Polícia conclui investigação sobre feminicídio brutal de técnica de enfermagem em MG

Última atualização: 01/03/2025

A Polícia Civil de Minas Gerais finalizou a investigação sobre a trágica morte da técnica de enfermagem Pâmela Nunes Valadares, encontrada sem vida em 19 de fevereiro, dentro de uma fossa em uma zona rural no município de Frutal. O crime chocou a comunidade local pela brutalidade com que foi cometido. Após semanas de apuração, as autoridades concluíram que o namorado da vítima, Guilherme Henrique Alves, de 20 anos, e o cunhado, Igor Alves, de 23, foram os responsáveis pelo assassinato. Eles responderão pelos crimes de feminicídio qualificado, ocultação de cadáver e furto.

Crime planejado e execução cruel

Segundo o inquérito policial, a técnica de enfermagem convidou os dois homens para sua casa na noite do crime, onde compartilharam uma refeição antes do ataque. Durante a confraternização, um desentendimento aparentemente banal se transformou em uma agressão mortal. A vítima, em um momento descontraído, deu um leve tapa no cunhado, o que ele teria interpretado como uma ofensa. Exigindo que ela se desculpasse, ele iniciou uma série de agressões físicas.

Em meio à confusão, Igor teria começado a enforcar Pâmela e, ao perceber que a vítima ainda estava viva, Guilherme o auxiliou, intensificando o estrangulamento até que a mulher perdesse a consciência e morresse.

Ocultação do corpo e tentativa de fuga

Após cometerem o assassinato, os dois homens envolveram o corpo da vítima em um cobertor, utilizaram uma corda para amarrar seus braços e pernas e, em seguida, a transportaram em um carrinho de reciclagem. Imagens do sistema de monitoramento da cidade mostram a dupla utilizando a moto elétrica da própria vítima para rebocar o carrinho até a chácara onde o corpo foi jogado em uma fossa.

A frieza dos assassinos chamou a atenção dos investigadores. Depois de se livrarem do corpo, eles retornaram à residência de Pâmela e consumiram a pizza que havia sido pedida antes do crime. Além disso, elaboraram um plano de fuga que incluía se mudarem de cidade e mobiliar uma nova casa com os pertences da vítima. Entre os itens furtados estavam eletrodomésticos e relógios.

Investigação e prisão dos suspeitos

A investigação contou com o depoimento de dois policiais militares, oito testemunhas e a análise das imagens de câmeras de segurança. A Polícia Militar foi acionada quando amigos e colegas de trabalho de Pâmela estranharam sua ausência no hospital onde trabalhava. Mensagens enviadas à vítima foram respondidas, mas sem áudios, o que gerou suspeitas entre as amigas, que já haviam recebido alertas da própria Pâmela sobre possíveis agressões do namorado.

Ao chegarem à residência da vítima e não a encontrarem, os agentes foram até a casa de Guilherme, onde ele confessou o crime e indicou onde o corpo havia sido descartado. Além do feminicídio, Guilherme também responderá por falsa identidade, já que tentou se passar por outra pessoa ao ser abordado pela polícia.

Repercussão e comoção

A brutalidade do crime gerou forte comoção na cidade e entre colegas de trabalho da vítima. Pâmela, que era natural do Tocantins, trabalhava em dois hospitais de Frutal, incluindo um da rede pública. A Prefeitura da cidade divulgou uma nota de pesar, lamentando profundamente a perda da profissional de saúde e prestando solidariedade aos familiares e amigos.

Os acusados permanecem presos preventivamente e aguardam julgamento. O caso reforça a necessidade de medidas mais eficazes no combate à violência contra mulheres, especialmente em relacionamentos abusivos. Ver também Técnica de enfermagem é filmada quebrando braço de criança acamada.

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