Última atualização: 12/03/2025
Uma técnica em enfermagem está sob investigação em Campo Grande (MS) após ser acusada de realizar compras online utilizando a conta de uma idosa de 74 anos, que está acamada e sob cuidados de profissionais de saúde domiciliar. Segundo familiares da vítima, a profissional teria feito ao menos 14 transações não autorizadas por meio de um aplicativo de compras, causando um prejuízo estimado em R$ 864. As mercadorias adquiridas, que incluem itens como tapetes, organizadores, uma balança e eletrodomésticos, teriam sido enviadas para um endereço diferente do da idosa.
Descoberta das compras irregulares
A sobrinha da vítima percebeu a fraude ao acessar a conta da tia em um aplicativo de compras. Ao revisar o histórico de pedidos, identificou diversas compras realizadas recentemente, com endereço de entrega registrado no bairro Jardim Morenão, que não corresponde ao da idosa. Além disso, um número de telefone desconhecido estava cadastrado no aplicativo.
Intrigada com as informações, a familiar decidiu investigar a origem do número. Por meio de uma tentativa de transferência via PIX, conseguiu associar o telefone a uma das técnicas de enfermagem responsáveis pelo atendimento da idosa. O detalhe que chamou a atenção foi que as compras foram feitas nos dias exatos em que essa profissional esteve na residência da vítima, o que aumentou as suspeitas sobre sua participação no caso.
Acusada nega envolvimento
Diante da situação, os familiares da idosa acionaram a polícia e pretendem levar o caso ao Conselho Regional de Enfermagem (Coren) para que seja analisada a conduta ética da profissional. A sobrinha da vítima, que também é enfermeira, afirmou que medidas disciplinares são essenciais para evitar que situações semelhantes aconteçam com outros idosos sob cuidados domiciliares.
A técnica em enfermagem acusada, no entanto, nega qualquer envolvimento no crime. Em mensagens enviadas a colegas de trabalho, ela afirmou que nunca teve acesso ao celular da paciente e que não precisaria cometer tal ato. “Estou desesperada, nunca faria isso. Nem sei o que fazer”, declarou em um dos textos enviados a um grupo de mensagens.
Investigação em andamento
O caso foi registrado como furto e segue sob investigação da polícia. A suspeita pode responder criminalmente, caso sejam confirmadas as evidências de que utilizou indevidamente os dados da idosa para realizar as compras.
A família da vítima reforça que a situação agravou a vulnerabilidade da idosa, que já enfrenta desafios decorrentes de sua condição de saúde. “Pessoas desse nível não podem estar ao lado de quem precisa de cuidados. Nossa família já está fragilizada com a doença da minha tia, e ainda temos que lidar com essa situação“, desabafou a sobrinha.
A polícia segue coletando provas e não descarta a possibilidade de que outras vítimas possam ter sido prejudicadas da mesma forma. Veja tambem Distrito Federal é condenado por falta de fiscalização em contrato com técnica de enfermagem terceirizada.