Fototerapia e a inesperada descoberta que mudou o tratamento da Icterícia Neonatal

Fototerapia e a inesperada descoberta que mudou o tratamento da Icterícia Neonatal

A história da medicina está repleta de descobertas acidentais que revolucionaram a forma como tratamos diversas condições de saúde. Uma dessas descobertas foi a Fototerapia, um tratamento essencial para a icterícia neonatal, que surgiu a partir de uma observação casual feita por uma enfermeira em 1956.

Enfermeira descobre a Fototerapia

A Fototerapia, uma técnica vital para o tratamento da icterícia neonatal, foi descoberta de forma fortuita por uma enfermeira. Jean Ward, uma enfermeira dedicada a cuidar de recém-nascidos em um hospital em Essex, Inglaterra, em 1956, percebeu que a luz do sol e o ar fresco pareciam mais benéficos para os bebês do que o ambiente aquecido de uma incubadora.

Jean Ward e Dr. Dobbs: A Dupla Inesperada por Trás da Fototerapia

Ward costumava levar os recém-nascidos ao ar livre para tomar sol, e os retornava para dentro do hospital antes da visita dos médicos responsáveis. Em uma ocasião, o Dr. Dobbs, um pediatra do hospital, notou uma diferença na coloração da pele de um dos bebês. A pele do bebê era predominantemente “amarelo-pálido”, com exceção de uma pequena área triangular que mantinha uma coloração icterícia distinta.

Questionada pelo Dr. Dobbs, a enfermeira Ward revelou que vinha expondo os bebês à luz solar e percebeu uma diminuição notável na coloração amarelada, comum em casos de icterícia.

Após essa descoberta casual, outra observação fortuita veio de um bioquímico do hospital. Uma amostra de sangue tirada de um bebê com icterícia foi esquecida sob a luz solar. Quando o bioquímico se deparou com a amostra, ficou surpreso ao ver que a cor amarela típica, indicativa de altos níveis de bilirrubina, tinha mudado para um tom esverdeado (posteriormente identificado como biliverdina), e os níveis de bilirrubina estavam consideravelmente mais baixos.

Ao tomar conhecimento disso, o Dr. Dobbs e seu residente, Dr. Cramer, estabeleceram uma conexão entre a exposição solar e a redução dos níveis de bilirrubina na amostra. “Não há como negar que a exposição solar levou à redução dos níveis de bilirrubina da amostra; parece que esbarramos em algo que pode ter aplicação prática”, concluíram.

Depois de continuarem a pesquisa, Cremer, Dobbs e Perryman, o bioquímico, publicaram estudos em 1958 demonstrando que tanto a luz solar quanto a luz azul poderiam diminuir significativamente os níveis de bilirrubina sérica.

Assim, graças a uma observação casual e feliz, a fototerapia surgiu, salvando milhões de vidas ao longo de décadas através de avanços tecnológicos e científicos.

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