Última atualização: 23/04/2025
A cidade de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, enfrenta um cenário alarmante no combate à dengue. Em apenas quatro meses de 2025, o município já registrou 17 mortes em decorrência da doença, o que representa 89% do total de óbitos contabilizados durante todo o ano de 2024. Esse crescimento acelerado não só acende o alerta das autoridades sanitárias, como também posiciona a cidade como o epicentro da crise em Minas Gerais. Com mais de 9 mil casos confirmados até agora, o surto atinge níveis preocupantes e expõe fragilidades no sistema de prevenção e resposta a arboviroses.
Casos e mortes colocam Uberlândia no topo da estatística estadual
De acordo com dados do Painel de Monitoramento de Casos das Arboviroses em Minas Gerais, Uberlândia já contabiliza 17 óbitos por dengue em 2025, além de outros 14 casos ainda sob investigação. O número de ocorrências prováveis também chama atenção: são mais de 9 mil registros.
A comparação com 2024 é assustadora: em todo o ano passado, foram 19 mortes, enquanto em menos de um semestre de 2025, a cidade já se aproxima desse total.
Perfil das vítimas e fatores de risco associados
A análise dos óbitos revelou que a maioria dos pacientes apresentava comorbidades, o que eleva consideravelmente o risco de complicações. Hipertensão, diabetes e doenças renais crônicas foram as enfermidades mais comuns entre os que faleceram.
Homens representaram 58% das vítimas, e a faixa etária mais afetada foi entre 50 e 59 anos. Esses dados indicam que o vírus tem sido especialmente letal entre pessoas com saúde fragilizada.
Região do Triângulo concentra a maioria dos óbitos por dengue
Além de Uberlândia, a cidade de Uberaba também apresenta um aumento expressivo nos casos fatais, com 11 mortes confirmadas neste ano. Juntas, essas cidades colocam o Triângulo Mineiro como a região mais impactada pela dengue em Minas Gerais, concentrando mais de 75% dos óbitos estaduais.
A escalada dos números levou ambas as prefeituras a decretarem situação de emergência, numa tentativa de agilizar medidas de contenção e ampliar o acesso a recursos para enfrentamento da crise.
Dengue: riscos, sintomas e prevenção
A dengue é uma arbovirose transmitida pela fêmea do mosquito Aedes aegypti e pode se apresentar em diferentes formas clínicas, desde quadros leves até manifestações graves que levam à morte. Os principais sintomas incluem febre alta de início súbito, dor muscular, dor atrás dos olhos, náuseas, manchas vermelhas na pele e sangramentos. Em casos mais severos, o paciente pode desenvolver dengue hemorrágica ou síndrome do choque da dengue.
Pessoas com doenças crônicas e idosos devem redobrar os cuidados, já que apresentam maior vulnerabilidade a formas graves da doença.
A prevenção ainda é a principal arma contra o avanço da dengue, baseada na eliminação de criadouros do mosquito transmissor e na vacinação — já disponível para determinados grupos, conforme orientação do Ministério da Saúde.
Resposta das autoridades e desafios enfrentados
As autoridades locais intensificaram campanhas educativas, ações de vistoria domiciliar e mutirões de limpeza para reduzir focos do mosquito. No entanto, a velocidade com que os casos evoluem desafia a capacidade de resposta da rede pública de saúde.
Com a elevada demanda por atendimento e a persistência de condições ambientais favoráveis à proliferação do mosquito, os especialistas alertam que o cenário pode se agravar nas próximas semanas.
Urgência de ações integradas
O panorama em Uberlândia e no Triângulo Mineiro evidencia a necessidade urgente de estratégias mais eficazes e integradas no combate à dengue. Além do reforço nas políticas públicas, é fundamental que a população se engaje ativamente nas medidas preventivas, adotando práticas simples, mas eficazes, no cotidiano. Sem o envolvimento coletivo, a contenção do surto poderá se tornar ainda mais difícil, e o número de vítimas poderá ultrapassar limites alarmantes. Ver também Dia Nacional da Insuficiência Adrenal reforça a urgência do diagnóstico precoce e da conscientização.