Mistério e tragédia: técnico em enfermagem some em Campinas e é encontrado morto em Sumaré

Última atualização: 25/04/2025

O que seria apenas mais um feriado prolongado transformou-se em um cenário de angústia e violência no interior de São Paulo. Brian Alexander Leslie Rodrigues, jovem de 20 anos que conciliava os estudos de Direito com a profissão de técnico em enfermagem e ainda realizava atendimentos como garoto de programa, desapareceu após aceitar um serviço em Campinas. Quatro dias depois, a busca angustiante por seu paradeiro terminou da pior maneira possível: seu corpo foi encontrado sem vida, boiando em uma lagoa na região entre Sumaré e Hortolândia.

O caso, envolto em mistérios, desencadeou uma série de questionamentos e investigações que ainda tentam explicar as circunstâncias brutais que tiraram a vida de um jovem descrito como alegre e batalhador.

Desaparecimento durante o feriado prolongado

No dia 16 de abril, Brian deixou sua residência no bairro Cambuci, em São Paulo, após ser contratado para prestar serviços em uma casa alugada no distrito de Barão Geraldo, em Campinas. De acordo com relatos da mãe, Nadia Maria Rodrigues de Azevedo, o filho seguiu viagem depois de ser buscado por um carro previamente combinado. Em medida de precaução, como fazia em outras ocasiões, enviou sua localização em tempo real para amigos próximos.

No entanto, poucas horas após a chegada ao destino, áudios enviados por Brian começaram a preocupar a família. Sua voz apresentava sinais de alteração, indicando possível uso de álcool ou drogas. Depois disso, o jovem deixou de responder e sua localização parou de atualizar, aumentando ainda mais a apreensão de familiares e amigos.

Casa alugada e sinais de irregularidades

Em busca de respostas, a mãe de Brian e um amigo se dirigiram até Campinas e foram até o último endereço registrado no celular do rapaz. No local, descobriram que a casa havia sido alugada pela plataforma Booking e era administrada por Luis Felipe Moreno Ribeiro, com propriedade de Camilla Yoshy Fernandes da Silva. Ambos relataram à polícia comportamentos estranhos dos hóspedes, como movimentação atípica, contratações de serviços de limpeza desnecessárias e a presença de estranhos no imóvel.

Após o desaparecimento ser comunicado, a polícia encontrou a casa abandonada às pressas, com pertences largados e luzes acesas, reforçando a hipótese de que algo grave havia ocorrido. Os hóspedes, por sua vez, não foram mais localizados.

Corpo encontrado com indícios de violência

No dia 20 de abril, a tragédia foi confirmada. O corpo de Brian foi encontrado no Horto Florestal de Sumaré, a aproximadamente 20 quilômetros de distância da casa onde ele foi visto pela última vez. A vítima apresentava ferimentos que levantaram suspeitas de homicídio: uma máscara tampava sua boca, fixada com fita adesiva, sugerindo que foi impedido de gritar. Além disso, havia uma perfuração no pescoço, cuja origem ainda é incerta — podendo ter sido causada por arma de fogo, arma branca ou até mesmo por ataque de animal aquático, conforme apontado em laudo preliminar.

A identidade de Brian foi oficialmente confirmada por exames no Instituto Médico Legal (IML) de Americana, por meio da análise de impressões digitais. Os pais do jovem foram chamados para prestar depoimento e ajudar na investigação conduzida pela Delegacia de Homicídios de Campinas.

Investigação em sigilo e busca por justiça

As investigações, que tramitam sob sigilo, já identificaram que as pessoas responsáveis pela locação da casa usaram dados falsos para realizar outros aluguéis na região. A polícia agora trabalha para rastrear os envolvidos, entender a motivação do crime e esclarecer em detalhes o que levou ao brutal assassinato de Brian.

Amigos e familiares descrevem Brian como um jovem cheio de sonhos, determinado a concluir sua graduação em Direito e construir uma vida melhor. Sua história, marcada pela luta e determinação, agora ecoa como símbolo de uma tragédia que escancarou a vulnerabilidade enfrentada por muitos jovens em busca de sobrevivência.

Enquanto a dor da perda ainda é recente, a memória de Brian se transforma em clamor por justiça, na esperança de que os responsáveis sejam identificados e responsabilizados, e que tragédias como essa não se repitam. Veja também Máfia da anestesia: Hospital vira alvo após romper contrato com cooperativa.

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