Última atualização: 15/04/2023
O diagnóstico de gravidez baseia-se na história, no exame físico e nos testes laboratoriais. Frente a uma amenorreia ou atraso menstrual, deve-se, antes de tudo, suspeitar da possibilidade de uma gestação.
O diagnóstico de gravidez envolve, a identificação dos sinais e sintomas típicos da gestação, bem como a realização de testes laboratoriais para confirmar a presença do hormônio gonadotrofina coriônica humana (Beta-hCG), sendo produzido durante a gravidez.
Os primeiros sinais e sintomas de gravidez podem incluir atraso menstrual, sensibilidade nas mamas, fadiga, náuseas e vômitos, aumento da frequência urinária e alterações no paladar e no olfato. No entanto, esses sintomas podem variar entre as mulheres e nem sempre são específicos da gravidez.
A confirmação do diagnóstico da gravidez pode ser feita pelo profissional de saúde da unidade básica (UBS), por meio de um teste imunológico para gravidez (TIG), conforme o protocolo da UBS.
Tipos de exames laboratoriais para diagnosticar gravidez
Existem dois tipos principais de exames laboratoriais utilizados para o diagnóstico de gravidez, ambos visando detectar a presença do hormônio gonadotrofina coriônica humana (Beta hCG).
Teste Imunológico para Gravidez (TIG), pode ser feito mediante amostra de urina, ou amostra de sangue.
- Testes de urina: Esses testes são geralmente os primeiros a serem realizados e são frequentemente utilizados em farmácias ou Unidades Básicas de Saúde (UBS). O teste de urina detecta a presença de Beta hCG na urina da mulher, fornecendo um resultado qualitativo (positivo ou negativo). Os testes de urina são menos sensíveis que os testes de sangue e geralmente são eficazes em detectar a gravidez a partir do primeiro dia de atraso menstrual.
- Testes de sangue: Os testes de sangue para gravidez são mais sensíveis e precisos que os testes de urina, podendo detectar níveis menores de Beta hCG e fornecer resultados mais rápidos.
Se o atraso menstrual for superior a 12 semanas, o diagnóstico de gravidez poderá ser feito pelo exame clínico e torna-se desnecessária a solicitação do teste imunológico para gravidez (TIG). O diagnóstico da gravidez pode ser efetuado em 90% das pacientes por intermédio dos sinais clínicos, dos sintomas e do exame físico em gestações mais avançadas.
As queixas principais são devidas ao atraso menstrual, à fadiga, à mastalgia, ao aumento da frequência urinária e aos enjoos/vômitos matinais.
Sinais de presunção de gravidez:
- Atraso menstrual;
- Manifestações clínicas (náuseas, vômitos, tonturas, salivação excessiva, mudança de apetite, aumento da frequência urinária e sonolência);
- Modificações anatômicas (aumento do volume das mamas, hipersensibilidade nos mamilos, tubérculos de Montgomery, saída de colostro pelo mamilo, coloração violácea vulvar, cianose vaginal e cervical, aumento do volume abdominal).
Sinais de probabilidade:
- Amolecimento da cervice uterina, com posterior aumento do seu volume;
- Paredes vaginais aumentadas, com aumento da vascularização (pode-se observar pulsação da artéria vaginal nos fundos de sacos laterais);
- Positividade da fração beta do HCG no soro materno a partir do oitavo ou nono dia após a fertilização.
Sinais de certeza:
- Presença dos batimentos cardíacos fetais (BCF), detectados pelo sonar a partir de 12 semanas e pelo Pinard a partir de 20 semanas;
- Percepção dos movimentos fetais (de 18 a 20 semanas);
- Ultrassonografia: o saco gestacional pode ser observado por via transvaginal com apenas 4 a 5 semanas gestacionais e a atividade cardíaca é a primeira manifestação do embrião com 6 semanas gestacionais.
Confirmação da gravidez
Após a confirmação da gravidez, em consulta médica ou de enfermagem, dá-se início ao acompanhamento da gestante, com seu cadastramento e abertura do Pré-natal.
A partir desse momento, a gestante deverá receber as orientações necessárias referentes ao acompanhamento de pré-natal: sequência de consultas (mensalmente, se possível), visitas domiciliares e grupos educativos. Deverão ser fornecidos:
- O Cartão da Gestante, com a identificação preenchida, o número do Cartão Nacional da Saúde, o hospital de referência para o parto e as orientações sobre este;
- O calendário de vacinas e suas orientações;
- A solicitação dos exames de rotina;
- As orientações sobre a participação nas atividades educativas (reuniões e visitas domiciliares).
Abertura do Pré-natal pelo enfermeiro
Conforme as diretrizes do Ministério da Saúde do Brasil, os enfermeiros têm um papel fundamental no cuidado pré-natal. A atuação do enfermeiro no pré-natal inclui a realização da consulta de enfermagem e a abertura do pré-natal, desde que estejam capacitados e atuem conforme as normas e protocolos estabelecidos.
O enfermeiro, é responsável por realizar a anamnese, exame físico, solicitação e avaliação de exames complementares, bem como identificar fatores de risco e orientar as gestantes sobre cuidados durante a gravidez. Além disso, o enfermeiro deve realizar o acompanhamento e o encaminhamento das gestantes para outros profissionais de saúde, conforme necessário.
A atuação do enfermeiro no pré-natal garantirá, um cuidado integral e de qualidade às gestantes, contribuindo para a promoção da saúde materno-infantil e a redução das taxas de morbidade e mortalidade. No entanto, é importante destacar que o cuidado pré-natal envolve uma equipe multidisciplinar, incluindo médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais de saúde, trabalhando em conjunto para garantir o bem-estar da mãe e do bebê.
Referência
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2012.
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