Última atualização: 27/12/2024
A BR-476, conhecida como Rodovia do Xisto, foi palco de mais uma tragédia que chocou o Brasil. No dia 25 de dezembro de 2024, um acidente devastador envolvendo uma ambulância do SAMU e um caminhão tirou a vida de quatro pessoas em um trecho macabro da rodovia, popularmente chamado de “Curva da Morte”.
O local, marcado por um histórico de tragédias, novamente escancarou a negligência estrutural e a falta de medidas preventivas que, há décadas, transformam esse pedaço de asfalto em uma armadilha mortal.
A Tragédia da Noite de Natal
Por volta das 20h30, na altura do quilômetro 313, na temida Curva do Limoeiro, a ambulância do SAMU colidiu frontalmente com um caminhão. A violência do impacto foi tamanha que a ambulância e a cabine do caminhão ficaram completamente destruídas.
O acidente vitimou fatalmente os ocupantes da ambulância:
- Alisson Ferreira, motorista, dedicado profissional que perdeu a vida enquanto realizava sua missão de salvar outras.
- Brenda Santos Bachinski, enfermeira e exemplo de coragem no cuidado com a vida humana.
- Dr. Leandro Martins, médico reconhecido por sua paixão e comprometimento com a profissão.
- Altair Silva dos Santos, paciente transportado em estado crítico, que não chegou ao destino.
Os ocupantes do caminhão sobreviveram com ferimentos leves, mas o peso da tragédia recaiu sobre todos os envolvidos, direta ou indiretamente.
O Histórico de Terror da Curva do Limoeiro
A Curva do Limoeiro, apelidada de “Curva da Morte” pelos moradores locais, já foi cenário de dezenas de acidentes fatais. Apesar de constantes alertas da comunidade, o local continua sendo ignorado pelas autoridades responsáveis pela infraestrutura rodoviária.
Entre as principais falhas estão:
- Geometria Perigosa: A curva possui ângulos acentuados que dificultam o controle dos veículos, especialmente em dias de chuva.
- Sinalização Precária: Placas insuficientes e mal posicionadas oferecem pouca orientação para motoristas.
- Ausência de Radares: A falta de controle de velocidade transforma o trecho em um convite ao desastre.
Relatos locais indicam que, apenas neste ano, mais de 15 acidentes ocorreram no mesmo trecho, muitos deles com mortes.
A Negligência Mortal das Autoridades
Apesar de décadas de tragédias e das incontáveis vidas perdidas, medidas efetivas para reduzir os riscos da Curva do Limoeiro nunca saíram do papel. A inércia governamental e a falta de prioridade para a segurança viária são denunciadas constantemente por moradores e usuários da rodovia.
“Quantas vidas ainda precisam ser perdidas para que algo seja feito?”, questiona Marta Ferreira, moradora de Paulo Frontin, que já perdeu um familiar em um acidente no mesmo local.
A indignação é compartilhada por especialistas em trânsito. Carlos Mendes, engenheiro de tráfego, afirma:
“A falta de ação das autoridades aqui não é apenas negligência, é um crime contra a população.”
O Impacto da Tragédia
A perda de profissionais de saúde em uma noite marcada pela celebração da vida reverberou como um choque em todo o país. As homenagens realizadas em São Mateus do Sul e União da Vitória foram acompanhadas por um luto coletivo que questiona a precariedade das condições de trabalho dos socorristas.
O Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Iguaçu (Cisvali) divulgou uma nota destacando a dedicação das vítimas e reforçando a necessidade de apoio às famílias.
Clamor por Justiça e Mudança
A tragédia escancara a urgência de ações preventivas:
- Reestruturação do Trecho: Alteração do traçado da curva para torná-la menos perigosa.
- Instalação de Radares: Medidas que reduzam a velocidade e desestimulem ultrapassagens arriscadas.
- Sinalização e Iluminação Adequadas: Intervenções mínimas que podem salvar vidas.
Enquanto nada é feito, a Curva do Limoeiro continua ceifando vidas, transformando sonhos em luto e deixando famílias devastadas.
Até Quando?
Quantos nomes ainda serão adicionados à lista de vítimas? A resposta, infelizmente, parece estar enterrada na falta de vontade política e na omissão das autoridades. A “Curva da Morte” não é apenas um ponto no mapa – é o retrato de um país que insiste em ignorar suas tragédias anunciadas. Tragédia na Rodovia do Xisto: acidente envolvendo ambulância deixa quatro mortos no Paraná