Última atualização: 03/02/2025
Os casos de herpes genital vêm aumentando significativamente ao redor do mundo. De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 846 milhões de pessoas entre 15 e 49 anos vivem com essa infecção. A cada ano, cerca de 42 milhões de novos casos são registrados, tornando o herpes genital uma das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) mais comuns. Apesar de ser uma infecção recorrente e muitas vezes assintomática, especialistas alertam para a necessidade de maior conscientização sobre a transmissão, os sintomas e as formas de prevenção.
O que causa o herpes genital?
O herpes genital é provocado pelo vírus herpes simplex (HSV), que possui dois tipos principais:
- HSV-1: tradicionalmente associado a infecções na boca e rosto, mas cada vez mais comum na região genital devido à prática do sexo oral.
- HSV-2: classicamente relacionado ao herpes genital, sendo transmitido quase exclusivamente pelo contato sexual.
Pesquisas indicam que 64% da população mundial abaixo dos 50 anos está infectada pelo HSV-1, enquanto o HSV-2 afeta aproximadamente 13% das pessoas na mesma faixa etária. A infecção inicial pode ser assintomática ou causar sintomas como bolhas e úlceras dolorosas na região genital ou oral, febre e mal-estar geral, dores musculares e sensibilidade nos gânglios linfáticos. Após a infecção primária, o vírus permanece no organismo de forma latente e pode ser reativado em momentos de estresse, baixa imunidade ou cansaço excessivo.
Por que os casos estão aumentando?
A análise dos dados da OMS revela um crescimento expressivo das infecções genitais causadas pelo HSV-1. Enquanto a prevalência do HSV-2 se manteve estável, o número de casos de herpes genital associados ao HSV-1 dobrou entre 2016 e 2020, passando de 192 milhões para 376 milhões de casos. Um estudo realizado na Austrália, Nova Zelândia e Canadá aponta que, embora 60% dos casos de herpes genital ainda sejam causados pelo HSV-2, há uma redução anual de 2% nessa taxa, enquanto o HSV-1 está se tornando cada vez mais predominante. Entre os principais fatores que podem estar impulsionando esse crescimento, especialistas apontam o aumento do sexo oral sem proteção, maior exposição ao vírus em idade precoce e baixa adesão ao uso de preservativos.
O que fazer para se proteger?
Embora não exista cura para o herpes genital, há formas eficazes de reduzir o risco de infecção e transmissão. Entre as medidas preventivas mais recomendadas estão:
✅ Uso de preservativos: Reduz significativamente o risco de transmissão, mas não elimina completamente a possibilidade de infecção, pois o vírus pode estar presente em áreas não cobertas pelo preservativo.
✅ Evitar contato com feridas abertas: Se um parceiro apresentar sintomas visíveis, como bolhas ou úlceras, a recomendação é evitar contato sexual até a cicatrização completa.
✅ Uso de medicamentos antivirais: Pessoas diagnosticadas podem utilizar antivirais para reduzir a frequência e intensidade das crises, além de diminuir o risco de transmissão para parceiros(as).
✅ Manutenção de um sistema imunológico saudável: Uma boa alimentação, sono adequado e controle do estresse ajudam a minimizar as recorrências da infecção.
O impacto do herpes na saúde pública
O herpes genital tem um impacto significativo na saúde pública, gerando custos com tratamentos e um fardo emocional para os pacientes. Além disso, a infecção pode trazer complicações mais graves em certos casos:
🔴 Transmissão para o bebê durante o parto: Se uma mulher grávida tem uma infecção ativa no momento do parto, o vírus pode ser transmitido ao recém-nascido, podendo levar a complicações neurológicas e até óbito.
🔴 Maior risco de contrair outras ISTs: Estudos indicam que ter herpes genital pode aumentar a vulnerabilidade ao HIV, pois as feridas abertas facilitam a entrada do vírus no organismo.
🔴 Impacto psicológico: Muitas pessoas diagnosticadas sofrem com estigma social, ansiedade e problemas de autoestima, reforçando a necessidade de campanhas de conscientização e apoio psicológico.
O aumento dos casos de herpes genital reforça a importância da educação sexual e da adoção de medidas preventivas. Embora a infecção seja incurável, tratamentos antivirais ajudam a controlar os sintomas e minimizar a transmissão.
A melhor forma de proteção continua sendo a prática de sexo seguro, exames médicos regulares e a conscientização sobre a doença. Falar abertamente sobre o herpes genital é essencial para reduzir o estigma e garantir que mais pessoas tenham acesso a informações confiáveis sobre essa infecção comum. Se houver suspeita de infecção ou dúvidas sobre a saúde sexual, é fundamental buscar orientação médica. Veja também A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável.