Taquicardia: Frequência Cardíaca acima de 100 bpm

Última atualização: 22/12/2024

O termo taquicardia refere-se a uma condição em que a frequência cardíaca (FC) está acima do normal, geralmente superior a 100 batimentos por minuto (bpm) em adultos, em repouso. Embora possa ser uma resposta fisiológica a situações como esforço físico ou estresse, a taquicardia também pode ser patológica, indicando problemas cardíacos ou sistêmicos. O enfermeiro desempenha um papel crucial na avaliação inicial, no monitoramento e na implementação de intervenções para estabilizar o paciente e prevenir complicações mais sérias.

Classificação da Taquicardia

A taquicardia é classificada com base em sua origem e mecanismo subjacente:

  1. Taquicardia sinusal:
    • Origem no nó sinoatrial (marca-passo natural do coração).
    • Causada por estímulos fisiológicos, como exercício, febre, ansiedade ou dor.
  2. Taquicardias supraventriculares:
    • Origem acima dos ventrículos (nos átrios ou nó atrioventricular).
    • Inclui fibrilação atrial, flutter atrial e taquicardia paroxística supraventricular.
  3. Taquicardias ventriculares:
    • Origem nos ventrículos.
    • Podem ser perigosas, pois comprometem a eficiência do bombeamento cardíaco e podem evoluir para fibrilação ventricular ou parada cardíaca.

Causas da Taquicardia

As causas podem ser classificadas como fisiológicas ou patológicas:

  1. Fisiológicas:
    • Exercício físico.
    • Estresse emocional.
    • Uso de cafeína, álcool ou nicotina.
    • Exposição ao calor extremo ou desidratação.
  2. Patológicas:
    • Cardíacas: Insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio, cardiomiopatias.
    • Metabólicas: Hipertireoidismo, hipoglicemia, anemia.
    • Respiratórias: Hipóxia, embolia pulmonar.
    • Infecciosas: Febre ou sepse.
    • Farmacológicas: Uso de medicamentos como beta-agonistas ou efeitos colaterais de drogas.

Sinais e Sintomas

A taquicardia pode ser assintomática ou apresentar sintomas variados, dependendo da sua gravidade e duração:

  • Palpitações (sensação de batimentos cardíacos acelerados).
  • Tontura ou vertigem.
  • Fraqueza generalizada.
  • Falta de ar (dispneia).
  • Dor no peito.
  • Ansiedade.
  • Síncope (desmaio) em casos graves.

Significado Clínico

A taquicardia, especialmente quando sustentada, pode levar a complicações, como:

  • Redução do débito cardíaco (comprometendo a perfusão de órgãos).
  • Insuficiência cardíaca.
  • Isquemia miocárdica.
  • Parada cardíaca em casos de taquicardia ventricular grave.

Exemplo Prático na Enfermagem

Durante um atendimento, o enfermeiro documenta:

“Paciente, sexo masculino, 45 anos, apresenta taquicardia com frequência cardíaca de 125 bpm. Refere palpitações e leve tontura após episódio de estresse emocional. Realizada monitorização cardíaca, aferição de sinais vitais e administração de ansiolítico conforme prescrição médica. Encaminhado para avaliação cardiológica.”

Nesse exemplo, o enfermeiro identifica e maneja os sintomas iniciais da taquicardia, priorizando a estabilização do paciente.

Aplicação Prática para Enfermagem

  • Monitoramento:
    • Verificar a frequência cardíaca por meio de ausculta cardíaca, pulso periférico ou monitorização eletrônica.
    • Avaliar parâmetros como pressão arterial, saturação de oxigênio e sinais de hipoperfusão (pele fria, confusão mental).
  • Intervenções de emergência:
    • Garantir acesso venoso periférico para administração de medicamentos.
    • Monitorar continuamente o ritmo cardíaco em pacientes com taquicardia grave.
    • Aplicar manobras vagais, como a manobra de Valsalva, em casos de taquicardia supraventricular (apenas com orientação médica).
    • Preparar para cardioversão elétrica em situações de taquicardia ventricular ou supraventricular grave.
  • Educação em saúde:
    • Orientar sobre os fatores desencadeantes, como estresse, consumo excessivo de estimulantes (cafeína, energéticos) ou desidratação.
    • Reforçar a importância de buscar avaliação médica em casos de palpitações persistentes ou associadas a sintomas como dor torácica e tontura.
Relevância no Cuidado

A taquicardia é um sinal clínico que pode indicar desde alterações benignas até condições graves, exigindo atenção imediata. O enfermeiro desempenha um papel crucial na avaliação inicial, no monitoramento e na implementação de intervenções para estabilizar o paciente e prevenir complicações mais sérias. Cuidados de enfermagem na taquicardia

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