Última atualização: 13/04/2025
Uma grave violação da ética médica provocou ampla repercussão nas redes sociais e no meio acadêmico: uma estudante de medicina do primeiro período, matriculada na UniEvangélica de Anápolis (GO), filmou um exame ginecológico realizado em uma paciente em uma unidade pública de saúde e compartilhou as imagens nas redes sociais. A gravação, divulgada em janeiro deste ano, mostrava a paciente deitada, com as partes íntimas expostas, enquanto a aluna preparava os instrumentos para o procedimento. O caso, rapidamente identificado como uma afronta à privacidade e à dignidade da paciente, gerou forte reação pública, além de medidas administrativas por parte da universidade e da Secretaria Municipal de Saúde.
Ação da estudante gera revolta e consequências imediatas
A divulgação do vídeo, considerado uma clara violação dos princípios fundamentais da formação em saúde, provocou indignação tanto de profissionais da área quanto da população em geral. Após o início da repercussão, a estudante apagou os perfis nas redes sociais onde compartilhava conteúdos sobre sua rotina como estagiária, autodenominando-se “quase médica”. Apesar disso, as imagens já haviam sido amplamente replicadas por usuários da internet.
Em resposta à repercussão, a Universidade Evangélica de Goiás emitiu nota pública assegurando que tomou ciência do fato ainda em janeiro de 2025 e que adotou imediatamente todas as providências disciplinares cabíveis. A instituição reafirmou seu compromisso com a ética profissional e a proteção dos pacientes, deixando claro que não toleraria comportamentos que comprometem a integridade do ambiente de aprendizagem e do cuidado médico.
Secretaria de Saúde critica ausência de preceptores e gestão da UPA
A Secretaria Municipal de Saúde de Anápolis também se posicionou firmemente sobre o ocorrido. Em comunicado oficial, a pasta classificou como inadmissível a atitude da aluna e reforçou que nenhum procedimento clínico deve ser executado sem a presença de um profissional preceptor. A secretaria ainda destacou que a organização social então responsável pela administração da UPA falhou ao não comunicar prontamente o incidente às autoridades sanitárias.
Após a investigação preliminar, foi confirmado que a estudante foi transferida para outra instituição de ensino no estado do Tocantins. A Secretaria reiterou que a privacidade e o respeito aos pacientes devem estar no centro de toda a formação em saúde, independentemente do estágio do curso.
Reflexos do caso e importância da ética médica desde a graduação
O episódio reacendeu o debate sobre os limites da exposição digital e a banalização de situações clínicas nas redes sociais, especialmente entre estudantes da área médica. A prática de registrar procedimentos sem o consentimento do paciente não apenas infringe direitos básicos de intimidade, como também pode configurar crime, além de comprometer a confiança entre profissional de saúde e paciente.
Especialistas apontam que a formação ética deve ser sólida desde o ingresso do aluno no curso superior, sendo reforçada por mecanismos de supervisão rigorosos nos estágios práticos. O caso de Anápolis, agora amplamente conhecido, se torna um alerta para instituições de ensino, gestores públicos e sociedade sobre a responsabilidade que envolve o exercício da medicina, mesmo antes da formatura. Veja também Família denuncia estudantes de medicina após vídeo zombando paciente transplantada.