Hospital Regional do Baixo Amazonas bate recorde com cinco transplantes renais em menos de 40 dias

Última atualização: 11/02/2025

O Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), localizado em Santarém, no oeste do Pará, iniciou o ano de 2025 com um marco significativo na área de transplantes renais. Em menos de 40 dias, a unidade conseguiu realizar cinco cirurgias desse tipo, todas utilizando órgãos provenientes de doadores falecidos. Esse avanço reforça a importância do hospital como referência no tratamento de doenças renais na região. Em 2024, o HRBA já havia registrado um total de nove transplantes renais, beneficiando seis homens e três mulheres. Agora, no início de 2025, mais cinco pacientes receberam um novo rim, incluindo o aposentado Jonas da Costa Pinto, de 62 anos. Desde junho de 2022, ele dependia de sessões regulares de hemodiálise para sobreviver. No entanto, no dia 8 de fevereiro, sua vida mudou drasticamente com a realização do transplante.

“Sei que outra família perdeu um ente querido, mas sou muito grato pela oportunidade de continuar vivendo. Agora, quero retomar minha rotina, ajudar minha esposa no mercadinho e recuperar minha independência”, disse Jonas, emocionado.

O impacto dos transplantes e o futuro do serviço

O HRBA é um dos principais centros de referência para doenças renais na região amazônica. Atualmente, cerca de 220 pacientes realizam acompanhamento na unidade, que oferece serviços como hemodiálise, diálise peritoneal e transplante renal. Somente em 2024, foram feitas mais de 31 mil sessões de hemodiálise, e apenas em janeiro de 2025, o número já ultrapassava 2.500.

O diretor clínico do HRBA e responsável pelo Serviço de Transplante Renal, Dr. Emanuel Esposito, destacou a importância desse avanço. “Se conseguirmos manter essa média, podemos chegar a 36 transplantes até o final do ano, o que representaria um recorde histórico para Santarém. Isso é resultado do esforço de toda a equipe multiprofissional e do trabalho essencial da Central Estadual de Transplantes”, afirmou.

Nova qualidade de vida aos pacientes

Além de oferecer uma nova qualidade de vida aos pacientes, os transplantes renais também auxiliam no desafogamento da fila para hemodiálise, permitindo que mais pessoas tenham acesso ao tratamento. “Estamos confiantes de que 2025 será um ano de conquistas para a área de transplantes na região do Baixo Amazonas”, completou Esposito.

Para o nefrologista Henrique Rebello, que acompanha os pacientes transplantados, a cirurgia representa um recomeço para essas pessoas. “Muitos deles viviam restritos à hemodiálise, com limitações diárias. Com o novo órgão, eles recuperam energia, autonomia e podem fazer planos novamente”, disse.

O crescimento do programa de transplantes no HRBA

Desde a implantação do serviço de transplantes renais em 2016, o HRBA já realizou 118 procedimentos, beneficiando 82 homens e 36 mulheres. Para garantir um atendimento qualificado e humanizado, o hospital conta com uma equipe especializada, composta por cinco médicos nefrologistas, um enfermeiro e dois técnicos em enfermagem.

Além dos transplantes, a unidade desempenha um papel essencial na captação de órgãos e tecidos. Desde 2012, foram realizadas 57 doações efetivas, resultando na captação de 107 rins, 77 córneas, 14 fígados e quatro corações. Esse trabalho só é possível graças à atuação da Organização de Procura de Órgãos (OPO) Tapajós, que identifica potenciais doadores e dá suporte às famílias durante o processo de doação.

A importância do serviço

O diretor-geral do HRBA, Matheus Coutinho, ressaltou a importância do serviço. “Cada transplante não é apenas um procedimento médico, mas uma nova chance para os pacientes e suas famílias. Nossa missão é ampliar cada vez mais esse atendimento e garantir um tratamento de qualidade para todos que necessitam”, afirmou.

Com um trabalho integrado entre médicos, enfermeiros, técnicos e assistentes sociais, o HRBA segue fortalecendo seu compromisso com a vida, transformando histórias e oferecendo esperança para quem aguarda por um transplante. Veja também Proposta legislativa exige que exames de triagem para transplantes sejam realizados por laboratórios públicos.

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