Última atualização: 04/03/2025
O Carnaval é uma época de festa, alegria e muita interação social. Durante os dias de folia, é comum que os encontros sejam marcados por momentos de euforia e romantismo, resultando em beijos apaixonados entre foliões. No entanto, essa prática, aparentemente inofensiva, pode representar um risco à saúde. Isso porque diversas doenças podem ser transmitidas pelo contato com a saliva, especialmente quando há troca de fluidos entre múltiplas pessoas. Embora muitas dessas infecções sejam de fácil tratamento, algumas podem trazer complicações graves se não forem diagnosticadas a tempo. Por isso, é essencial estar ciente dos riscos e adotar medidas preventivas para evitar contratempos pós-folia.
Mononucleose – A “Doença do Beijo”
A mononucleose infecciosa, conhecida popularmente como “doença do beijo“, é causada pelo vírus Epstein-Barr. Sua transmissão ocorre pelo contato direto com a saliva infectada, sendo comum entre jovens de 15 a 25 anos. Os sintomas incluem febre alta, dor de garganta, fadiga intensa e ínguas inchadas no pescoço, podendo durar semanas.
Apesar de não ter um tratamento específico, recomenda-se repouso, hidratação e uso de analgésicos para aliviar os sintomas. Além disso, a infecção pode permanecer latente no organismo e ser transmitida mesmo após um ano do contágio.
Candidíase Oral – O Sapinho
A candidíase oral, popularmente chamada de “sapinho“, é uma infecção fúngica causada pelo fungo Candida albicans, que vive naturalmente no corpo humano. Seu surgimento ocorre quando há um desequilíbrio no sistema imunológico, facilitando a proliferação do fungo.
A doença se manifesta por meio de lesões esbranquiçadas na boca, língua e gengivas, causando dor e desconforto. O tratamento é feito com antifúngicos orais e cuidados com a higiene bucal.
Herpes Labial – Vírus Persistente
O vírus do herpes simples (HSV-1) é altamente contagioso e pode ser transmitido mesmo quando não há lesões aparentes. A infecção se manifesta através de pequenas bolhas dolorosas nos lábios, que podem se romper e formar feridas.
Fatores como estresse, exposição ao sol e mudanças hormonais podem reativar o vírus. Apesar de não haver cura definitiva, medicamentos antivirais ajudam a reduzir a frequência e a gravidade das crises.
Sífilis – Transmissão Além do Contato Íntimo
Embora a sífilis seja amplamente conhecida como uma infecção sexualmente transmissível (IST), a bactéria Treponema pallidum pode ser transmitida pelo beijo, principalmente na fase secundária da doença, quando há lesões na boca. Os sintomas incluem feridas indolores nos lábios e na língua, além de manchas pelo corpo. O tratamento é feito com antibióticos, como a penicilina, e a detecção precoce é fundamental para evitar complicações graves.
A Covid-19 continua sendo uma preocupação, especialmente em aglomerações como o Carnaval. O vírus SARS-CoV-2 é transmitido pela saliva e gotículas respiratórias, podendo ser passado de uma pessoa para outra por meio do beijo. Febre, tosse, fadiga e dificuldades respiratórias são sintomas comuns da infecção. A vacinação e o uso de máscaras em locais fechados são estratégias essenciais para reduzir o risco de contágio.
Gonorreia – Mais do que uma IST
Embora a gonorreia seja geralmente associada ao contato sexual, pesquisas recentes indicam que a bactéria Neisseria gonorrhoeae também pode ser transmitida pelo beijo de língua. A infecção na garganta pode ser assintomática ou causar irritação e dor ao engolir. O diagnóstico é feito por exames laboratoriais e o tratamento inclui antibióticos para eliminar a bactéria.
Como se prevenir
Para minimizar os riscos, algumas medidas simples podem ser adotadas:
- Evitar beijar pessoas com feridas visíveis nos lábios ou dentro da boca.
- Manter uma boa higiene bucal e evitar compartilhar objetos como copos e talheres.
- Realizar exames médicos regulares para identificar possíveis infecções.
- Manter o sistema imunológico fortalecido com uma alimentação equilibrada e hidratação adequada.
- Em caso de sintomas persistentes, procurar um profissional de saúde para diagnóstico e tratamento.
Após os dias de folia, o ideal é ficar atento ao próprio corpo e buscar auxílio médico caso surjam sintomas suspeitos. O Carnaval pode ser inesquecível pelas boas lembranças, mas sem precisar lidar com as consequências indesejáveis de uma infecção. Veja também Criança não vacinada morre de sarampo nos EUA, primeira fatalidade da doença em uma década.