Última atualização: 22/12/2024
O termo hipertensão refere-se a uma condição clínica caracterizada pela elevação persistente dos níveis de pressão arterial (PA) acima dos valores normais. É uma das principais causas de doenças cardiovasculares no mundo e, muitas vezes, apresenta-se de forma silenciosa, sem sintomas evidentes, até causar complicações graves.
Classificação da Hipertensão Arterial
De acordo com diretrizes internacionais, como as da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), os valores que definem hipertensão em adultos são:
- Pressão arterial normal alta: Sistólica entre 120-129 mmHg e/ou diastólica entre 80-84 mmHg.
- Hipertensão estágio 1: Sistólica entre 130-139 mmHg e/ou diastólica entre 85-89 mmHg.
- Hipertensão estágio 2: Sistólica ≥ 140 mmHg e/ou diastólica ≥ 90 mmHg.
- Hipertensão estágio 3: Sistólica ≥ 180 mmHg e/ou diastólica ≥ 110 mmHg.
Causas e Fatores de Risco
A hipertensão pode ser classificada como:
- Primária (essencial): Sem causa identificável, associada a fatores genéticos, estilo de vida e envelhecimento. Representa cerca de 90% dos casos.
- Secundária: Resulta de doenças subjacentes, como insuficiência renal, distúrbios endócrinos ou uso de medicamentos.
Principais fatores de risco:
- Idade avançada.
- Histórico familiar.
- Consumo excessivo de sal.
- Obesidade e sedentarismo.
- Estresse crônico.
- Consumo de álcool e tabaco.
- Doenças como diabetes mellitus e dislipidemias.
Impacto Clínico da Hipertensão
A hipertensão descontrolada pode causar danos progressivos aos órgãos-alvo, como:
- Coração: Insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio.
- Cérebro: Acidente vascular cerebral (AVC), comprometimento cognitivo.
- Rins: Insuficiência renal crônica.
- Olhos: Retinopatia hipertensiva, que pode levar à perda de visão.
Sinais e Sintomas
A hipertensão é frequentemente assintomática, sendo identificada apenas em aferições de rotina. Em estágios avançados ou em crises hipertensivas, pode apresentar:
- Cefaleia intensa.
- Tontura ou vertigem.
- Palpitações.
- Visão borrada.
- Dor no peito.
- Sangramento nasal (epistaxe).
Exemplo Prático na Enfermagem
Durante uma consulta, o enfermeiro registra:
“Paciente, sexo masculino, 50 anos, apresenta pressão arterial de 160/100 mmHg, diagnosticada como hipertensão estágio 2. Relata cefaleia constante e episódios de tontura. Orientado sobre a importância de iniciar tratamento medicamentoso, adotar dieta com restrição de sódio e realizar atividade física regular. Encaminhado ao médico para avaliação.”
Neste exemplo, o enfermeiro identifica hipertensão, oferece orientações iniciais e encaminha para avaliação médica.
Aplicação Prática para Enfermagem
- Monitoramento:
- Aferir a pressão arterial regularmente, seguindo técnicas padronizadas.
- Identificar padrões de elevação e registrar no prontuário.
- Educação em saúde:
- Orientar o paciente sobre medidas preventivas e mudanças no estilo de vida:
- Reduzir consumo de sal: Evitar alimentos processados e sal de adição.
- Manter um peso saudável: Adotar dieta balanceada e praticar exercícios.
- Evitar cigarro e álcool: Fatores que pioram o controle da pressão arterial.
- Esclarecer a importância de adesão ao tratamento medicamentoso.
- Orientar o paciente sobre medidas preventivas e mudanças no estilo de vida:
- Prevenção de complicações:
- Identificar sinais de alerta, como dor no peito ou dificuldade respiratória, e encaminhar para atendimento imediato.
- Monitorar a função renal e a saúde cardiovascular em pacientes hipertensos crônicos.
Relevância no Cuidado
O controle da hipertensão é uma das prioridades na atenção à saúde devido à sua alta prevalência e impacto nos índices de mortalidade. O enfermeiro desempenha um papel fundamental na detecção precoce, no monitoramento contínuo e na educação dos pacientes, contribuindo significativamente para a prevenção de complicações graves. Hipertensão arterial secundária