Última atualização: 18/03/2025
No cenário em que a doação de sangue se torna essencial para salvar vidas, um grupo de estudantes de medicina e enfermagem da Faculdade de Medicina de Marília (Famema) decidiu inovar e tornar esse ato solidário mais leve e acolhedor. Com fantasias coloridas, música animada e cartazes motivacionais, os voluntários criaram uma atmosfera festiva no Hemocentro da cidade, buscando desmistificar o medo da doação e encorajar mais pessoas a contribuírem. A ação não apenas proporciona um ambiente mais descontraído para quem doa, mas também reforça a importância da solidariedade diante do crescente déficit nos estoques de sangue da região.
Criatividade para estimular a doação
Os estudantes se organizaram para recepcionar os doadores de forma inusitada: vestidos de palhaços e outros personagens, eles dançam, cantam e interagem com os voluntários na tentativa de aliviar qualquer tensão que possa existir antes do procedimento. Segundo Ian Gregório Góbi, estudante de medicina e um dos participantes da iniciativa, essa abordagem faz toda a diferença.
“Pode parecer algo simples, mas muitas pessoas sentem receio ao doar sangue. Nossa intenção é criar um ambiente alegre e acolhedor, transformando esse momento em algo positivo e marcante”, explicou.
Mobilização da comunidade
A iniciativa tem conquistado o apoio da população, atraindo novos doadores e fidelizando aqueles que já têm o hábito de doar. O morador Maycon Alexandre, por exemplo, faz questão de comparecer anualmente ao Hemocentro.
“Faço isso porque sei que cada doação pode salvar até quatro vidas. É um gesto simples, mas que tem um impacto enorme”, destacou. O movimento também tem sido impulsionado pela necessidade urgente de reposição dos estoques de sangue, que estão abaixo do ideal.
Estoques críticos e aumento da demanda
O Hemocentro de Marília é responsável pelo abastecimento de unidades de saúde de mais de 100 municípios da região. Com o aumento dos casos de dengue, a necessidade por transfusões sanguíneas tem crescido, principalmente para pacientes que precisam de plaquetas.
Segundo a enfermeira Ana Carolina Fernandes, a situação se agravou após o período festivo do início do ano. “Estamos passando por um momento crítico. Com o avanço da dengue, a demanda por sangue, especialmente plaquetas, aumentou significativamente, e precisamos de mais doadores para atender essa necessidade”, alertou.
Prevenção e conscientização
Além de incentivar a doação de sangue, os estudantes também aproveitam o evento para reforçar a importância da prevenção contra a dengue. Com mais de 3.500 casos e cinco óbitos registrados na cidade apenas neste ano, as autoridades de saúde alertam para a necessidade de intensificar medidas preventivas, como evitar o acúmulo de água parada e utilizar repelentes.
A iniciativa dos alunos da Famema demonstra como a criatividade e o engajamento social podem fazer a diferença, transformando a doação de sangue em um ato solidário mais acessível e cativante. Enquanto os estoques continuam baixos, ações como essa são fundamentais para garantir que mais pessoas sejam atendidas e vidas sejam salvas. Veja também Estado de saúde de Pedro Severino permanece inalterado após acidente grave.