Última atualização: 03/03/2025
A dengue, uma das doenças transmitidas por mosquitos mais preocupantes no Brasil, tem levado o governo federal a reforçar medidas de prevenção e controle. Diante do aumento de casos e da necessidade urgente de ampliar a imunização da população, o Ministério da Saúde anunciou um avanço significativo: a produção em larga escala da primeira vacina 100% nacional contra a dengue. A iniciativa faz parte de um esforço estratégico para fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) e impulsionar a indústria farmacêutica do país, garantindo maior autonomia na fabricação de imunizantes. O governo estima que, a partir de 2026, serão distribuídas cerca de 60 milhões de doses anuais, ampliando a proteção para milhões de brasileiros.
Parceria e desenvolvimento tecnológico
A produção da nova vacina contra a dengue será conduzida pelo Instituto Butantan, em parceria com a empresa WuXi Biologics. Esse projeto inovador integra o Programa de Desenvolvimento e Inovação Local (PDIL), iniciativa do Ministério da Saúde voltada para a ampliação da capacidade nacional na fabricação de medicamentos e imunobiológicos.
Além disso, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estão envolvidos no financiamento e regulamentação do projeto. A expectativa é que a produção aumente em até 50 vezes, permitindo a imunização de pessoas na faixa etária de 2 a 59 anos.
Expansão da produção de insulina e novas vacinas
Além da vacina contra a dengue, o governo também está investindo na produção nacional de insulina e em imunizantes contra outras doenças. A fabricação da insulina Glargina será realizada por meio de uma parceria entre a Fiocruz e a Biomm, tornando-se a primeira planta produtiva de insumo farmacêutico ativo (IFA) de insulina na América Latina. A meta é produzir até 70 milhões de unidades anuais, garantindo o abastecimento do SUS e reduzindo a dependência de importações.
Outros esforços incluem o desenvolvimento de vacinas contra a gripe aviária H5N8 e o Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Em parceria com a Pfizer, o Instituto Butantan deverá produzir até 8 milhões de doses anuais da vacina contra o VSR, voltada para a proteção de crianças e idosos contra complicações respiratórias graves. Já a vacina contra a gripe aviária terá uma capacidade de produção superior a 30 milhões de doses anuais, garantindo uma resposta rápida a emergências sanitárias.
Investimentos e impacto na Saúde Pública
O conjunto de iniciativas anunciadas pelo governo faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que prevê investimentos de R$ 1,26 bilhão no fortalecimento da indústria nacional de saúde. Além desse montante, R$ 68 milhões serão destinados a estudos clínicos para avaliar a ampliação da faixa etária da vacina contra a dengue e a possibilidade de coadministração com o imunizante contra chikungunya.
Com esses avanços, o Brasil se posiciona como um dos líderes na produção de vacinas e insumos estratégicos para a saúde pública. O fortalecimento da indústria farmacêutica nacional não apenas garante o acesso da população a novas tecnologias, mas também reduz a vulnerabilidade do país diante de crises sanitárias globais. O governo reafirma seu compromisso com a ampliação da cobertura vacinal e o fortalecimento do SUS, garantindo uma resposta mais eficaz às ameaças à saúde pública. Veja tambem Governo estabelece novas diretrizes para saúde mental no ambiente de trabalho.