Documento científico da SBP propõe novo manejo da febre

Atualizado em 30/03/2023 às 11:30

A febre representa uma das queixas maisfrequentes entre todos os atendimentos pediátricos, tanto em consultas ambulatoriais como em atendimentos de emergência.

São estimados que 20% a 30% das consultas pediátricas têm afebre como sintoma principal, diz o documento científico. A definição de febre leva em conta o aumento da temperatura corporal acima dos valores considerados normais, não havendo um valor único.

Por se tratar de um fenômeno biológico, os valores medidos da temperatura corporal não se mantêm constantes no decorrer do dia, pois esta apresenta um ritmo circadiano, variando na dependência dos fenômenos biológicos que adeterminam. Os menores valores medidos ocorrem na madrugada e os maiores, no fim da tarde. Em adultos, a amplitude dessa variação é de cerca de 0,5°C; em lactentes essa variação é maior, podendo atingir até 1°C.

Evidências clínicas

Não existem evidências clínicas de que a magnitude da temperatura alcançada nos quadros febris tenha qualquer valor prognóstico (gravidade) ou diagnóstico (etiologia viral oubacteriana) nos quadros infecciosos. Contudo, temperatura corporal igual ou superior a 39,5°C inibe o desempenho da atividade enzimática, que depende da temperatura para sua atividade normal, podendo, assim, inibir os mecanismos normais de defesa dela dependente.

A definição de febre, leva em conta o aumento da temperatura corporal acima dos valores considerados normais, decorrente da elevação do ponto de termorregulação, não havendo um valor único para sua definição.

A temperatura é variável em cada local onde é medida e, de maneira geral, são aceitas as seguintes faixas de valores para febre:

• Temperatura retal acima de 38 – 38,3ºC

• Temperatura oral acima de 37,5 – 37,8ºC

• Temperatura axilar acima de 37,2 – 37,3ºC

• Temperatura auricular acima de 37,8 – 38ºC

A publicação deste documento alerta que a febre é um sinal, não uma doença. Nesse sentido, é preciso calma para buscar a forma mais segura e eficaz de tratar as crianças e investigar a causa deste sintoma.

A recomendação para uso de antitérmicos em crianças deve ser feita quando a febre está associada a desconforto evidente (choro intenso, irritabilidade, redução da atividade, reduçãodo apetite, distúrbio do sono) e não baseado em um número predeterminado.

Os antitérmicos estão entre os fármacos mais utilizados em crianças febris, com ou sem prescrição médica, e são comumente causa de intoxicações, em geral por erro na administração de dose ou intervalo, ou por interação medicamentosa.

Fonte: SBP

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