Última atualização: 28/04/2025
No Hospital Regional de Santa Maria, no Distrito Federal, o ambiente frio e muitas vezes intimidador da ala pediátrica ganha cores e encantamento toda vez que o médico Thiago Moisés inicia seu plantão. Em vez do tradicional jaleco branco, ele aparece caracterizado como personagens icônicos como Super-Homem, Homem-Aranha, Batman e Capitão América. O objetivo vai além de entreter: Moisés aposta na fantasia como instrumento de humanização do atendimento, buscando reduzir o medo e o sofrimento emocional das crianças que enfrentam doenças e procedimentos hospitalares.
Ao transformar a consulta médica em um momento mais leve e acolhedor, ele busca resgatar a confiança dos pequenos pacientes e promover um ambiente mais positivo também para as famílias.
Uma abordagem lúdica para o cuidado infantil
A iniciativa de Thiago Moisés começou há cerca de cinco anos e desde então se tornou parte da rotina do Hospital Regional de Santa Maria. Em cada plantão, o pediatra escolhe uma fantasia diferente com o intuito de criar uma atmosfera mais amigável e menos ameaçadora.
Já foram utilizados trajes de diversos super-heróis e, em datas comemorativas, o médico também incorpora figuras como o Papai Noel. O impacto positivo é visível: crianças que antes choravam ao entrar na sala de atendimento agora sorriem e interagem com curiosidade e entusiasmo.
Humanização do atendimento como missão profissional
Segundo o próprio médico, o uso das fantasias não é apenas um recurso visual. Para ele, trata-se de um gesto simbólico que comunica acolhimento, segurança e empatia. Thiago afirma que muitas crianças associam o hospital à dor e a experiências negativas, como injeções e procedimentos invasivos.
Ao se apresentar como um “herói”, ele rompe com esse imaginário e passa a ser visto como um aliado. A intenção é proporcionar conforto emocional, favorecendo não apenas o tratamento, mas o vínculo entre o profissional de saúde, o paciente e sua família.
Pediatria por vocação e paixão
Thiago Moisés relata que sempre sonhou em seguir a carreira pediátrica, e que mesmo tendo uma segunda especialização, seu verdadeiro entusiasmo está no cuidado infantil. Ele afirma sentir-se realizado com a profissão que escolheu e reforça que seu compromisso vai além do aspecto técnico do atendimento.
Para ele, o pediatra deve acompanhar de forma contínua o crescimento e o desenvolvimento da criança, oferecendo orientações que ajudem os pais a garantir bem-estar e qualidade de vida aos filhos.
Referência de empatia no SUS
A prática adotada pelo pediatra se destaca em meio às frequentes críticas que o Sistema Único de Saúde (SUS) enfrenta. Em um cenário onde muitas vezes se fala em sobrecarga, falta de estrutura e atendimento mecanizado, a atitude de Thiago Moisés mostra que é possível promover um cuidado mais humano mesmo com recursos limitados. Sua atuação inspira colegas de profissão e é celebrada pelas famílias que vivenciam um momento de vulnerabilidade com mais leveza e acolhimento. Veja também Exames indicam avanço no quadro de saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro.