Angina Pectoris

Última atualização: 01/01/2025

ANGINA PECTORIS (ANGINA) – CONCEITO, CAUSAS E CUIDADOS DE ENFERMAGEM. A angina pectoris é uma dor torácica transitória ou sensação de aperto no peito, ocasionada pela falta de suprimento adequado de oxigênio ao miocárdio. As coronárias, responsáveis por levar sangue oxigenado ao coração, podem estar estreitadas ou obstruídas, de modo que não atendem às demandas quando o músculo cardíaco precisa trabalhar mais (por exemplo, em situações de esforço ou estresse). Ver Quais os sintomas de arritmia no coração?.


1. CAUSAS E FATORES DE RISCO

  1. Doença Arterial Coronariana (DAC)
    • Aterosclerose (placas de gordura estreitando as coronárias)
    • Arterite coronariana (inflamação)
    • Espasmo arterial
  2. Distúrbios Circulatórios
    • Estenose aórtica
    • Hipotensão arterial
    • Espasmo arterial
  3. Distúrbios Sanguíneos
    • Anemia (redução do transporte de oxigênio)
    • Hipoxemia (baixa oxigenação)
    • Policitemia (aumento excessivo de glóbulos vermelhos)
  4. Fatores Desencadeantes
    • Esforço físico ou ingestão alimentar exagerada
    • Emoções fortes (raiva, ansiedade)
    • Exposição a baixas temperaturas

2. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

A dor ou desconforto no peito surge quando o miocárdio não recebe oxigênio suficiente. As características típicas são:

  • Sensação: Aperto, queimação, esmagamento, “gases” ou “pressão” na região subesternal.
  • Intensidade: Geralmente leve a moderada; raramente é extremamente forte.
  • Localização: Retroesternal ou levemente deslocada para a esquerda do esterno.
  • Irradiação: Pode irradiar para o ombro e braço esquerdos (até cotovelo, punho e dedos), pescoço, braço direito, mandíbula, epigástrio ou região torácica.
  • Duração: Em média, 5 minutos; podendo chegar a 15-20 minutos em casos intensos (ex.: raiva extrema).
  • Alívio: Repouso e administração de nitroglicerina.

Outros sintomas podem acompanhar a dor: dispneia, palidez, sudorese, tontura, palpitações e náuseas/vômitos.


3. DIAGNÓSTICO

  1. História Clínica (Anamnese)
    • Identificação dos sintomas (dor, irradiação, alívio, desencadeantes).
  2. Teste de Esforço
    • Exercício em esteira ou bicicleta ergométrica, monitorando ECG e sintomas.
  3. Eletrocardiograma (ECG)
    • Pode mostrar alterações durante a crise ou após esforço.
  4. Angiografia Coronariana
    • Exame de imagem para visualizar obstruções ou estreitamentos nas artérias coronárias.

4. TRATAMENTO

  • Controle de Fatores de Risco:
    • Hipertensão arterial, níveis de colesterol, tabagismo, dieta balanceada e redução do estresse.
  • Medicamentos:
    • Nitratos (ex.: nitroglicerina): Dilatam vasos e reduzem a pré-carga, aliviando a dor.
    • Betabloqueadores: Diminuem a frequência cardíaca e a demanda de oxigênio.
    • Bloqueadores de canais de cálcio: Melhoram o suprimento de oxigênio ao miocárdio e reduzem a contratilidade.
    • Antiagregantes plaquetários (AAS, clopidogrel): Evitam a formação de trombos.
  • Mudanças no Estilo de Vida:
    • Dieta equilibrada com redução de gorduras saturadas.
    • Exercícios físicos moderados (conforme orientação médica).
    • Cessação do tabagismo.
    • Manejo do estresse.
  • Procedimentos Invasivos (se necessário):
    • Angioplastia coronariana (desobstrução com balão/stent).
    • Cirurgia de revascularização miocárdica (bypass das coronárias).

5. CUIDADOS DE ENFERMAGEM

5.1 Avaliação e Monitoramento

  1. Características da Dor
    • Local, intensidade, duração, irradiação e fatores de alívio.
    • Relação com esforço físico, ingestão alimentar ou fatores emocionais.
  2. Sinais Vitais
    • Verificar respiração, pressão arterial e frequência cardíaca a cada episódio de dor torácica.
  3. ECG Durante a Dor
    • Registrar eletrocardiograma quando houver dor ou suspeita de evolução para infarto.
  4. Resposta ao Tratamento
    • Observar se a dor alivia com nitratos ou repouso.
    • Avisar o médico se a dor não diminuir.

5.2 Intervenções de Enfermagem

  1. Identificar e Prevenir Fatores Desencadeantes
    • Descobrir com o paciente as atividades que provocam dor.
  2. Proporcionar Conforto
    • Ambiente tranquilo e silencioso para aliviar ansiedade e reduzir a demanda de oxigênio.
    • Auxiliar em medidas de repouso até que a crise alivie.
  3. Orientar Paciente e Família
    • Explicar rotina, estratégias de tratamento e importância de aderir ao plano terapêutico.
    • Reforçar a relação entre dieta, atividades físicas e doença arterial coronariana.
    • Instruir sobre uso correto de medicamentos após alta.
  4. Plano para Modificação de Fatores de Risco
    • Ajudar o paciente a estabelecer metas para cessar tabagismo, controlar hipertensão e melhorar hábitos alimentares.
    • Providenciar orientação nutricional, enfatizando redução de gorduras e controle do peso.

5.3 Cuidados Específicos com Medicamentos

  • Nitratos (Nitroglicerina)
    • Pode causar sensação de queimação sob a língua quando a dor é forte.
    • Orientar o paciente a não engolir a saliva até dissolver o comprimido.
    • Para ação mais rápida, se prescrito, triturar o comprimido entre os dentes.
    • Manter repouso até sumirem os sintomas.
  • Observação de Sinais de Alerta
    • Comunicar imediatamente qualquer piora ou mudança no padrão da dor ao médico.

É um alerta de que o coração não está recebendo fluxo de sangue suficiente

A angina pectoris é um alerta de que o coração não está recebendo fluxo de sangue suficiente para suprir sua demanda de oxigênio. Fatores como esforço físico, stress e alimentação inadequada podem desencadear as crises. O cuidado de enfermagem busca avaliar e monitorar a dor, orientar o paciente sobre modificações no estilo de vida e uso correto de medicamentos, além de prover conforto e segurança em períodos de dor torácica.

A identificação precoce de fatores de risco e a adesão a um plano terapêutico são essenciais para prevenir complicações mais graves, como o infarto agudo do miocárdio. Ver Como transportar bebês e crianças com segurança no carro?.

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