Última atualização: 22/12/2024
O termo hipotensão refere-se a uma condição em que a Pressão Arterial (PA) está abaixo dos valores considerados normais, podendo comprometer a perfusão adequada dos órgãos e tecidos. Embora nem sempre seja sintomática, a hipotensão pode causar desconfortos ou até emergências médicas, dependendo de sua intensidade e causa. O enfermeiro desempenha um papel central na avaliação, intervenção e monitoramento contínuo de pacientes com hipotensão, além de educar sobre medidas preventivas e cuidados contínuos.
Definição de Hipotensão
Não há um valor exato universal para definir hipotensão, mas geralmente é caracterizada por:
- Pressão arterial sistólica (máxima): Inferior a 90 mmHg.
- Pressão arterial diastólica (mínima): Inferior a 60 mmHg.
Causas da Hipotensão
A hipotensão pode ter múltiplas causas, classificadas em categorias principais:
- Hipotensão fisiológica:
- Frequentemente observada em pessoas jovens e saudáveis sem sintomas associados.
- Hipotensão ortostática:
- Queda da pressão arterial ao mudar de posição, como ao passar de sentado para em pé.
- Causada por desidratação, medicação, neuropatia autonômica (como no diabetes).
- Hipotensão relacionada a causas específicas:
- Hipovolemia: Perda significativa de líquidos ou sangue (hemorragia, vômitos, diarreia).
- Uso de medicamentos: Antihipertensivos, diuréticos ou vasodilatadores.
- Problemas cardíacos: Insuficiência cardíaca, arritmias ou infarto.
- Choque séptico: Infecção grave levando a falência circulatória.
- Reações alérgicas graves: Como o choque anafilático.
Sinais e Sintomas
A hipotensão pode variar de leve a grave, apresentando os seguintes sintomas:
- Tontura ou sensação de desmaio.
- Fraqueza generalizada.
- Visão turva ou escurecida.
- Confusão mental.
- Náusea.
- Pele fria, pálida ou úmida.
- Pulsação fraca e rápida (em casos graves).
- Sinais de choque em hipotensão severa (queda abrupta da PA com insuficiência de perfusão).
Significado Clínico
Embora a hipotensão moderada possa ser assintomática em pessoas saudáveis, em situações severas ou prolongadas, pode comprometer órgãos vitais, como cérebro, coração e rins, resultando em hipóxia e danos irreversíveis.
Exemplo Prático na Enfermagem
Durante um atendimento de emergência, o enfermeiro documenta:
“Paciente, sexo feminino, 25 anos, apresenta pressão arterial de 85/55 mmHg após episódio de vômitos e diarreia intensos. Relata tontura e sensação de desmaio. Realizada administração de solução salina isotônica por via intravenosa e monitoramento contínuo de sinais vitais. Paciente referiu melhora gradual dos sintomas.”
Nesse exemplo, o enfermeiro reconhece a hipotensão causada por desidratação e intervém com medidas terapêuticas.
Aplicação Prática para Enfermagem
- Monitoramento:
- Medir a pressão arterial regularmente e registrar mudanças significativas.
- Avaliar sinais de hipotensão ortostática (medir a PA em diferentes posições).
- Intervenções de emergência:
- Manter o paciente em posição supina com os membros inferiores elevados (posição de Trendelenburg) para melhorar a perfusão cerebral.
- Administrar fluidos intravenosos em casos de desidratação ou hipovolemia, conforme prescrição médica.
- Monitorar sinais de choque e comunicar imediatamente a equipe médica.
- Educação em saúde:
- Orientar pacientes com hipotensão ortostática a se levantar lentamente de posições sentadas ou deitadas.
- Incentivar hidratação adequada, especialmente em idosos e durante períodos de calor.
- Ensinar sobre possíveis efeitos colaterais de medicamentos antihipertensivos e a importância de relatar sintomas ao médico.
Relevância no Cuidado
A identificação precoce da hipotensão e de suas causas é essencial para prevenir complicações graves, como choque ou falência orgânica. O enfermeiro desempenha um papel central na avaliação, intervenção e monitoramento contínuo de pacientes com hipotensão, além de educar sobre medidas preventivas e cuidados contínuos. Hipertensão: Pressão Arterial elevada