Última atualização: 17/04/2025
Diante de um cenário epidemiológico alarmante, a Colômbia decretou estado de emergência sanitária por conta do aumento expressivo dos casos de febre amarela no país. A medida, anunciada pelo ministro da Saúde, Guillermo Alfonso Jaramillo, reflete a gravidade da situação enfrentada desde o segundo semestre de 2024. Mesmo com os esforços contínuos para conter a proliferação do vírus, o número de infecções e óbitos vem crescendo de forma preocupante. Segundo dados atualizados, já foram confirmados 74 casos da doença e 34 pessoas perderam a vida, revelando uma taxa de letalidade de aproximadamente 50% entre os infectados.
Ações emergenciais e ampliação da vacinação
Como resposta imediata à escalada de casos, o Ministério da Saúde colombiano intensificou as ações de imunização nas áreas consideradas de maior risco. Equipes de saúde estão sendo mobilizadas para percorrer comunidades vulneráveis, com visitas domiciliares e aplicação de vacinas.
Em pronunciamento publicado nas redes sociais, o governo fez um apelo para que toda a população apta compareça aos postos de vacinação, informando também a ampliação da faixa etária para receber a dose. Em determinadas regiões, crianças a partir de nove meses de idade estão sendo incluídas na campanha preventiva.
O que é a febre amarela e como ela se transmite
A febre amarela é uma doença infecciosa de evolução rápida e potencialmente fatal, causada por um vírus da família Flaviviridae. A transmissão ocorre por meio da picada de mosquitos infectados, sendo os ciclos divididos em duas categorias: o urbano, com vetores como o Aedes aegypti, e o silvestre, onde atuam espécies como os mosquitos Haemagogus e Sabethes.
Neste último, os primatas não humanos desempenham papel importante como hospedeiros naturais do vírus, mas os humanos também podem ser afetados ao entrarem em contato com esses ambientes, configurando-se como hospedeiros acidentais.
Sintomas iniciais e evolução clínica
Os primeiros sinais da febre amarela geralmente se manifestam de forma abrupta, com febre alta, dores musculares, fadiga intensa, náuseas, vômitos, cefaleia severa e dor nas costas. Embora muitas pessoas apresentem melhora após esse estágio inicial, cerca de 15% dos casos evoluem para formas mais graves da enfermidade.
Nesse estágio crítico, o paciente pode desenvolver complicações hepáticas, renais e hemorrágicas, com alta probabilidade de óbito.
Mobilização nacional e desafios sanitários
Ao declarar emergência sanitária, o governo colombiano pretende mobilizar recursos adicionais, facilitar a compra de insumos médicos e acelerar a logística da vacinação, sobretudo nas regiões mais afetadas. A medida também busca conscientizar a população sobre os riscos da doença e a importância da vacinação como principal forma de prevenção.
Especialistas alertam que, além da imunização em massa, é fundamental manter ações de controle vetorial e vigilância ambiental para conter o avanço da febre amarela no território nacional.
Perspectivas e alerta regional
Autoridades de saúde da América Latina acompanham com atenção a evolução do surto colombiano, temendo que o vírus se espalhe para países vizinhos. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) tem reforçado a necessidade de cooperação entre os países da região para rastrear casos suspeitos, compartilhar informações epidemiológicas e garantir a cobertura vacinal nas zonas de fronteira.
Com o aumento da circulação viral e o número crescente de óbitos, a Colômbia se vê diante de um dos maiores desafios de saúde pública dos últimos anos. O sucesso da resposta emergencial dependerá não apenas da ação governamental, mas também do engajamento da população nas medidas preventivas. Veja também Toledo registra primeira morte por dengue em 2025 e intensifica alerta à população.