Última atualização: 26/05/2025
Uma cena de caos tomou conta da área pediátrica em Porto Alegre nesta segunda-feira (26). O Hospital Criança Conceição, referência no atendimento infantil da capital gaúcha, foi forçado a suspender os atendimentos de emergência por um período de 24 horas. A causa? Superlotação em níveis alarmantes. A medida, que pegou muitos de surpresa, começou a valer ainda na segunda e vai até às 18h desta terça-feira (27). Enquanto isso, apenas casos gravíssimos, encaminhados via Samu, estão sendo aceitos.
Hospitais no limite e oxigênio em falta
A situação não é apenas desconfortável — é crítica. Segundo o Grupo Hospitalar Conceição (GHC), a taxa de ocupação da unidade passou dos 200%. Isso mesmo: mais do que o dobro da capacidade instalada.
Todos os leitos foram ocupados, e o fornecimento de oxigênio começou a entrar em colapso, o que levou à interrupção imediata dos novos atendimentos.
Fila de espera gigante e pediatria em pane
O problema se espalha por outras unidades pediátricas da cidade. O Hospital de Clínicas, por exemplo, opera com apenas 14 leitos destinados a crianças, mas chegou a atender 35 pequenos pacientes ao mesmo tempo, com mais 15 esperando por avaliação. É como se o sistema tivesse simplesmente travado.
A prefeitura divulgou dados que escancaram a gravidade: o Hospital Presidente Vargas já está com 100% dos leitos ocupados; o Santo Antônio, da Santa Casa, trabalha com 75% de ocupação; e o Hospital Vila Nova, embora menos pressionado, já marca 20% de lotação.
Pediatria só pra quem realmente precisa
Com esse cenário de caos, o recado do Hospital Criança Conceição e da Secretaria Municipal de Saúde é claro: quem não estiver com um caso urgente, deve procurar as unidades básicas de saúde ou os prontos atendimentos de menor complexidade.
A ideia é desafogar os hospitais centrais, que neste momento só têm condições de lidar com situações de vida ou morte.
Cenário preocupante e sem solução imediata
A suspensão temporária do atendimento de emergência acende um alerta sobre a fragilidade do sistema de saúde infantil da capital. A falta de estrutura e a alta demanda, principalmente nos meses mais frios, revelam um desequilíbrio que se repete ano após ano.
A cidade precisa de uma resposta rápida e efetiva — não só dos hospitais, mas também das autoridades de saúde pública. Ver também Reino Unido se inspira no SUS e quer levar modelo brasileiro de agentes comunitários para seu sistema de saúde.