Última atualização: 20/01/2025
Na noite do último sábado, 18 de janeiro de 2025, um caso dramático chocou a população de Morrinhos, no estado de Goiás. Um paciente internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal sofreu um surto psicótico e, em um ato de extrema violência, fez uma técnica de enfermagem refém. O desfecho trágico ocorreu após a intervenção da Polícia Militar, que acabou tirando a vida do paciente durante a tentativa de contê-lo. O Paciente em surto psicótico faz técnica de enfermagem refém e é morto pela polícia.
O ocorrido
De acordo com relatos de testemunhas e funcionários do hospital, o paciente, que não teve sua identidade revelada, apresentou um comportamento cada vez mais agitado antes de entrar em surto. Durante o episódio, ele utilizou um objeto pontiagudo, que teria sido improvisado dentro da própria unidade, para ameaçar a técnica de enfermagem. A profissional foi mantida refém sob constante risco por cerca de 40 minutos, enquanto a equipe de saúde e a segurança do hospital acionaram as autoridades competentes.
Intervenção policial
A Polícia Militar chegou ao local e, de imediato, iniciou uma tentativa de negociação com o paciente. Segundo comunicado da corporação, todas as medidas de verbalização foram esgotadas sem sucesso. O comportamento do homem tornou-se ainda mais agressivo, o que levou à necessidade de uma ação tática para resguardar a integridade da refém.
A operação culminou em um disparo de arma de fogo, atingindo o paciente. Ele recebeu atendimento médico imediato dentro do próprio hospital, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu. A técnica de enfermagem, embora fisicamente ilesa, foi encaminhada para acompanhamento psicológico devido ao trauma sofrido.
Nota oficial da Polícia Militar
Em nota à imprensa, a Polícia Militar afirmou que o uso da força letal foi uma medida extrema e necessária para garantir a segurança da refém e das demais pessoas presentes na unidade hospitalar. A corporação também informou que um procedimento administrativo será instaurado para apurar os fatos e avaliar a conduta dos policiais envolvidos na ocorrência.
Nota oficial do Coren-GO
O Conselho Regional de Enfermagem de Goiás (Coren-GO) também se manifestou sobre o ocorrido. Em comunicado, a entidade lamentou profundamente o desfecho trágico e destacou a necessidade de maior segurança e suporte aos profissionais de enfermagem. “Nossos técnicos e enfermeiros enfrentam riscos diários em seus locais de trabalho, e é inaceitável que vidas estejam constantemente expostas a situações de tamanha vulnerabilidade”, disse o Coren-GO.
A nota também reforçou a importância de protocolos claros para lidar com pacientes em surto psicótico, além de maior investimento em capacitação e estrutura nos hospitais públicos do estado. O Coren-GO ofereceu apoio à técnica de enfermagem e informou que estará acompanhando as investigações sobre o caso.
Contexto e prevenção
Episódios de agressão contra profissionais de saúde não são isolados no Brasil. Estudos apontam que a falta de estrutura adequada, o subdimensionamento das equipes e a falta de treinamento específico para lidar com crises psicóticas são fatores que contribuem para o aumento desses casos.
A segurança dos trabalhadores da saúde tem sido tema de discussões em órgãos como o Conselho Regional de Enfermagem (Coren) e a Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE). Ambos defendem a necessidade de investimento em capacitação, implementação de protocolos de contenção e ampliação da segurança em hospitais e unidades de saúde.
Repercussão
O caso gerou grande comoção nas redes sociais, com muitos internautas se solidarizando com a profissional refém e os policiais envolvidos. Por outro lado, houve também questionamentos sobre a adequação da resposta policial e as condições de atendimento em hospitais públicos.
Especialistas destacam a importância de um debate amplo sobre a condição dos pacientes psiquiátricos no sistema de saúde pública do país. A precariedade das unidades de atenção especializada e a escassez de leitos psiquiátricos contribuem para situações de risco como a ocorrida em Morrinhos.
Necessidade urgente de medidas que garantam a segurança dos profissionais
O caso em Morrinhos evidencia a necessidade urgente de medidas que garantam a segurança dos profissionais de saúde e dos pacientes em situações de crise. Capacitação, protocolos eficientes e a estruturação adequada das unidades hospitalares são passos fundamentais para prevenir novos episódios trágicos.
Enquanto isso, a comunidade de enfermagem e os demais profissionais de saúde seguem clamando por maior valorização e proteção em seu ambiente de trabalho, essencial para a continuidade de um cuidado seguro e humanizado. Ver Técnica de Enfermagem é feita refém por paciente em surto psicótico que morre após chegada da polícia.