco de uma gestante, realizada pela equipe de enfermagem do hospital. A paciente recebeu atendimento médico, foi avaliada e orientada a retornar para casa, já que não apresentava urgência segundo o protocolo de Manchester. Insatisfeito com a orientação, o companheiro da gestante acionou contatos políticos e a Polícia Militar para exigir atendimento prioritário, o que contraria os regulamentos médicos.
Na chegada dos agentes, segundo relatos, houve desrespeito aos protocolos da instituição, tumulto e intimidação dos trabalhadores. A enfermeira Fabiana Ribeiro e o maqueiro Valteir Vieira foram detidos sob acusações de desobediência e resistência.
O Coren-GO ressaltou que não houve omissão de socorro e que os profissionais seguiram rigorosamente os protocolos médicos e éticos.
A luta pela justiça
A mobilização em torno do caso destaca a importância de garantir respeito e segurança para os trabalhadores da saúde. O Coren-GO e o Cofen (Conselho Federal de Enfermagem), reiteraram seu compromisso com a categoria, defendendo que o trabalho dos profissionais de enfermagem seja reconhecido e protegido contra qualquer forma de violência ou intimidação.
As representações protocolares são passos fundamentais para assegurar que os responsáveis sejam investigados e, caso necessário, responsabilizados pelos atos cometidos. Além disso, a luta busca reforçar o papel indispensável da enfermagem no sistema de saúde brasileiro e a necessidade de respeito mútuo entre todos os agentes envolvidos.
O caso continuará sendo acompanhado por órgãos competentes e entidades representativas, que prometem não descansar até que justiça seja feita.