Última atualização: 07/02/2025
Desde dezembro do ano passado, mais de 700 clínicas de diálise credenciadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) enfrentam dificuldades financeiras devido a um atraso no repasse de aproximadamente R$ 400 milhões por parte do governo federal. A falta de pagamento tem afetado diretamente o atendimento de cerca de 110 mil pacientes que necessitam de hemodiálise para tratar a doença renal crônica. Sem os recursos necessários, as clínicas encontram dificuldades para manter suas operações, adquirir insumos básicos e remunerar profissionais da área da saúde, o que pode levar a interrupções no atendimento e à sobrecarga de hospitais públicos.
Impacto no atendimento e risco para os pacientes
A crise financeira tem levado muitas clínicas a operarem no limite, com dificuldades para arcar com custos de manutenção, insumos e salários de profissionais. Sem os recursos, há o risco de interrupção dos serviços, o que coloca em perigo a vida dos pacientes que dependem dessas unidades para continuar seu tratamento.
De acordo com relatos de gestores da área da saúde, o atraso nos repasses compromete diretamente a compra de materiais essenciais, como filtros, seringas e cateteres, além de insumos básicos para a manutenção das máquinas de hemodiálise. Com a escassez de recursos, algumas clínicas já começam a reduzir o número de atendimentos, aumentando a fila de espera e agravando a situação dos pacientes.
Atraso nos repasses e a resposta do governo
Normalmente, os pagamentos destinados ao custeio dos serviços são efetuados pelo Fundo Nacional de Saúde em até 30 dias após a solicitação. No entanto, esse prazo não foi cumprido nos últimos meses, levando entidades de saúde a cobrarem uma resposta mais ágil do Ministério da Saúde.
Diante da crise, representantes de associações médicas e de pacientes têm pressionado o governo para regularizar os pagamentos e evitar um colapso no atendimento. Parlamentares e especialistas da área da saúde alertam que a falta de repasses pode gerar um efeito em cadeia, prejudicando não apenas os serviços de diálise, mas toda a estrutura de atendimento de alta complexidade do SUS.
Preocupação com a continuidade do tratamento
A hemodiálise é um tratamento contínuo e essencial para pacientes com insuficiência renal crônica, substituindo a função dos rins e prevenindo complicações graves. A interrupção ou a redução da frequência das sessões pode resultar em sérios riscos à saúde, incluindo agravamento da condição clínica e até mesmo óbito.
Diante desse cenário, organizações representativas do setor já solicitaram reuniões emergenciais com o governo federal para discutir a regularização dos repasses e evitar um colapso nos atendimentos. A expectativa é de que uma solução seja apresentada o mais breve possível para evitar que milhares de brasileiros sejam prejudicados.
A crise no financiamento das clínicas
A crise no financiamento das clínicas de diálise evidencia os desafios enfrentados pelo SUS na manutenção de tratamentos contínuos e de alta complexidade. Enquanto os repasses não são regularizados, pacientes e profissionais de saúde vivem momentos de incerteza e apreensão, aguardando uma resposta definitiva das autoridades responsáveis para garantir a continuidade do atendimento. Veja também Plano de saúde com 31 hospitais enfrenta possível falência e assusta beneficiários.