Introdução aos protocolos e fluxogramas de classificação de risco

Última atualização: 29/12/2024

Os protocolos e fluxogramas de classificação de risco são ferramentas indispensáveis para organizar e priorizar o atendimento em serviços de urgência e emergência. Eles garantem que as decisões sejam tomadas de forma sistemática, objetiva e embasada em evidências científicas, promovendo um cuidado eficiente, seguro e justo. Este conteúdo faz parte do Curso online de Classificação de Risco e Protocolo de Manchester.

Tópico 5: Protocolos e fluxogramas de classificação de risco: modelos e exemplos

5.1. Introdução aos protocolos e fluxogramas de classificação de risco
5.1.1. Definição e objetivos dos protocolos e fluxogramas
5.1.2. Importância da padronização e utilização de protocolos baseados em evidências científicas


5.1.1. Definição e Objetivos dos Protocolos e Fluxogramas

  1. Definição de Protocolos e Fluxogramas:
    • Protocolos são documentos técnicos que descrevem, de forma detalhada, os passos a serem seguidos em situações específicas, baseando-se em critérios objetivos e na melhor evidência científica disponível.
    • Fluxogramas são representações visuais que sintetizam os protocolos, indicando as etapas e decisões a serem tomadas no processo de triagem, com base nas informações apresentadas pelo paciente.
    • Ambos são ferramentas que orientam os profissionais de saúde, promovendo uniformidade e eficiência no atendimento.
  2. Objetivos dos Protocolos e Fluxogramas na Classificação de Risco:
    • Priorização de Casos: Garantir que pacientes com condições mais graves sejam identificados rapidamente e recebam atendimento prioritário.
    • Segurança do Paciente: Reduzir o risco de atrasos no atendimento de casos emergenciais, minimizando complicações e eventos adversos.
    • Eficiência Operacional: Organizar o fluxo de atendimento, evitando congestionamentos e otimizando os recursos disponíveis.
    • Redução de Subjetividades: Padronizar o processo de triagem para que as decisões sejam baseadas em critérios clínicos e não em julgamentos individuais.
    • Facilidade na Comunicação: Servir como um guia claro e objetivo para toda a equipe multidisciplinar, promovendo uma linguagem comum entre os profissionais.
  3. Estrutura Básica de um Fluxograma de Triagem:
    • Ponto de Início: Geralmente, começa com a queixa principal relatada pelo paciente, como dor torácica, febre ou trauma.
    • Perguntas de Triagem: Incluem questões diretas e avaliação de sinais vitais para direcionar as próximas etapas.
    • Decisões Chave: Cada etapa do fluxograma leva a um desfecho, como classificar o caso como “emergente” ou “não urgente”.
    • Ações Recomendadas: Orientações claras sobre intervenções iniciais ou encaminhamento para outros setores.

Exemplo prático:

Um fluxograma para dor torácica pode incluir as seguintes etapas:

  • Paciente apresenta dor torácica irradiada para o braço esquerdo? Sim -> Classificar como emergência.
  • Sinais vitais alterados (pressão arterial, frequência cardíaca)? Sim -> Encaminhar como muito urgente.
  • Dor leve e estável sem outros sintomas graves? Sim -> Classificar como pouco urgente.

5.1.2. Importância da Padronização e Utilização de Protocolos Baseados em Evidências Científicas

  1. Padronização como Garantia de Qualidade:
    • A padronização dos processos reduz variações no atendimento, assegurando que todos os pacientes sejam avaliados com os mesmos critérios, independentemente do profissional que realiza a triagem.
    • Isso promove um atendimento mais justo, eficiente e previsível, especialmente em serviços de alta demanda.
  2. Redução de Erros:
    • Protocolos padronizados ajudam a minimizar falhas na identificação de casos graves, reduzindo atrasos que podem comprometer a segurança do paciente.
    • Eles também oferecem suporte à decisão clínica, diminuindo a dependência exclusiva da experiência individual do profissional.
  3. Base Científica como Fundamentação:
    • Protocolos baseados em evidências científicas refletem as melhores práticas e os avanços mais recentes na área da saúde, garantindo maior eficácia no manejo dos pacientes.
    • Eles são desenvolvidos com base em estudos clínicos, diretrizes internacionais e análises de resultados, promovendo decisões embasadas.
  4. Consistência no Atendimento:
    • A utilização de protocolos garante que os cuidados sejam consistentes em diferentes turnos, equipes ou unidades de saúde, proporcionando maior confiança e previsibilidade no sistema.
  5. Facilidade na Capacitação da Equipe:
    • Protocolos padronizados facilitam o treinamento e a atualização dos profissionais, promovendo uniformidade na aplicação das diretrizes.
    • Novos membros da equipe podem ser rapidamente integrados ao sistema, reduzindo o impacto de rotatividade.
  6. Monitoramento e Avaliação:
    • Protocolos bem estruturados permitem a coleta de dados para avaliação de desempenho e qualidade, como tempos de espera e taxa de eventos adversos.
    • A análise desses dados ajuda a identificar áreas de melhoria e ajustar os processos conforme necessário.

Exemplo prático:

O uso do Manchester Triage System (MTS) é um exemplo de protocolo padronizado baseado em evidências. Ele classifica os pacientes em cinco níveis de prioridade (emergência, muito urgente, urgente, pouco urgente e não urgente) com base em critérios objetivos, como sinais vitais e queixas principais. Essa padronização garante que pacientes com infarto agudo do miocárdio sejam rapidamente identificados e tratados, enquanto casos de baixa gravidade aguardam sem prejudicar sua saúde.


Os protocolos e fluxogramas de classificação de risco são ferramentas indispensáveis para garantir um atendimento eficiente, seguro e justo nos serviços de urgência. Sua padronização e base em evidências científicas promovem consistência, reduzem erros e otimizam recursos, beneficiando tanto os pacientes quanto os profissionais de saúde. Ao adotar essas práticas, os serviços podem melhorar a qualidade do cuidado e atender de forma mais eficaz às necessidades da população.

Este conteúdo faz parte do Curso online de Classificação de Risco e Protocolo de Manchester.

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