Última atualização: 03/03/2025
Nos primeiros dias do Carnaval em Belo Horizonte, a festa foi marcada não apenas por alegria e celebração, mas também por um preocupante número de atendimentos médicos devido ao consumo excessivo de álcool. Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS-BH), pelo menos 193 pessoas procuraram atendimento nas unidades de saúde da capital mineira, sendo que metade dos casos estava relacionada a intoxicação alcoólica. A preocupação aumenta à medida que jovens, incluindo menores de idade, figuram entre os principais pacientes atendidos.
Atendimentos emergenciais crescem na capital
As ocorrências foram registradas principalmente nas duas unidades do Posto Médico Avançado (PMA), estrategicamente localizadas na Rua Guaicurus, no Centro de Referência da Juventude, e na Rua Domingos Vieira, onde funciona a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Centro-Sul. Além dessas unidades, os foliões contam com a estrutura das nove UPAs da cidade e os 153 Centros de Saúde para atendimentos diversos.
Diante do aumento expressivo dos casos, a cidade mobilizou um reforço significativo nos serviços médicos de urgência, incluindo a atuação de 82 ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Essa estrutura visa atender a crescente demanda causada pelo intenso consumo de bebidas alcoólicas e outras emergências relacionadas às festividades.
Jovens entre os principais afetados
Raquel Felizardo, diretora de atenção à urgência e emergência da SMS-BH, destacou a preocupação com o público jovem. De acordo com ela, muitos dos atendidos chegam às unidades de saúde inconscientes, apresentando sintomas severos de intoxicação alcoólica. “Nosso maior receio é em relação aos menores de idade que chegam desacordados. O consumo excessivo de álcool pode trazer sérias consequências à saúde, e temos trabalhado para conscientizar a população sobre os riscos“, afirmou Felizardo.
Ela reforça que a ingestão de álcool sem moderação, aliada ao calor e à intensa atividade física durante os blocos de rua, pode causar desidratação severa e até complicações mais graves. A recomendação dos profissionais de saúde é intercalar o consumo de bebidas alcoólicas com água e evitar exageros, garantindo um Carnaval seguro e responsável.
Redução dos casos de desidratação em comparação ao ano anterior
Se em 2024 a principal causa de atendimento nos postos médicos foi a desidratação devido às altas temperaturas, neste ano os casos desse tipo foram menos expressivos. No entanto, especialistas alertam que os sintomas da insolação nem sempre são identificados imediatamente e, muitas vezes, são registrados como cefaleia ou mal-estar geral.
Apesar do cenário preocupante, Felizardo afirma que, até o momento, não houve registro de complicações graves decorrentes da intoxicação alcoólica. A expectativa é que as campanhas de conscientização e a estrutura reforçada de atendimento contribuam para minimizar os impactos do consumo excessivo de álcool e garantir que a folia transcorra de forma mais segura para todos os participantes. Veja também Shampoo proibido pela Anvisa gera alerta sobre riscos à saúde.