Última atualização: 08/02/2023
Alguns medicamentos são administrados no espaço epidural, isola- dos ou em combinação, proporcionando um sítio específico de analgesia.
Para a administração do medicamento pela via epidural, o médico anestesista instala um cateter epidural por uma via percutânea no espaço epidural, que está localizado entre o ligamento flavum e a duramáter, estendendo-se desde o forame magno até a membrana sacrococcígea. Esse espaço potencial é preenchido por veias epidurais, gordura e tecido areolar frouxo.
Na anestesia epidural, o anestésico local é injetado, geralmente, através dos espaços intervertebrais na região lombar, embora também possa ser injetado nas regiões cervicais e torácicas. Para produzir analgesia do tórax e do abdome superior, o cateter é posicionado entre a 5a e a 8a vértebras torácicas, e, para produzir analgesia do abdome inferior e membros inferiores (MMII), o cateter é implantado entre a 2a e a 4a vértebras lombares.
Medicamentos que podem ser administrados pela via epidural
Alguns medicamentos são administrados no espaço epidural, isolados ou em combinação, proporcionando um sítio específico de analgesia.
Opiáceos | Os opiáceos administrados por essa via difundem-se pela duramáter e misturam-se com o líquido cefalor- raquidiano (LCR) do paciente. Em seguida, ligam-se aos receptores opioides, que bloqueiam a transmissão dos estímulos dolorosos entre o gânglio da raiz dorsal e a medula espinhal. |
Medicamentos lipossolúveis | Os medicamentos lipossolúveis, como fentanil, sufentanil e bupivacaína, atravessam facilmente a duramáter e produzem alívio imediato da dor. |
Medicamentos hidrossolúveis | Os agentes hidrossolúveis, como a morfina e a hidromorfona, atravessam lentamente a duramáter e, por essa razão, proporcionam analgesia lenta e de maior duração. |
A administração simultânea de um opiáceo e uma anestesia local pode produzir os efeitos analgésicos dos dois medicamentos. Possibilita-se, assim, a utilização de doses menores e reduz-se os riscos de ocorrer efeito colateral.
Os medicamentos administrados por essa via devem ser soluções aquosas, neutras, isotônicas, rigorosamente estéreis e apirogênicas. Não devem possuir conservantes germicidas, pois podem lesar o tecido nervoso. Devido ao pequeno volume e à lentidão de movimento do LCR, as preparações injetadas devem apresentar pH e tonicidade próximos dos valores fisiológicos.Vantagens da via epidural
As vantagens dessa via, comparada à sistêmica, estão no fato de as doses necessárias para analgesia serem menores e causarem menos efeitos colaterais e maior liberdade de movimentação para o paciente.
Efeitos colaterais
Os efeitos colaterais relacionados ao uso de morfina são: depressão respiratória, náuseas, vômitos, retenção urinária, prurido, diminuição da motilidade intestinal, sonolência e alucinações.
Complicações relacionadas ao cateter
- Infecção.
- Migração do cateter para o espaço subaracnoideo.
- Perda.
- Dobra – acotovelamento ou quebra acidental do cateter, podem advir de manipulação inadequada nas trocas de curativos ou por movimentação do paciente. Nesse caso, a infusão deve ser interrompida e uma nova avaliação do anestesista deve ser solicitada.
Prevenção de infecções
- Realizar a higienização das mãos antes e após a manipulação do cateter.
- Observar a inserção do cateter (sinais flogísticos).
- Controlar rigorosamente a temperatura corpórea.
- Realizar curativo conforme padronização da instituição.
Contraindicações:
- Plaquetopenia.
- Distúrbios de coagulação.
- Infecção localizada.
- Anormalidade estrutural diagnosticada na coluna vertebral ou no espaço epidural, artrite vertebral.
- Hipotensão.
- Hipertensão grave.
- Alergia ao medicamento prescrito.
Material:
- Medicamento prescrito previamente preparado.
- Compressas de gaze embebidas em álcool a 70% utilizado para desinfecção.
- Seringa de 5 ml.
- Um par de luvas de procedimento.
- Máscara.
- Um pacote de compressas de gaze estéril.
Procedimento:
- Lavar as mãos.
- Colocar luvas e máscara.
- Colocar o campo fenestrado na região do cateter.
- Realizar desinfecção da tampa com álcool a 70% (deixar a solução secar totalmente).
- Introduzir a agulha da seringa de 5 ml vazia na tampa para injeção e aspirar. Caso retorne sangue ou LCR límpido, suspender o procedimento e avisar o médico. Se não houver re- torno, proceder à administração do medicamento, conforme prescrição.
A administração por essa via pode ser prescrita em bolus, devendo ser injetado o medicamento à velocidade prescrita, ou, ainda, pode ser pres- crita infusão contínua, e o fluxo de infusão deve ser ajustado conforme a prescrição médica.
No caso da infusão contínua, deve-se conectar o filtro ao recipiente que contém o medicamento e retirar todo o ar do sistema. Esse filtro é de 0,2 mícron sem surfactante.
- Realizar a identificação do frasco do medicamento e do cateter com as palavras: Via Epidural, para evitar infusão acidental de outros medicamentos por meio dessa via de administração.
- Enrolar o cateter e fazer a fixação preferencialmente com filme transparente conforme protocolo da instituição, evitando-se assim, a tração do cateter; observar a sua inserção e localização.
- Observar a inserção do cateter para avaliar: presença de sinais flogísticos; extravasamento de medicação ao redor do cateter; deslocamento, dobra ou tração do cateter.
- Realizar a limpeza e troca da fixação conforme protocolo da instituição.
Cuidados importantes:
- Não utilizar soluções alcoólicas para limpar a inserção do cateter, pois esse agente pode causar lesão nervosa se em contato com o espaço epidural.
- Verificar a posição do cateter medindo seu comprimento externo. Realizar aspiração do cateter conforme protocolo da instituição.
- Se o paciente apresentar cefaleia pulsátil e prolongada, que piora na posição sentada ou ereta, o cateter pode ter perfurado a duramáter, possibilitando o extravasamento de LCR do espaço epidural e reduzindo a pressão no canal medular. Comunicar o médico, pois o paciente pode receber uma dose excessiva do analgésico prescrito.
- Caso a cefaleia não ceda em 48 horas, o médico poderá prescrever injeções de cafeína ou um tampão sanguíneo (aspiração de 10 ml de sangue de uma veia periférica do paciente e sua injeção no espaço epidural, que irá selar a área que está vazando e atenuar a cefaleia). A tampa oclusora para administrar o medicamento e o filtro do cateter epidural devem ser substituídos a cada 48 ou 72 horas, de acordo com o protocolo da instituição.
Prezados
Preciso da resolução que libere o enfermeiro a manipular e ou administrar medicação em cateter peridural, pode ajudar?