Última atualização: 05/02/2025
Desde 4 de outubro de 2022, a vida de Isabel Streski mudou drasticamente. A paranaense viu sua rotina virar de ponta-cabeça após o desaparecimento do filho, Antonio Augusto Streski Manjinski, então com 25 anos, no Paraguai. O jovem estudava medicina na Universidad María Auxiliadora (Umax) e residia no país vizinho desde 2016. Sem respostas concretas das autoridades, a mãe tomou a decisão drástica de se mudar para o Paraguai e conduzir sua própria investigação. “O que mais me desespera é não encontrar nenhuma pista sobre meu filho“, desabafa Isabel. Determinada a descobrir o paradeiro de Antonio Augusto, ela passou a realizar buscas, reunindo informações e conversando com moradores e autoridades locais.
No entanto, a falta de apoio governamental tornou sua missão ainda mais solitária e desafiadora.
Desaparecimento misterioso
Antonio desapareceu na cidade de Mariano Roque Alonso, localizada na região metropolitana de Assunção. A polícia paraguaia chegou a divulgar um cartaz de busca, mas as investigações não apontaram suspeitos nem trouxeram pistas relevantes. Isabel acredita que o filho pode ter sido vítima de um crime, mas até hoje não há provas concretas sobre o que ocorreu.
“São algumas hipóteses que levanto, mas sem provas não posso afirmar nada. Mesmo assim, não vou desistir. Ele foi desejado, sonhado e esperado. Eu o encontrarei, de um jeito ou de outro”, afirma a mãe.
Luta por justiça e ajuda a outras famílias
Diante da demora das investigações, Isabel não apenas assumiu a busca pelo filho, como também passou a auxiliar outras famílias em situações semelhantes. Criou uma associação de apoio a parentes de desaparecidos e, até o momento, ajudou a localizar 83 pessoas. A contradição entre o sucesso nas buscas por outras vítimas e a falta de informações sobre o próprio filho é algo que a angustia.
“Aprendi muito nesses anos e consegui reunir diversas informações para ajudar outras famílias. Mas é um paradoxo doloroso: encontro outras pessoas, mas ainda não sei onde está meu filho”, lamenta.
A falta de apoio das autoridades
O Itamaraty informou que, em casos de desaparecimento de brasileiros no exterior, os consulados oferecem apoio às famílias e às investigações conduzidas pelas autoridades locais. Entretanto, Isabel sente que a burocracia e a falta de empenho das instituições têm dificultado o avanço no caso de Antonio.
Enquanto isso, a luta de Isabel continua. Com força e resiliência, ela se recusa a desistir e busca respostas que possam trazer paz a seu coração. “Minha esperança não morreu. Vou seguir buscando meu filho até o fim”. Veja também Isabel Veloso relata agravamento de câncer após nascimento do primeiro filho.