Família questiona ação da Policial Militar após morte de paciente em Surto na UTI em Goiás

Última atualização: 20/01/2025

A morte de Luiz Cláudio Dias, de 59 anos, durante um surto psicótico na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal de Morrinhos, em Goiás, no último sábado (18), trouxe à tona uma série de questões sobre a conduta adotada pelas autoridades. O paciente, que estava internado para tratamento renal, fez uma técnica de enfermagem refém com um pedaço de vidro, e foi baleado por policiais durante a intervenção para resgatar a refém. O caso gerou revolta entre familiares e abriu um debate sobre o manejo de crises em ambientes hospitalares.

Relato da Família

Os familiares de Luiz Cláudio manifestaram profunda indignação com o desfecho, descrevendo a ação como “cruel e desproporcional”. Em uma carta aberta, destacaram que o paciente, além de fragilizado fisicamente, apresentava condições de saúde que tornavam a situação ainda mais delicada. Segundo eles, Luiz Cláudio foi imobilizado e, mesmo assim, baleado de forma letal.

“Meu pai era um homem em estado de extrema vulnerabilidade. O que aconteceu foi uma execução disfarçada de contenção. Esperávamos uma abordagem técnica e humana, que não ocorreu”, afirmou Luiz Henrique Dias, filho do paciente, em declaração nas redes sociais.

Ação Policial e Posicionamento Oficial

De acordo com a Polícia Militar, a intervenção seguiu protocolos de gerenciamento de crises, mas o disparo foi realizado para neutralizar a ameaça à vida da refém. A corporação informou ainda que Luiz Cláudio, mesmo alvejado, continuou a resistir, o que exigiu sua contenção por parte dos policiais.

Para garantir transparência, um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado para investigar as circunstâncias do caso e apurar a conduta dos envolvidos.

Contexto e Debate

Luiz Cláudio estava internado há três dias para tratamento de problemas renais, enfrentando condições de saúde como hipoglicemia e fragilidade extrema. Durante o surto, ele quebrou um espelho no banheiro da UTI e utilizou os estilhaços para ameaçar a profissional de saúde. O prefeito de Morrinhos, Maycllyn Carreiro, ressaltou que surtos em pacientes hospitalizados, embora não sejam comuns, podem ocorrer devido ao estresse e às condições clínicas.

“Casos assim exigem preparo e resposta adequada para evitar tragédias como esta”, afirmou o prefeito, que lamentou profundamente o ocorrido.

Impacto e Reflexões

O caso gerou comoção e despertou um amplo debate sobre a necessidade de treinamento especializado para forças policiais e equipes hospitalares em situações de crise. Especialistas apontam que a falta de protocolos claros e a ausência de suporte especializado podem agravar episódios de descontrole, colocando vidas em risco.

A família de Luiz Cláudio reforça que buscará justiça para responsabilizar os envolvidos e para que o caso sirva de marco na prevenção de falhas em ações semelhantes. “Queremos que essa tragédia seja um ponto de reflexão para que novas vidas não sejam perdidas por despreparo e falta de humanidade”, concluíram.

A tragédia envolvendo Luiz Cláudio Dias revela a complexidade de lidar com crises em ambientes de saúde e a necessidade de medidas concretas para proteger pacientes e profissionais. Enquanto as investigações prosseguem, o caso se torna um exemplo da urgência de políticas que promovam segurança, empatia e profissionalismo em situações extremas. Ver Técnica de Enfermagem é feita refém por paciente em surto psicótico que morre após chegada da polícia.

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