Nova variante da Dengue: Alerta e mobilização em 2025

Última atualização: 22/01/2025

Com a volta do sorotipo 3 da dengue após 17 anos, o Brasil enfrenta um dos cenários mais preocupantes já registrados. A epidemia de 2024, que já havia causado um recorde de 6,6 milhões de casos e mais de 6 mil mortes, deu lugar a um 2025 ainda mais desafiador, com previsões sombrias para a saúde pública. No início de janeiro de 2025, o estado de São Paulo registrou um aumento de 51% nos casos de dengue em comparação ao mesmo período do ano anterior. Em apenas duas semanas, 43.817 pessoas adoeceram, com o sorotipo 3 do vírus representando 40,8% dos casos em dezembro de 2024.

Especialistas alertam que a introdução de novos sorotipos aumenta a vulnerabilidade da população, especialmente para aqueles que já tiveram dengue anteriormente. Além disso, o sorotipo 3 está associado a um risco maior de manifestações graves da doença, como a dengue hemorrágica.

Resposta das autoridades

O governo de São Paulo implementou medidas emergenciais, incluindo a criação de uma sala de monitoramento e a instalação de 71 unidades de verificação genômica do vírus. Entretanto, o retorno do sorotipo 3 expõe lacunas no sistema de saúde e a necessidade de estratégias mais eficazes.

A vacinação é vista como uma solução de longo prazo, mas os desafios são enormes. A única vacina disponível no SUS, a Qdenga, não atende à demanda nacional. Em 2025, 9,5 milhões de doses foram adquiridas, protegendo apenas 4,25 milhões de pessoas — uma pequena fração da população.

Biotecnologia e soluções inovadoras

Enquanto a imunização em massa não é viável, a biotecnologia oferece alternativas promissoras. O projeto Wolbachia, conduzido pela Fiocruz, libera mosquitos infectados com a bactéria que impede a transmissão do vírus. Com resultados positivos em cidades como Niterói e Petrolina, o programa deve beneficiar 12 milhões de brasileiros até o final de 2025.

Mobilização comunitária e infraestrutura

Outro ponto crucial é o combate ao mosquito Aedes aegypti. Ações locais incluem drones e agentes sanitários para identificar criadouros em áreas urbanas. No entanto, especialistas destacam a necessidade de resolver problemas estruturais, como o armazenamento inadequado de água em comunidades afetadas pela escassez.

Um futuro de desafios e esperança

Embora o cenário atual seja desafiador, especialistas acreditam que o aumento da conscientização e o fortalecimento das políticas públicas podem minimizar os impactos da dengue nos próximos anos. A meta é integrar biotecnologia, vacinação e infraestrutura para conter o avanço da doença e salvar vidas. Veja também Minas Gerais adota tecnologia de ponta no combate à Dengue.

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *